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Comportamento

Sophie ganha festa com limusine e a dor de câncer raro perde para o sorriso

Toda a decoração, espaço, doces e até roupas foram doações e parcerias entre empresários de Campo Grande

Danielle Valentim | 27/06/2019 08:27
Pequena Sophie, estava radiante e deslumbrada com sua festinha. (Foto: Paulo Francis)
Pequena Sophie, estava radiante e deslumbrada com sua festinha. (Foto: Paulo Francis)

“A ficha só caiu quando vi toda a decoração”, disse Phamela Loureiro Garcia, de 22 anos, emocionada em poder celebrar a vida da filha. A jovem é mãe da pequena Sophie, que há sete meses enfrenta um tipo raro de leucemia. Com direito até a chegada de limusine, a garotinha ganhou uma festa de aniversário com o tema da Branca de Neve para comemorar seus dois anos.

Totalmente solidária, a festa aconteceu no Buffet Reis e Rainhas por um motivo muito especial. A proprietária do espaço trata um câncer e durante sessões de quimioterapia decidiu que casa deveria ser aberta para festas como a da Sophie.

Para 40 pessoas, a comemoração começou às 19h e, além dos familiares, teve também enfermeiras do setor oncológico. Com um lindo vestido amarelo e azul, a princesa da festa estava radiante e encantada com todo o colorido da decoração. Ela se aproximava da mesa, pegava um docinho e parecia não entender muito bem o que estava rolando, mesmo assim participava de tudo.

 Ela se aproximava da mesa, pegava um docinho e parecia não entender muito bem o que estava rolando, mesmo assim participava de tudo.(Foto: Paulo Francis)
Ela se aproximava da mesa, pegava um docinho e parecia não entender muito bem o que estava rolando, mesmo assim participava de tudo.(Foto: Paulo Francis)
Ao lado de fora, dançava uns minutos ao som do sucesso internacional “Baby shark” e rapidamente se distraía. (Foto: Paulo Francis)
Ao lado de fora, dançava uns minutos ao som do sucesso internacional “Baby shark” e rapidamente se distraía. (Foto: Paulo Francis)
Muitas fotos registraram os momentos. (Foto: Paulo Francis)
Muitas fotos registraram os momentos. (Foto: Paulo Francis)

Ao lado de fora, dançava uns minutos ao som do sucesso internacional “Baby shark” e rapidamente se distraía com a piscina de bolinhas. Naquele instante, todo o sofrimento estava longe e a diversão de Sophie era transformada em sorriso no rosto de Phamela.

A acadêmica de enfermagem estava muito feliz. Ao Lado B admitiu que não imaginava uma festa tão rica em detalhes. “Eu sonhava fazer uma festa assim. Eu lembro quando ela saiu do CTI a primeira vez que eu disse que ia fazer uma festa para comemorar, mas as dificuldade financeiras para uma festa desse nível de luxo não deixaram”, conta Phamela.

A jovem estava sem o aplicativo de mensagens do Facebook e depois de limpar o celular resolveu baixá-lo de novo. Assim que abriu viu a mensagem que ofertava a festa.

A acadêmica de enfermagem estava muito feliz. Ao Lado B admitiu que não imaginava uma festa tão rica em detalhes. (Foto: Paulo Francis)
A acadêmica de enfermagem estava muito feliz. Ao Lado B admitiu que não imaginava uma festa tão rica em detalhes. (Foto: Paulo Francis)
“O sonho nasceu no coração da minha mãe que está em tratamento de câncer nos ossos. É uma forma de ofertar a Deus", conta Fernanda. (Foto: Paulo Francis)
“O sonho nasceu no coração da minha mãe que está em tratamento de câncer nos ossos. É uma forma de ofertar a Deus", conta Fernanda. (Foto: Paulo Francis)

“Quando abri vi a mensagem e achei que fosse pegadinha, mas vi que ela já tinha me enviado mensagem antes, quando a Sophie precisou de sangue. A coisa foi ficando séria, montaram o grupo e todo mundo começou a mostrar o que tinha doado e aconteceu. A ficha caiu quando vi a decoração. Está realmente acontecendo. Essa semana ela ia passar por exames, mas a médica adiou até por conta da festa. O fsse emocionada.

Com ajuda de muitas pessoas, toda a decoração, roupas, comidas e até pintura facial foram doadas. My Cookies doou doces, Vintage Antique Car disponibilizou o carro e o ateliê Mimos de Vó, os vestidos.

