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Diversão

Casório do Ano agora é itinerante e primeira parada será em coreto de 91 anos

Paula Maciulevicius | 02/06/2016 06:05
Coreto foi construído em 1925, logo que a região foi desenhada. (Fotos: Alcides Neto)
Coreto foi construído em 1925, logo que a região foi desenhada. (Fotos: Alcides Neto)

Antes de ser da Praça Cuiabá, ele já estava ali. Erguido em 1925, o coreto praticamente nasceu com a região, quando se iniciou o traçado das ruas e começaram as construções dos quartéis e da Vila Militar. A estrutura era apenas detalhe do entorno das vias que se encontram até hoje, 91 anos depois: Dom Aquino, Marechal Rondon, Duque de Caixas e Sargento Cecílio Yule. E é ali que o Campo Grande News vai prender as bandeirinhas da festa que é presente do portal para a cidade. O Casório do Ano agora é itinerante, quer ocupar com arte e diversão espaços públicos, e começa do alto do lugar que tem de beleza o mesmo que de história.

No calendário, a quarta edição do Casório mudou de junino para julino. Será no dia 2 de julho, um sábado, das 18h às 23h. A festa é gratuita, com a banda Forró Zen, artistas convidados e os meninos do grupo de teatro Chico Maria como mestres de cerimônias. Mas só tem graça mesmo se tiver o público, nossos leitores, gente que gosta de sorrir. Por isso, a gente começa hoje a divulgação para, junto com o Lado B, vocês embarcarem na contagem regressiva. Falta um mês certinho!

Seu Aldo, um dos mais tradicionais moradores da região, defende e vai fazer propaganda do Casório.
Seu Aldo, um dos mais tradicionais moradores da região, defende e vai fazer propaganda do Casório.

Do coreto a gente já falou, mas e a praça que nasceu em volta dele? Ela só veio em 1960, na mesma década em que seu Aldo se mudou. Você deve conhecê-lo, nem que seja de vista. É o simpático senhor que vende frutas no caminhão parado ali. "O coreto deve ter mais de 80 anos, sei porque uma vez foi restaurado e falaram a data da construção, mas já faz tempo... Então deve estar na faixa dos 90", chuta Aldo Bartolomeu de Moraes, de 63 anos. E acerta!

Morador do bairro Amambai desde 1969, há 16 anos ele também trabalha na região. Depois de um infarto, passou a vender cachorro-quente na esquina de casa. Do coreto, tem a lembrança musical, de bandas e apresentações militares, até os shows que a cidade realizava ali. "Era gostoso de viver e se de ver. Coisa linda, mas faz tempo que não tem. É uma reivindicação antiga minha, nossa, eu até já me cansei", brinca.

O que o colorido da praça, com degraus azuis, detalhes vermelhos e corpo amarelo representam? "Tudo. É a cidade, é o folclore e a cultura, mas a gente não vive a cidade onde a gente vive, não é mesmo?" pergunta.

E quem compartilha do mesmo pensamento é o amigo, professor e arquiteto, Ângelo Arruda. A praça, até na aparência está um pouco esquecida, mas tem localização privilegiada, num cruzamento de ruas, cujo movimento foi alterado significativamente. "Tem qualidades urbanísticas e ambientais fantásticas. Trazer a população de volta, dando luz num evento público, é uma importância enorme para essa ocupação", avalia.

O que o colorido da praça, com degraus azuis, detalhes vermelhos e corpo amarelo representam? (Foto: Alcides Neto)
O que o colorido da praça, com degraus azuis, detalhes vermelhos e corpo amarelo representam? (Foto: Alcides Neto)

E foi para os moradores que o Lado B, em primeira mão, contou que o coreto será palco do Casório. "Está na hora de ocupar de novo e a festa vai deixar nós, moradores, felizes. Para falar a verdade, eu gosto de tudo numa festa junina/julina, mas principalmente do quentão", se anima o agente funerário, Márcio Pereira dos Santos, que dos 44 anos de vida, 38 deles foram ali, perto da Praça, onde foi criado brincando e hoje vê a segunda geração ocupar. 

Na porta de casa, a recepcionista acorda e vê do portão, o coreto. Alessandra Peres, de 45 anos, nasceu e se criou vendo mais do que um ponto turístico, um lugar para receber shows e festas. "Eu gosto de tudo que é festa. Vai ter aqui? Olha, que coisa maravilhosa", vibra.

Recepcionista, Alesssandra, pergunta: será mesmo aqui? (Foto: Alcides Neto)
Recepcionista, Alesssandra, pergunta: será mesmo aqui? (Foto: Alcides Neto)
Agente funerário apoia a ocupação de espaço belo e tão vazio. (Foto: Alcides Neto)
Agente funerário apoia a ocupação de espaço belo e tão vazio. (Foto: Alcides Neto)
Até o Papai Noel promete aparecer no Casório. (Foto: Alcides Neto)
Até o Papai Noel promete aparecer no Casório. (Foto: Alcides Neto)

O que ela sabe da história é o que ouve e leva adiante, mora em frente à Cabeça de Boi, como o local é mais conhecido. Quando foi construída, a Praça Cuiabá passou a ser chamada assim e sabe por que? Um açougueiro da região resolveu explorar o comércio fazendo propaganda da casa de carnes com uma carcaça de cabeça bovina espetada na porta.

A história da cidade nos conta que o local também era sede de grandes atividades comerciais e culturais e onde os fazendeiros se reuniam com os rebanhos de gado. A "Cabeça de Boi", que mudou de lugar, é um dos pontos turísticos de Campo Grande, assinada por ninguém menos que Humberto Espíndola.

Temos todos os motivos para escolher o novo endereço da festa. Então, anote aí! Dia 2 de julho, sábado, das 18h às 23h, na Praça Cuiabá. Com todo o cardápio de comidas típicas e algumas novidades que vocês saberão acompanhando a gente, aqui no Lado B. Tem também as brincadeiras que já são tradição de festa de São João: simpatia para arrumar marido, barraca do beijo e bolo de Santo Antônio, cheinho de aliança. vamos improvisar a quadrilha, fazer leilões e até casamento de verdade! Isso para quem quiser, sô?!

E até Papai Noel estende o convite. "O coreto é uma obra formidável, mas hoje serve de moradia para bandido. Se eu gosto de festa? De tudo, junina, julina e de Natal. Tem de vir todo mundo", chama Roberto Ribeiro de Oliveira, de 63 anos, que tem um bar com nome do bom velhinho em frente à praça.

Desde já, agradecemos os apoios do governo de Mato Grosso do Sul, da Prefeitura de Campo Grande e as parcerias da Contexto Mídia e da agência  Midia Nova.

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Quadrilha do Casório de 2015. Vamos repetir a dança? (Foto: Arquivo)
Quadrilha do Casório de 2015. Vamos repetir a dança? (Foto: Arquivo)
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