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Diversão

Com pandemia varrendo tudo, o que sobra de balada para Campo Grande?

Conversamos com sócios que ainda insistem no entretenimento e juram que não vão fechar as portas até tudo voltar ao normal

Thailla Torres | 05/08/2020 06:49
Saudade de uma fila na frente da balada, né, minha filha? (Foto: Thiago Costa Fotografias)
Saudade de uma fila na frente da balada, né, minha filha? (Foto: Thiago Costa Fotografias)

Em cinco meses os proprietários de casas noturnas e espaços de eventos em Campo Grande se viram sem saída diante da pandemia até que resolveram bater o martelo e fechar de vez seus estabelecimentos. Foi assim com os tradicionais Bom D+ e Clube da Amizade, o bar com baladinha alternativa Brava e recentemente a casa noturna sertaneja mais modinha da cidade, a Valley. Com a ‘era coronavírus’ varrendo tudo, a pergunta que fica é: o que sobra para o campo-grandense quando tudo isso passar?

A impressão que dá é que a retomada pós-pandemia vai ser uma ótima oportunidade para investir em rolês, principalmente para quem tem uma ideia boa e grana guardada. E quem tinha estabelecimento não vai querer voltar tão cedo, talvez, por estar sem dinheiro ou até traumatizado.

Apesar da preocupação com os rumos dos negócios, conversamos com alguns sócios que ainda insistem no entretenimento e juram que não vão fechar as portas até tudo voltar ao normal.

Que a cidade tem um público LGBT jovem bastante represado isso não é novidade, há anos o entretenimento para essa turma é escasso e poucas casas permanecem. Antes mesmo da pandemia os clientes ficaram sem a Pink Lemonade, o antigo SIS, que fechou as portas em fevereiro. Hoje, o que resta, se até lá nenhum dono mudar de ideia, é a boate Daza e a Non Stop, mais conhecida como Non.

Apesar do fechamento de mais de seis meses, o empresário Giulliano Daquana, 40 anos, optou por manter a Daza e diz que até vai investir em reforma para a casa noturna voltar reestruturada, mesmo sem muitas perspectivas. “Eu vou segurar as pontas, sei que tem um monte de gente fechando e não está conseguindo abrir, mas eu não vou desistir”, diz.

Quatro estabelecimentos de pagode e sertanejo prometem continuar. (Foto: Reprodução Facebook Bartholomeu)
Quatro estabelecimentos de pagode e sertanejo prometem continuar. (Foto: Reprodução Facebook Bartholomeu)

No mesmo ponto há seis anos, a casa fechou no fim de fevereiro logo que a pandemia surgiu nos noticiários, mas até o momento nada parece tirar o otimismo do empresário. “A casa vai continuar com a mesma proposta. Sei que estamos em um período caótico, que o pico será agora, mas acredito não será para sempre, sou otimista e tenho muitos projetos para a casa”, promete.

O fechamento de agora não tem sido tarefa fácil para o empresário da Non, Rodrigo Jel, 38 anos, mas ele também jura que casa terá continuidade após a pandemia e totalmente reformulada. “Permanecerá para o público LGBT, mas pretendo melhorar em muitos quesitos, desde organização até decoração da boate, com algo mais marcante”, diz.

Mas ao lembrar da dificuldade que é fazer o campo-grandense pegar no tranco para a vida noturna em Campo Grande e evitar que os negócios por aqui sejam passageiros, ele acredita que a retomada vai exigir muita paciência. “Eu acho que no primeiro momento vamos passar por uma fase de adaptação. Muita gente vai ficar receosa de sair para uma balada fechada. Será um novo processo para o entretenimento”, afirma.

O empresário Paulo Mello que tem quatro casas noturna na cidade, o Jeremias, Lord Pub, Nortão e Bartholomeu, também reclama do que considera um dos tempos mais difíceis da carreira de empresário e 53 anos de vida. “Infelizmente só tem que aceitar e respeitar as regras. Se fosse liberado pelo menos até meia noite eu abriria, mas antes disso não tem como, o jeito é continuar pagando aluguel de portas fechadas”.

Apesar do susto vivido nos últimos meses com a falta de faturamento, ele comenta que não vai desistir porque parte de suas casas ficam na periferia da cidade e lá vale todo o investimento. “Tenho meu público e essas pessoas não merecem ficar sem entretenimento depois que tudo isso passar. Então eu vou lutar pra manter tudo aberto, até agora fechamento não passa pela nossa cabeça”, diz.

Ele lembra da lotação de seus estabelecimentos no início do ano e os planos que fez para cada casa com tristeza. “É uma pena, infelizmente não temos muitas perspectivas no momento e é uma tristeza para o setor ver tantos colegas fechando as portas. Só me resta ter esperança”.

O Lado B tentou falar com o proprietário do Blues Bar para saber os rumos da casa noturna localizada na Rua 15 de Novembro, mas ele não atendeu.

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