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Consumo

As lições de quem precisou preparar o próprio casamento à distância

Paula Maciulevicius | 05/11/2014 06:21
Ela campo-grandense, ele gaúcho de São Luís Gonzaga. Depois de um namoro de 5 anos, eles decidiram trocar as alianças. (Foto: Hugo Dalpizol)
Ela campo-grandense, ele gaúcho de São Luís Gonzaga. Depois de um namoro de 5 anos, eles decidiram trocar as alianças. (Foto: Hugo Dalpizol)

Os planos começaram aqui para um "sim" que viria a mais de 1 mil quilômetros de distância. Entre troca de e-mails, leitura de blogs locais e com a ajuda dos conterrâneos, é que as noivas conseguem pensar e planejar um casamento, mesmo morando em outra cidade.

Quando o destino muda até o que está programado - como o fato de elas entrarem numa cidade solteiras e saírem de lá casadas - o Lado B hoje reservou a paixão que tem por casamentos para contar relatos de quem preparou o grande dia na modalidade à distância.

Suleide Fabiana e Eduardo Barrera se conheceram aqui mesmo. Ela campo-grandense, ele gaúcho de São Luís Gonzaga. Depois de um namoro de 5 anos, eles decidiram trocar as alianças em 2012. O ano anterior foi exclusivamente dedicado aos preparativos. O tempo, para quem não está no mesmo mapa do convite, é peça fundamental nesta história.

Como eles sempre passavam as férias na cidade, a noiva já conhecia os lugares bonitos e cobiçados pelos casais. O fato da família de Eduardo ser bem maior do que a de Fabiana também pesou na escolha e os dois acabaram por optar em convidar os amigos para testemunharem o sim lá pelas bandas gaúchas.

Decoração e buffet foram acertados por e-mail. (Foto: Hugo Dalpizol)
Decoração e buffet foram acertados por e-mail. (Foto: Hugo Dalpizol)
Como a família dele era maior, foram eles que receberam a família dela. (Foto: Hugo Dalpizol)
Como a família dele era maior, foram eles que receberam a família dela. (Foto: Hugo Dalpizol)

"Nós decidimos e começamos a correr atrás de tudo. Tudo foi feito por lá", conta Fabiana. A cidade é pequena e então eles já tinham em mente o local da festa. Mas também era só isso. Decoração e buffet foram acertados por e-mail. "No meio do ano nós fomos a São Luís e fizemos o contato, mas eu contei bastante com a ajuda da minha sogra que reside lá", compartilha a noiva.

As referências de buffet já vinham da família do noivo, mas só na semana que antecedeu a cerimônia é que eles foram fazer a degustação. "Minha sogra me passou a lista, entrei em contato, vi no site, conversei com outras noivas, era tudo assim", descreve Fabiana. A internet veio como grande aliada na hora de ver detalhes de casamentos passados e também ler depoimentos dos clientes. "A única coisa que foi daqui foi o meu vestido e o noivo, mas o noivo ainda é de lá, só estava por aqui", brinca.

Para garantir que fornecedores estivessem encaminhados, o casal chegou uma semana antes do casamento. Para os desesperados, ainda é pouco tempo, para eles foi o suficiente, porque tinham a ajuda da dona Carmem, mãe do noivo. O casamento aconteceu em dezembro de 2012 e saiu exatamente como Fabiana e Eduardo planejaram. "Não tive nenhum problema com nada. Decoração, com cor, tecido, nada. Meu casamento foi o último do dia, eram três, mas deu tudo certo: a igreja, o salão", conta. A festa foi para 170 convidados, cerca de 50 deles que saíram daqui para o Rio Grande. Outro ponto que precisa ser pensado é quanto à acomodação dos amigos e familiares que vêm de longe.

"A minha sogra têm casas que ela aluga, então reservou uma casa grande, colocou o mínimo de móveis possíveis para alguns convidados que optaram ficar lá e o restante, foi para um hotel. Disponibilizei um site onde tinha uma lista dos hotéis que eu consegui desconto", relata Fabiana. Depois do "sim", a lua-de-mel deles foi acompanhada de amigos até Florianópolis. E de quebra, o trabalho teve um grande ponto compensador: casar lá saiu a metade do preço que seria casar aqui. "Lá é bem mais barato. Casar aqui, ia sair uma média de R$ 40, R$ 50 mil", acrescenta Fabiana.

