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Comportamento

Visita de cão e gato é liberada em hospital, mas com banho todo dia

Objetivo é de proporcionar aos pacientes uma experiência mais acolhedora e diminuir o tempo de internação.

Thailla Torres | 26/06/2019 08:15
Kauê, cão que ficou conhecido como "cãotearapeuta" no Corpo de Bombeiros e visitava crianças. (Foto: Arquivo/Marcos Ermínio)
Kauê, cão que ficou conhecido como "cãotearapeuta" no Corpo de Bombeiros e visitava crianças. (Foto: Arquivo/Marcos Ermínio)

Ficar em um hospital não é tarefa fácil, por isso, desde abril, uma unidade do Proncor, hospital particular de Campo Grande, iniciou um projeto que permite a visita de animais para melhorar o dia a dia de pacientes. Inicialmente cachorros e gatos podem ficar até 30 minutos no ambiente, mas com algumas regras.

A paciente Juliana Leite Fernandes foi uma das pacientes que recebeu a visita de Zara, de 3 meses, nesta semana. Ela teve alta no mesmo dia, mas a presença da companheira foi revigorante para quem ficou quatro dias em observação médica. “Eu fui internada após o diagnóstico de infecção de urina e também descobri que estou grávida, no momento da internação fiquei sabendo que eu poderia receber uma visita pet. Foi quando meu marido decidiu fazer uma surpresa. Foi uma felicidade imensa, sinto como se eu tivesse recebendo um filho”.

A permissão de animais dentro do hospital faz parte de uma ação que busca diminuir o impacto da internação prolongada, ajudando com a melhora do humor, trazendo alegria ao paciente e o aproximando da família, segundo o hospital.

Regras - Mas para entrar no hospital, não basta querer. É preciso seguir regras para evitar danos à saúde do paciente e até mesmo do animal. Isso incluiu laudos e até mesmo banho diário.

O primeiro passo é ter autorização do médico. Além de apresentar carteira de vacinação atualizada e laudo veterinário que comprove nenhuma lesão na pele, banho e escovação nas últimas 6 horas e caixa de transporte para a entrada e transporte no hospital.

Para facilitar a vida do paciente e evitar um gasto diário, o hospital fechou parceria com uma rede de pet shop que dará o banho de forma gratuita para a entrada do pet no hospital, basta consultar o regulamento na unidade.

O local da visita é restrito ao apartamento e é acompanhada pela equipe de enfermagem do hospital. O tempo de visitação é de 30 minutos por dia. As visitas não são feitas na enfermaria por ser um ambiente comum e isso pode trazer desconforto a outros pacientes.

Se o cão ou gato urinar dentro o hospital, também é preciso acionar o hospital. “É necessário chamar a equipe de enfermagem, pois em um ambiente hospitalar dejetos como urina ou fezes devem ser tratados como lixo biológico”.

A presença de animais de estimação dentro de hospitais gera preocupação tanto para pacientes quanto para alguns profissionais da saúde. Mas gerente de qualidade, o enfermeiro Clayton Robson Oliveira, responde que nenhum animal traz danos ao paciente se estiver de acordo com as regras. “Eles podem levar sujeira para o hospital se não estiverem higienizados. Uma vez obedecendo o protocolo de banho e escovação dentro do estabelecido isso não acontece. Transmitir doenças ou infecções estando com o estado de saúde dentro do padronizado não há mínima possibilidade, por isso o laudo do veterinário é obrigatório”, explica.

O animal não gera danos aos pacientes, apenas benefícios, garante o enfermeiro. “A Assistência Assistida por Animais (AAA) é praticada há tempos nos países de primeiro mundo. Inclusive com animais de grande porte”.

A vontade de humanizar com novos protocolos veio do diretor administrativo, o médico Luiz Fernando Elias Curado. “Acreditamos que projetos como a Visita Ampliada de até 12h aos nossos pacientes da UTI e a visita dos animais de estimação ajudam na melhora do humor e a recuperação mais rápida do paciente”, afirma.

Os idealizadores da iniciativa, Natalia Alcântara e José Alcântara, da área de Marketing, explicam que existem estudos sobre os benefícios psicológicos e fisiológicos das visitas dos animais de estimação para pessoas hospitalizadas e que o objetivo é de proporcionar aos pacientes uma experiência mais acolhedora. “A visita pet com cães e outros animais de estimação não promete a cura, mas pode ajudar muito o paciente a ter sucesso no seu tratamento, como por exemplo melhora da capacidade motora, sistema imunológico mais resistente, sintomas de depressão diminuídos, diminuição de ansiedade, diminuição da pressão sanguínea, aumento de sociabilidade, aumento de autoestima e sensação de melhora e bem-estar”.

Mas é fundamento que o animal não tenha um comportamento agressivo. “Não há restrição do porte do animal, o importante é que o responsável leve o animal na coleira e dentro da caixa de transporte específica para animais”, explica Natália.

Outros hospitais - Por enquanto, a unidade particular é a única que permite a visita de animais. A Santa Casa de Campo Grande informou que há um projeto em andamento na Comissão de Humanização do hospital para permissão da "Cãoterapia". Já o Hospital Universitário recebe cães por meio do projeto Cãoterapia apenas na brinquedoteca da ala pediátrica.

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