“O sonho nasceu no coração da minha mãe que está em tratamento de câncer nos ossos. É uma forma de ofertar a Deus. Eu conheci a Phamela pessoalmente hoje, mas acompanho a história dela pelo Facebook há algum tempo. Todas as pessoas que eu pedi ajudaram e hoje tudo está acontecendo”, explica a gestora de festas e eventos Fernanda Reis Ferreira Michel.

Arquiteta Mônica Marinho Américo dos Reis explica que durante o tratamento Deus já estava tocando seu coração de que algo deveria ser feito. (Foto: Paulo Francis)
Arquiteta Mônica Marinho Américo dos Reis explica que durante o tratamento Deus já estava tocando seu coração de que algo deveria ser feito. (Foto: Paulo Francis)

A arquiteta Mônica Marinho Américo dos Reis explica que durante o tratamento Deus já estava tocando seu coração de que algo deveria ser feito. “Faço quimio toda semana e Deus vinha tocando meu coração em relação a isso. E eu não tinha entendido. Esses dias orando tive a resposta. Falei para minha filha ir atrás e que Deus ia preparar e foi dito e feito”, pontua Mônica.

O diagnóstico - Com uma rotina normal até 1 ano e 5 meses, Sofia frequentava a creche e acompanhava a mãe em todos os lugares. Os primeiros sintomas surgiram em novembro de 2018, quando nem medicamentos baixavam uma forte febre.

“Fomos até à UPA, mas nenhum exame foi feito e nos mandaram para casa. No outro dia voltamos porque a febre não baixava e além disso, ela começou a ter dificuldades para respirar. Exames a diagnosticaram com pneumonia, mas a febre persistia e pediram uma transferência ao hospital”, conta Phamela.

Sophie pouco antes do diagnóstico. (Foto: Arquivo Pessoal)
Sophie pouco antes do diagnóstico. (Foto: Arquivo Pessoal)

Já no Hospital Regional, os exames se repetiram e no dia seguinte um médico ancologista deu a pior notícia que uma mãe pode receber. A pequena Sofia, um bebê de um ano e cinco meses estava com blastos no sangue, especificamente leucemia mieloide aguda M3, com 86% de doença ativa.

No mesmo dia, em que a bebê subiu para o Cetohi (Centro de Tratamento de Oncologia Infantil), desceu para o CTI Pediátrico (Centro de Terapia Intensiva) onde foi entubada e sedada para a primeira quimioterapia.

“Foi um pesadelo, ela estava inconsciente e por normas do setor eu não podia acompanha-la. Foram 29 dias indo vê-la três vezes ao dia com todo aquele equipamento que a mantinha viva”, conta.

Entre notícias boas e ruins, o quadro de Sofia finalmente melhorou e os equipamentos foram retirados. “Porém quatro extubação falharam e havia a necessidade de fazer traqueostomia. Naquele momento não importava, eu queria ela viva respondendo bem a tudo”, lembra Phamela.

"O fígado dela está muito doente, mas estamos vivendo o agora”, explica Phamela.  (Foto: Paulo Francis)
"O fígado dela está muito doente, mas estamos vivendo o agora”, explica Phamela. (Foto: Paulo Francis)

Depois da alta do CTI, a pequena Sophie continuou com idas e vindas do hospital para quimioterapia, antibióticos e recebimento de sangue e plaquetas. O tempo passou e Sofia já estava em casa quando, acidentalmente, tirou a traqueo. Phamela frisa que foi uma correria para o hospital por medo da incisão fechar e ela não conseguir respirar.

“Como ela ficou tranquila havia a possibilidade de remoção de vez. Mesmo assim teve que ser internada para exames e devido a imunidade baixa foi infectada com um vírus e bactéria e voltou ao CTI onde permaneceu por mais 30 dias até receber alta”, relembra Phamela.

Atualmente, Sofia está em casa e sem traqueo. A mãe conta que ainda ocorrem internações às vezes de 15, sete ou três dias, mas os blastos seguem zerados. O transplante de medula ainda não é indicado no caso de Sophie. Phamela segue confiante na cura e grata a todas as pessoas que conheceu nesse período. A rotina da jovem mãe segue movimentada, já que concilia os exames a filha, com a faculdade de enfermagem.

“A pior fase passou toda semana temos médicos e exames pra fazer, químios programadas, mas iremos entrar na fase de manutenção. Tudo isso vai valer a pena tenho fé e nesse percurso conheci muitas pessoas que me ajudaram e agradeço a Deus por colocarem pessoas maravilhosas em nossa vida”, finaliza.

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