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Comportamento

Tatuador quis ser diferente e, ao invés de cães e gatos, cria 2 serpentes

Oton é apaixonado por cobras desde a infância e decidiu se render depois de perder seu último cãozinho

Thaís Pimenta | 15/01/2018 08:55
Oton, Daenerys e Trinity. O dono diz que nunca vivenciou nenhuma situação perigosa provocada por elas. (Foto: Marcos Ermínio)
Oton, Daenerys e Trinity. O dono diz que nunca vivenciou nenhuma situação perigosa provocada por elas. (Foto: Marcos Ermínio)

Enquanto a maioria das pessoas tem como bichinho de estimação cachorros e gatos, o tatuador Oton Safraide, de 31 anos, tem duas serpentes em sua casa, a Daeanerys e a Trinity. Ele sempre foi apaixonado por cobras e serpentes mas foi só depois de perder seu último cachorro, comprou Elga, sua primeira filha rastejante.

Hoje em dia, mais do que só um criador de cobras, o tatuador gosta de estudar as características dos répteis. A observação diária das duas permite que ele elabore ainda mais as tatuagens que cria com essa temática. Falando em arte na pele, Oton tem em seu antebraço direito a prova desse amor pelas criaturas.

Em seu condomínio, ele é conhecido por dar rolês com as duas enroladas em seu pescoço. A esposa, Samara Safraide, diz que os mais jovens ficam curiosos, já os mais velhos "acham bem estranho", conta.

Trinity no cangote de seu dono. (Foto: Marcos Ermínio)
Trinity no cangote de seu dono. (Foto: Marcos Ermínio)

A personalidade das duas é diferente, assim como a raça. A dócil Daenerys tem sete anos, é do tipo ECA, e é bem menor que Trinity por conta de sua alimentação. As ECA podem ser encontradas no nordeste do Brasil, de acordo com Oton. A pequena de coloração marrom fica arco-íris quando os raios solares incidem sobre sua pele. 

Já Trinity é bem mais nova, "ela ainda está na infância", diz o dono. Estressadinha, de vez em quando dá uma "baforada" pra mostrar quem é que manda no pedaço, mas Oton a domina numa boa.

A espécie é a BCO, popularmente conhecida como Jiboia Argentina, que pode chegar a ter mais de 3 metros de comprimento. Trinity só se alimenta de animais vivos, por isso, já é bem maior que Daenerys. "Eu costumo dar pra ela camundongos, hamsters e pequenos roedores vivos. Isso faz ela exercitar sua musculatura e, consequentemente, ficar maior", explica.

A alimentação é a parte mais estranha de todo o processo, ao menos para quem tem receio ao ver dois animais lutando para sobreviver. Oton quer que as duas cresçam o máximo possível, por isso passou a alimentá-las só com animais ainda vivos. "Ela não são venenosas, tanto é que cobras peçonhentas nem são permitidas como animais domésticos no país. Elas são cobras constritivas, ou seja, elas matam a presa depois contorcerem seu corpo sob a presa, até ela ter uma parada cardíaca", explica.

Oton tem no antebraço esquerdo uma homeagem às serpentes. (Foto: Marcos Ermínio)
Oton tem no antebraço esquerdo uma homeagem às serpentes. (Foto: Marcos Ermínio)

Cobras são guiadas pela temperatura e batimento cardíaco de uma pessoa. As duas já são acostumadas com essas características de Oton, Samara e Sarah, a filha de 4 anos do casal. Oton conta que pode passar horas com as duas enroladas em seu pescoço. "Elas me dão mais carinho que minha mulher", brinca. E realmente, a pressão que elas fazem ao se locomoverem pela nuca lembra uma massagem.

Além de todo encantamento que Oton sente pelas criaturas, por mais diferentes que sejam, a facilidade em criá-las é um ponto positivo na opinião do dono. "Elas não soltam odor, ficam sempre comigo em casa, e comem no máximo 4 vezes ao mês", conta.

Em longas viagens, as serpentes podem ficar até 200 dias sem comer. "Não é recomendável mas podem sim ficar longos períodos sem comida". Além de água, as duas répteis precisam só de um serpentário quentinho e atenção de sobra para serem felizes.

Mas não se enganem: a Trinity, por exemplo custa mais de R$ 5 mil. Ela é criada no único serpentário legalizado do Brasil, o Jiboias Brasil. "O lado bom de comprá-las por esse local é que já vem com todos os documentos autorizando a criação pelo Ibama, por exemplo", finaliza.

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