Juliana e Diogo se casaram em abril deste ano, depois de mais de 1 ano de planejamento e três endereços. (Foto: Eurides Aoki)
Juliana e Diogo se casaram em abril deste ano, depois de mais de 1 ano de planejamento e três endereços. (Foto: Eurides Aoki)

Uma noiva, um casamento e três cidades - Com a funcionária pública Juliana Rezende da Silva Albuquerque, de 28 anos, os preparativos para se casar passaram por três endereços. De Rondonópolis, ela conheceu o noivo - hoje marido - aqui em Campo Grande, morou com ele em São Paulo, onde os planos começaram, se mudou para Cuiabá, disse o "sim" na terra dos pais e hoje voltou à Capital.

Casada há sete meses, a cerimônia aconteceu em 2014, mas já estava sendo pensada desde o final de 2012, com a certeza de que seria na cidade da família da noiva. Durante as férias, logo depois de começar a por os planos em prática, Juliana viajou a cidade natal com a intenção de levantar orçamentos.

"Na minha cidade não tem uma vasta opção de prestadores de serviço e como lá todo mundo conhece todo mundo, eu já sabia o decorador, o buffet, o lugar", conta. A moradia em São Paulo era para a especialização do noivo, em seguida eles se mudaram para Cuiabá, mais próximo da cidade onde o "sim" seria dito. "Com o tempo eu ia pesquisando blogs de casamento, quando ia falar com fornecedor já era direto. Eu que vi tudo basicamente", narra.

O casamento aconteceu na Páscoa deste ano, no sábado, dia 19. O dia anterior era feriado e o casal só chegou em Rondonópolis na véspera. "Eu fiquei bem tranquila, bem relax. Tive amiga que se casou na mesma cidade e surtou bem mais que eu", brinca.

Festa foi organizada pela noiva em Rondonópolis, para 400 pessoas. (Foto: Eurides Aoki)
Festa foi organizada pela noiva em Rondonópolis, para 400 pessoas. (Foto: Eurides Aoki)
A escolha de se casar em Rondonópolis foi por ser a cidade natal da noiva. (Foto: Eurides Aoki)
A escolha de se casar em Rondonópolis foi por ser a cidade natal da noiva. (Foto: Eurides Aoki)

Na prática - A primeira dica que ela passa para as noivas à distância é a confiança na escolha dos profissionais. "O essencial e que deu certo foi que eu confiava nos meus fornecedores: buffet e decorador, que é o que todo mundo mais teme, de estar totalmente o oposto", descreve. Confiar nos fornecedores é acreditar que cada um tem uma profissão, função e que sabe bem fazer aquilo. "Você contratou, confiou, tem que deixar na mão. E minha mãe e irmã, qualquer coisa que eu pedisse, elas ajudavam", completa Juliana.

Como o casal passou por vários endereços e consequentemente fez amigos de Norte a Sul do País, tinham convidados do Nordeste, Rio de Janeiro, Manaus, Goiânia e por aí vai. Juliana pensou até na chegada deles no hotel, as lembranças que seriam deixadas nos quartos e a van que faria o transporte. Todos ficaram hospedados no mesmo hotel, o que facilitou o transporte.

"Nos salões, eu tinha uma lista de quem ia se arrumar e passava para a minha mãe marcar, fulana vai fazer isso, isso", lembra.

O único ponto o qual Juliana não abriu mão foram os itens de papelaria. Os papeis, a fonte das letras e as cores foram acompanhadas de perto. "É alterar arte, precisar de mais 50. Não dá para fazer pela internet, é a única coisa que não indico mesmo. Às vezes é uma cor no site e pessoalmente não é", exemplifica.

De Campo Grande, Juliana levou a equipe do fotógrafo Eurides Aoki. Abaixo, o teaser do casamento que foi exibido durante a festa:

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