ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 22º

Diversão

Itinerante, rolê punk aposta em centro comunitário para show com bandas de fora

Paula Maciulevicius | 16/10/2016 08:47
Neste sábado, a segunda edição do "Caos Cultural" trouxe até bandas de fora ao centro comunitário do Estrela do Sul. (Foto: Alcides Neto)
Neste sábado, a segunda edição do "Caos Cultural" trouxe até bandas de fora ao centro comunitário do Estrela do Sul. (Foto: Alcides Neto)

Já foi no Vai ou Racha, no Holandês Voador, no centro comunitário do Aero Rancho e agora no Conjunto Estrela do Sul. De forma itinerante, os rolês punks acontecem pela Capital para mostrar que dá para reunir arte em qualquer lugar. Neste sábado, a segunda edição do "Caos Cultural" trouxe até bandas de fora.

Uma das organizadoras do evento, Gabriela Fernandes, de 32 anos, define o estilo como um "faça você mesmo", próprio do cenário independente. "É um evento sobre a cultura punk, com comidas veganas, uma feirinha, bandas e até roda de capoeira", resume a programação.  A entrada, além do valor de R$ 10,00 era 1 quilo de alimento não perecível que será destinado para a comunidade indígena de Dourados. 

Quem abriu a noite foi a banda campo-grandense, Commando 77, seguido da Intervenção, Weirduo (de São Paulo), Toca fitas, Resistência Suicida (de Corumbá) e fechando a noite, Deserdados, também de São Paulo.

Exposição da Pikareta Produções. (Foto: Alcides Neto)
Exposição da Pikareta Produções. (Foto: Alcides Neto)
Camisetas de banda à venda. (Foto: Alcides Neto)
Camisetas de banda à venda. (Foto: Alcides Neto)

O público é formado basicamente por quem acompanha o cenário há anos. "Tem professores, gente que está se formando. É mais a classe operária e a galera que curte e quer sair da rotina do que as mídias mostram", resume  Jeferson Bononi, de 30 anos, integrante da banda Intervenção.

Com camisetas e CD's da banda, ele fala que há também que vá movido pela curiosidade, de saber de um "rolê diferente". "Aqui é tudo punk rock, às vezes a gente mescla e faz heavy metal também. Mas é sempre um negócio fora do padrão. Quem tem menos voz, é quem acaba tocando", descreve.

A mudança de endereço também é para evitar a "opressão". "E mostrar que a cidade tem espaço. Se fica num lugar só, vem a opressão e qualquer lugar dá para fazer e mostrar que a arte existe", ressalta. Além da música, a arte também estava nos murais, com a exposição de Gabriel Sossai, do Produções Pikareta.

Vizinha que ao invés de se incomodar com barulho, foi conhecer de perto a festa. (Foto: Alcides Neto)
Vizinha que ao invés de se incomodar com barulho, foi conhecer de perto a festa. (Foto: Alcides Neto)
Vocalista e guitarrista da Deserdados, Lambão elogia união punk na Capital. (Foto: Alcides Neto)
Vocalista e guitarrista da Deserdados, Lambão elogia união punk na Capital. (Foto: Alcides Neto)

E foi pela curiosidade que a vizinha, Tereza Maria Neves, de 81 anos, se achegou e não foi para reclamar do barulho. "Eu passei e queria ver, me disseram que eu podia. Daí fui em casa, tomei banho, me arrumei e voltei", conta. O bracinho estava 'carimbado', o que dava a ela liberdade de ir em casa e voltar.

"É coisa de jovem, não é? Mas achei bonita essa dança, nunca tinha visto". A "dança" a que se refere a vozinha é a roda de punk. "Eu nunca tinha visto assim pessoalmente, só na TV, queria tirar uma foto", pede. 

Outra coisa que não passou despercebida pela senhorinha, foi o cabelo de Igor. Marceiro, Igor Duarte tem 20 anos e há uma década está nos rolês punks, desde menino mesmo. "Eu pego gelatina incolor, aquele pozinho, misturo na água morna e vira tipo uma pasta. Aí você passa no cabelo da forma que você quiser, assim é spike e enquanto você segura, outro passa o secador", ensina. 

No vocal banda Commando 77, ele fala que a vantagem de se fazer em locais diferentes é de atrair novos públicos. "Não são sempre as mesmas pessoas, aqui mesmo tem bastante gente que eu nunca vi, de bairros diferentes e quanto mais gente vem, mais galera nova se abre, conhece mais", acredita. 

Sobre o punk, ele que tem a banda paulista Calibre 12 como referência, fala que é viver uma vida sem política. "Sem quem mandar em você. Sem religião, sem pátria, sem política". 

Na guitarra e no vocal da banda de São Paulo "Deserdados", Renato, conhecido como "Lambão", conta que quando surgem convites, o grupo não nega. "A cena de São Paulo é muito legal, só que todo mundo já conhece a gente lá. Então sempre é bacana vim para outro lugar", afirma.

Pela primeira vez em Mato Grosso do Sul, a banda já tem 20 anos de estrada. "A cena independente em São Paulo é bem forte e pelo que eu estou vendo, aqui o pessoal é bem unido e isso não acontece lá. Pessoal tem uma imagem de São Paulo, que as coisas acontecem lá, mas às vezes falta um pouco de união, é bem segmentado", avalia Lambão. 

Curta o Lado B no Facebook.

Igor e seu "spike". (Foto: Alcides Neto)
Igor e seu "spike". (Foto: Alcides Neto)
Galera curtindo som. (Foto: Alcides Neto)
Galera curtindo som. (Foto: Alcides Neto)
E batendo cabelo. (Foto: Alcides Neto)
E batendo cabelo. (Foto: Alcides Neto)
Nos siga no Google Notícias