ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JULHO, SÁBADO  26    CAMPO GRANDE 21º

Comportamento

Valmir decidiu viver aposentadoria ao lado de 3 mil rosas-do-deserto

Natural do Paraná, ex-bancário hoje cuida de mais 3 mil plantas em terreno localizado na região central

Por Mylena Fraiha | 25/07/2025 06:20
Valmir decidiu viver aposentadoria ao lado de 3 mil rosas-do-deserto
Ex-bancário, mostra exemplar de rosa-do-deserto que cultiva em terreno ao lado de sua casa (Foto: Juliano Almeida).

No lugar de pilhas de papéis e metas para bater, Valmir Belini, de 62 anos, escolheu viver sua aposentadoria entre rosas-do-deserto, suculentas e o silêncio que só o contato com a terra proporciona. Hoje, ele cuida sozinho de mais de 3 mil plantas em um terreno na Rua das Garças, na região central de Campo Grande.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Após se aposentar do trabalho bancário e da produção agrícola, Valmir Belini, 62 anos, encontrou na jardinagem uma nova paixão e terapia. Em sua casa, no centro de Campo Grande, ele cultiva mais de 3 mil plantas, com destaque para as rosas-do-deserto. Valmir transformou o terreno em um verdadeiro santuário verde, onde cuida de plantas de diferentes tamanhos, idades e formatos, utilizando vasos reciclados.A paixão pela jardinagem surgiu após a aposentadoria, proporcionando uma atividade mais tranquila e terapêutica em comparação com a agricultura e o trabalho bancário. Valmir se especializou no cultivo de rosas-do-deserto, adaptando-as ao clima de Campo Grande. Ele realiza polinização, enxertos e moldagem, criando plantas com até cinco cores diferentes. Além das vendas, Valmir também recupera plantas de clientes e compartilha seu conhecimento sobre jardinagem. Apesar da queda nas vendas durante o inverno, ele mantém o foco no prazer de cuidar do seu jardim, conciliando a atividade com a vida doméstica e os cuidados com o neto. Para conhecer seu trabalho e adquirir mudas, é possível entrar em contato pelas redes sociais ou telefone.

Quem passa pelo portão nem imagina o “santuário” verde que existe ali dentro. Em fileiras organizadas, vasos reciclados abrigam plantas de todos os tamanhos, idades e formas. Algumas moldadas com arame, outras com raízes robustas que mais parecem esculturas naturais, todas cuidadas com a paciência de quem encontrou ali uma forma de terapia.

O trabalho com as plantas começou mesmo depois da aposentadoria, lá em 2005. Antes, foram 20 anos no banco e mais 15 como produtor de abacaxi, milho e melancia. “Sempre gostei de plantar, nasci na roça, em Maringá, no Paraná. Mas agricultura é mais pesada. Jardinagem é outra coisa. Você molda a planta, observa, trabalha com calma. É muito mais terapêutico”, compara.

Valmir decidiu viver aposentadoria ao lado de 3 mil rosas-do-deserto
Valmir mostra parte das mais de 3 mil plantas que mantém em terreno na Rua das Garças (Foto: Juliano Almeida).

Entre os xodós de Valmir estão as rosas-do-deserto, plantas de origem africana e árabe que se adaptaram bem ao clima de Campo Grande. “Elas gostam de calor, pouca água e um substrato bem drenado. No inverno, entram em dormência; não pode nem regar muito, senão apodrecem”, explica.

As mudas variam entre R$ 10 e R$ 600, dependendo da idade, formato e espécie. E se engana quem pensa que Valmir faz tudo no improviso. Ele já aprendeu a fazer polinização, enxertos e moldagem com arame para criar formas variadas. “Tem planta aqui com até cinco cores diferentes. Mas tem que saber combinar as flores, porque nem todas florescem ao mesmo tempo".

Ao lado das vendas, há também as “plantas hospitalizadas”, que clientes levam para recuperação. “Se a pessoa gosta de planta, eu ajudo. Mas explico que é devagar, não é milagre. E tem gente que traz, perde, leva outra. A gente vai trocando, vai aprendendo junto".

Valmir decidiu viver aposentadoria ao lado de 3 mil rosas-do-deserto
Valmir mostra exemplar de rosa-do-deserto que foi enxertada e apresenta diferentes flores (Foto: Juliano Almeida).

No entanto, segundo ele, durante os meses frios as vendas caem. “Este ano foram uns 90 dias sem vender nada”, lamenta. Mas ele não se desespera.“Não dependo disso pra viver. Gosto mesmo é de cuidar. Me faz bem".

Hoje, Valmir concilia o jardim com a rotina de avô e a vida doméstica. Cuida das plantas de manhã e depois das 14h, quando volta do mercado ou de buscar o neto na escola. As vendas acontecem pelo boca a boca ou pelas redes sociais.

O jardim não é só bonito, é também reaproveitado. Ele explica que pallets, vasos, arames,  tudo vem de construções, floriculturas ou doações. “Eu reaproveito tudo. Não dá pra manter funcionário, então faço tudo sozinho. Se a pessoa traz o vaso, eu replanto, recupero a planta, cuido como se fosse minha. Mas sem pressa”, explica.

Valmir decidiu viver aposentadoria ao lado de 3 mil rosas-do-deserto
Valmir explica que aponta que lidar com a jardinagem é uma forma de aprender a ter paciência e respeitar o tempo da natureza (Foto: Juliano Almeida).

Longe do estresse do banco e das roças de abacaxi, Valmir hoje aponta que lidar com a jardinagem é uma forma de aprender a ter paciência e respeitar o tempo da natureza, além de trazer saúde mental. “Se a pessoa gosta de planta, é uma terapia. Me fez muito bem".

Para conhecer o trabalho de perto, visitar o local e comprar mudas, basta acessar o Instagram oficial @poucarega ou entrar em contato pelo número (67) 99906-2463.

Confira a galeria de imagens:

  • Foto: Juliano Almeida.
  • Foto: Juliano Almeida.
  • Foto: Juliano Almeida.
  • Foto: Juliano Almeida.
  • Foto: Juliano Almeida.
  • Foto: Juliano Almeida.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.