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Diversão

Ao lado da literatura brasileira, novo espetáculo fala de família e religião

“Tragédias.BR” é espetáculo que também lembra da imprensa que no atual cenário é chamada por aí ‘mentirosa’

Thailla Torres | 07/01/2020 07:02
Espetáculo discute família, religião e imprensa na sociedade contemporânea brasileira.
Espetáculo discute família, religião e imprensa na sociedade contemporânea brasileira.

Estreia nesta quarta-feira (8) a peça “Tragédias.BR”, espetáculo que discute família, religião e imprensa na sociedade contemporânea brasileira. A montagem traz as tragédias que permeiam o cotidiano, inspiradas em três obras da literatura dramática nacional. A programação segue até o dia 19. 

O Grupo Casa traz uma análise da sociedade atual, baseando-se em três obras nacionais: "Eles Não Usam Black Tie" de Guarniere (1958), "O Beijo no Asfalto", de Nelson Rodrigues (1960) e "O Pagador de Promessas", de Dias Gomes (1960).

“Temos três espetáculos que são de uma mesma geração, anos 1950/1960. São espetáculos que têm uma temática nacional. Nelson Rodrigues fala da classe média carioca e da relação com a imprensa e distritos policiais, da hipocrisia e todo o verme exposto pela sociedade pequeno burguesa carioca. Já com Guarniere, temos o pano de fundo que é a favela brasileira e em "O Pagador de Promessas”, temos a Bahia e o sincretismo religioso”, detalha o diretor e ator Fernando Lopes Lima.

É a partir destes pilares temáticos: imprensa, religião e família, que o Grupo Casa começou as pesquisas para conceber um espetáculo que fosse "didático, político e crítico, mas também divertido e com uma estética provocante", afirma.

Para alcançar esses objetivos, o grupo se juntou ao diretor Marcelo Flecha, da Pequena Cia (MA) e também ao cenógrafo Bruno Atra. “Essas duas figuras se somam a nós com intuito de encontrar caminhos interessantes e teatrais para nosso novo espetáculo. O resultado já começa a aparecer, temos um texto sendo criado e cheio de interrogações reflexivas sobre em que país queremos viver depois destas trágicas experiências”, comenta Fernando.

“O mérito de ser atual desses textos não é só de seus autores, mas também um demérito da sociedade, que não avançou praticamente nada. Ainda podemos discutir a religião como ‘achatante’, a imprensa como ‘mentirosa’, detonadora de conflitos e a hipocrisia familiar”, sintetiza o diretor.

O cenário é divido em duas partes, mais próximo À plateia fica uma casa envelhecida, abandonada e que precisa de reparos, uma alusão ao país. E mais ao fundo, está uma dimensão do futuro, subjetivo, o mundo onde surgem as ideias, os avanços. Seus figurinos são todos inspirados em black-Ties. A trilha sonora foi baseada na nova MPB, e vai de funk a música erudita.

O espetáculo fica em cartaz entre os dias 8 e 19 de janeiro. São duas sessões por dia, às 19h e às 21h30, na sede do Grupo Casa, localizada na Travessa Nelson Tabelião Pereira Seba, 8. A entrada custa R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia).

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