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Diversão

Com nome francês e jeito mineiro, Isabeau foi um dos bares da moda nos anos 90

Naiane Mesquita | 18/02/2016 06:34
Silvio Nucci ainda se emociona ao entrar no prédio onde em 1994 foi o Isabeau (Foto: Fernando Antunes)
Silvio Nucci ainda se emociona ao entrar no prédio onde em 1994 foi o Isabeau (Foto: Fernando Antunes)

Ao entrar no endereço do bar que comandou durante três anos, o Isabeau, a emoção bate em Silvo Nucci. “Fico arrepiado”, diz, ainda buscando as palavras certas. "São muitas lembranças". Atualmente uma barbearia, o espaço guarda uma história de longa data e de muitos nomes de bar: "Confidência Mineira", Acustic e Voodoo. Tudo foi praticamente modificado, mas um velho balcão estilizado faz as honras do passado.

“É incrível entrar aqui, toda vez eu fico desse jeito”, diz o empresário ao lembrar do Isabeau, bar com nome de mulher, o mesmo de Michelle Pfeiffer no filme de 1985, O Feitiço de Áquila, personagem que de dia virava falcão e só voltava ao corpo humano durante a noite.

Um dos donos do Park’s Burguer há 35 anos, ele relembra que na década de 90 teve vontade de abrir um local para quem gostava da noite.

“Eu comprei quando o lugar era o bar Confidência Mineira. Fui o terceiro dono do espaço. Na época, nós já tínhamos o Park’s, mas estávamos com o desejo de entrar na noite. O Isabeau tinha uma decoração rústica porque mantemos o estilo do Confidência. Era uma espécie de cachaçaria, tinha 100 tipos de cachaça”, explica.

O interior de onde um dia foi o bar Isabeau (Foto: Fernando Antunes)
O interior de onde um dia foi o bar Isabeau (Foto: Fernando Antunes)

A inauguração foi em 1994, com direito a móveis rústicos, moedor de café, mesas e muita música popular brasileira, uma paixão do proprietário. “Tocaram lá a Maria Alice, Jerry Espíndola, Orlando Brito, Beco, Adriano. A noite começava às 19 horas e seguia até de madrugada. Tinha comida mineira também, as porções tradicionais e um carreteiro com ovo frito”, ri.

O sucesso fez que com o Isabeau superasse as expectativas de público. Onde cabia 150 pessoas, costumava ter 250. “Tinha mesa, balcão, música. Todo mundo se conhecia, era igual é hoje no Park’s, algo familiar. Eu queria que o bar fosse uma extensão da sua vida, um ponto de encontro para os amigos”, observa Silvio.

Depois de tanto tempo, a noite, para ele, não mudou. “As pessoas às vezes ficam saudosistas, acreditam que antigamente era melhor. Eu acho que sempre é bom. As pessoas sempre buscam se divertir, comer uma boa comida, beber, buscam a felicidade”, acredita.

Silvio tocava o bar com dois sócios, Benjamin Duarte e Roberto Romeu Ramos. “Eu ficava mais no bar porque era o administrador. Permanecemos durante três anos e depois vendemos o ponto. Virou outro bar, o Ocê e Eu. Depois seguiram outras casas, o Acustic, por exemplo”, descreve.

A venda do Isabeau aconteceu mais ou menos como a história de muitos bares. "Foi moda durante muito tempo, mas os bares, a noite, ela é cíclica. Foi uma época gostosa, mas era muito cansativo. Preferimos continuar só com o Park's, que na época já tinha mais de 10 anos", explica.

Atualmente, o bar é uma barbearia, a 262 Kustom Shop, na rua 13 de junho, 945. A proprietária do lugar, Camila Basso, 36 anos, é uma fã do local. “Eu vinha com meu pai quando era Confidência Mineira. Depois no Isabeau e por fim, no Voodoo. Acho que essas paredes carregam muita história. Era muito bacana naquela época do Isabeau, eu era adolescente, deveria ter uns 14, 15 anos de idade”, relembra Camila.

Para ela, o melhor são as histórias dos clientes. “Esses dias, um grupo de pessoas participou de um evento particular aqui e ficaram durante muito tempo relembrando dos bares, dos momentos que viveram. Comentavam que o lugar tinha um sofá, o balcão era em outro ponto. É emocionante”, lembra.

A frente mudou muito ao longo do tempo, mas continua inesquecível (Foto: Fernando Antunes)
A frente mudou muito ao longo do tempo, mas continua inesquecível (Foto: Fernando Antunes)
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