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Diversão

Carol leva síndrome de down á avenida como porta-bandeira dedicada

História com o carnaval começou quando a moça tinha 7 anos e foi levada para desfilar na avenida pelo tio avô

Guilherme Henri | 03/03/2019 20:41
Carol durante desfile de bloco no Carnaval de Corumbá (Foto: Acervo Pessoal)
Carol durante desfile de bloco no Carnaval de Corumbá (Foto: Acervo Pessoal)

Nas mãos de Ana Carolina Queriroz Rodrigues, a “Carol”, de 29 anos, a bandeira do bloco "Os Intocáveis" de Corumbá – a 419 km da Capital - recebe o balanço de quem acima de qualquer coisa ama o carnaval, tem muito samba no pé e leva a sério a responsabilidade de representar não só os foliões mais também todas as pessoas com síndrome de down.

“Eu amo muito o carnaval e dançava muito com o meu vovô ‘Bigode’”, diz a porta bandeira ao Campo Grande News.

A jovem se refere ao tio avô já falecido, que conforme a mãe da garota, a psicopedagoga Rosana Queiroz, é o verdadeiro responsável pela história entre Carol e o Carnaval.

Hoje com 29 anos, Carol desfila no carnaval desde os 7 (Foto: Acervo Pessoal)
Hoje com 29 anos, Carol desfila no carnaval desde os 7 (Foto: Acervo Pessoal)
Carol com fantasia antes de desfile em Corumbá (Foto: Acervo Pessoal)
Carol com fantasia antes de desfile em Corumbá (Foto: Acervo Pessoal)

“Quando pequena Carol sempre gostou do Carnaval. Eu ficava com muito medo de levá-la, pois ela só tinha 7 anos e sempre tem muita gente que bebe. Mas, meu tio percebendo o encanto dela pela festa a levou, e ainda fez com que ela desfilasse do seu lado na avenida”, relata a mãe, que é de Campo Grande e hoje representa a entidade "Pro d Tea", ligada as causas de pessoas com deficiência.

Dos 7 até a adolescência Carol contava os dias para poder desfilar e sambar ao lado do tio avô. Porém, após uma noite de carnaval como em tantas outras os dois sambariam juntos pela última vez.

“Carol desfilou como sempre ao lado do ‘vovô Bigode’, porém na manhã seguinte ele sofreu um infarto e morreu”, detalha Rosana.

Como para todos, o luto caiu sobre à família, porém mesmo sozinha Carol não deixou de honrar a memória do querido vovô e voltou a avenida. Porém, agora como porta bandeira.

Carol completa todo o trajeto do desfile com muito samba no pé e sem deixar a bandeira cair (Foto: Acervo Pessoal)
Carol completa todo o trajeto do desfile com muito samba no pé e sem deixar a bandeira cair (Foto: Acervo Pessoal)

“O convite veio da antiga porta bandeira. O surpreendente é que só de seguir instruções e olhar como se fazia ela fez tudo direitinho. Nunca precisou de aulas especiais”, diz a mãe.

Além disso, Carol leva a sério a responsabilidade. Roda a bandeira do bloco sem perder o gingado e muito menos o samba no pé. “Ela atravessa toda a avenida e nunca deixou a bandeira cair. Depois como qualquer um dorme quase um dia inteiro para repor as energias”.

Carol já desfilou para diversos blocos e hoje (3) está com a mãe em Corumbá – um dos carnavais mais famosos do Estado – onde desfilou no sábado. Veja o vídeo:

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