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Comportamento

Com Miss Transex Universo nascida em Jardim, candidatas investem no título em MS

Adriany Vital | 24/09/2011 11:40
Manhã de ensaio no Bistrô.
Manhã de ensaio no Bistrô.

No ano passado, no glamour de Paris, um jovem nascido em Jardim foi escolhido Miss Universo Transex. Um luxo de fazer brilhar os olhos das candidatas ao título sul-mato-grossense, entregue na madrugada deste sábado.

Quem concorre, quer projeção nacional e depois mundial, com livre acesso aos eventos para o público gay, realizados a rodo pelo mundo. As vencedoras não são convidadas para inauguração de hospitais ou supermercados, como uma miss convencional, mas além das aparições em boates GLBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transformistas), também viram conferencistas, em palestras sobre a opção de viver fora dos padrões.

De uma só vez, o concurso realizado na Boate Bistrô em setembro elege também a Miss Gay Mato Grosso do Sul. São 13 concorrentes e 5 da Miss Transex.

No ano passado, a Miss Gay MS, Emanuelle Fernandes, ficou entre as três mais belas do Brasil, depois de vencer como representante de Campo Grande na seletiva estadual. O título rendeu participação no programa de TV da apresentadora Eliana e o concurso em Mato Grosso do Sul ganhou mais destaque, mais público, mais candidatas.

Organizador do evento, Frank Rossatte, de 24 anos, já está na 4ª edição. Para ele, apesar de Mato Grosso do Sul ter o título de Miss Universo Transex, “o concurso gay tem mais repercussão por causa da Emanuelle”.

Com um rosto lindo e jeito de mulher, ela fala que ao longo dos anos foi fazendo algumas intervenções no rosto, com aplicação de hormônios e raspagem no osso no nariz. “Ganhei muito reconhecimento e destaque do meu nome no meio. Após o concurso, fui para são Paulo onde participei do programa da Eliana e tive mais mídia. Em 3 anos do concurso Miss Gay Brasil, MS nunca ficou entre as 5 primeiras”

Para conquistar o feito inédito, ela precisou de muita colaboração “Nós não disponhamos de recursos e tudo que usei foi emprestado. Até a Van que nos levou conseguimos emprestada”, conta.

Emanuelle Fernandes, ficou entre as três mais belas do Brasil.
Emanuelle Fernandes, ficou entre as três mais belas do Brasil.
Kauane venceu ontem e já pensa em disputa nacional. (Foto: Divulgação)
Kauane venceu ontem e já pensa em disputa nacional. (Foto: Divulgação)

Miss Gay e Miss Transex - Nos dois casos, são seis jurados que vão avaliar os quesitos beleza, elegância, passarela e simpatia, tanto no Miss Transex, quanto no Miss Gay. As notas vão de 5 a 10 pontos, como pontuação especial para o traje gala, que vale mais que o de maiô para as transexuais.

As regras para concorrer tem uma diferença básica entre os transexuais e os gays. Para quem assumiu o corpo feminino são permitidas intervenções cirúrgicas, como próteses de silicone. No concurso gay isso é proibido. Também é preciso ser natural do estado ou estar morando nos últimos doze meses.

Os transexuais vieram de Anastácio, Bela Vista, Campo Grande, Sidrolândia e Deodápolis. Já os gays são de Bonito, Jardim, Maracaju, Miranda, Nova Andradina, Ponta Porã, Sonora, Ribas do Rio Pardo, Taquarussu, Terenos e Três Lagoas.

O nome de batismo é Jeovane Dias, nascido em Campo Grande, mas como Beatriz Joyce representa Terenos no Miss Gay 2011. “Busco minha realização pessoal e externa. Quero provar para as pessoas que posso ser uma pessoa comum e a noite se transformar em uma mulher”, argumenta.

De dia, ele se veste como homem e trabalha em uma empresa de informática. Para assumir outro papel, usa cabelos longos loiros e lentes azuis durante os shows.

Miss 2011 - Sérgio Magalhães é Kauany Mota, de 19 anos, e concorreu pela segunda vez. Dessa vez, foi a vencedora.

Antes da grande noite, durante ensaio no Bistrô, contou que os preparativos começam uma semana antes, quando depila todo o corpo.

Para montar a produção, diz levar em média apenas 30 minutos. A agilidade vem da experiência dos shows como transformista.

Na passarela, desfila com cabelos longos, loiros, além das lentes verdes e um objetivo na cabeça. “Quero vencer o concurso nacional que será realizado em 2012 em Juiz de Fora (MG)”

“A gente só não ganha dinheiro. Tô gastando horrores neste concurso, R$ 5 mil” avalia.

Para sustentar o sonho, ela trabalha como maquiadora e faz shows como transformistas.

Concorrente de Três Lagoas, ela escolheu um vestido avaliado em R$ 40 mil, garante. “Aluguei em um ateliê em São Paulo, que produz peças exclusivas”.

A inscrição para o concurso nacional custa R$ 600, enquanto o estadual sai por R$ 50 reais.

No ano passado, Daniele venceu Missi Universo Transex.
No ano passado, Daniele venceu Missi Universo Transex.
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