Da roça à universidade: uma vida transformada pela educação
Não e só pelos quase dois metros de altura que se pode afirmar que Adriano Pereira Santana é um grande sujeito.
Não e só pelos quase dois metros de altura que se pode afirmar que Adriano Pereira Santana é um grande sujeito. Aos 23 anos, a trajetória do aluno egresso da escola municipal Barão do Rio Branco em busca do conhecimento impressiona.
Na infância, caminhava 3 km para assistir as aulas em Rochedinho. Enfrentava chuva, sol e a desaprovação da família. Fora da escola, trabalhava no campo com o pai, capataz de uma fazenda.
Para a maioria, o ensino fundamental era o limite. Mas não para Adriano. Agora, o objetivo estava a 18 km de distância, em Furnas do Dionísio, local mais próximo onde poderia cursar o Ensino Médio.
As aulas eram apenas uma vez por semana, aos sábados. Sem livros nem internet em casa, o rapaz teve que se esforçar. “Ia para Campo Grande e passava o dia estudando na biblioteca do Horto”.
O novo desafio veio com a aprovação no vestibular para educação física na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco). “Comecei a trabalhar como auxiliar administrativo na escola, mas a mensalidade era R$ 734, e recebia R$ 570”, recorda.
O estudo só prosseguiu porque Adriano obteve bolsa social, com redução de 50%. A trajetória teve a providencial ajuda do diretor da escola rural, que deu oportunidade de trabalho e incentivo. “Primeiro agrdeço a Deus, depois a ele”, afirma, ao lado de Ernestino Antônio de Oliveira.
A aposta nos estudos levou o jovem ao Rio Grande do Norte, como um dos selecionados do projeto Rondon. “De 11 mil alunos da universidade, foram escolhidos oito”. A consagração já tem data marcada. “Vou me formar no dia 16 de dezembro. Às vezes me lembro de quando era menino e tudo não passava de um sonho”, rememora.
