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Lado B

Do bar à lanchonete: você sabe identificar quando a coxinha é boa?

Elverson Cardozo | 20/03/2013 07:00
Coxinha, o petisco brasileiro é um dos mais consumidos em Campo Grande. (Foto: Vanderlei Aparecido)
Coxinha, o petisco brasileiro é um dos mais consumidos em Campo Grande. (Foto: Vanderlei Aparecido)

Na lanchonete de Rosimeire Ramalho dos Reis, o cliente tem à disposição pelo menos 25 opções de salgados todos os dias, mas a coxinha é, sem dúvida, o carro chefe da casa. As unidades postas à venda no balcão – cerca de 100 ao dia – acabam cedo, às vezes, antes mesmo do almoço.

O petisco, tipicamente brasileiro, é um dos preferidos entre os campo-grandenses e é encontrado em todo canto, do centro aos bairros. Virou opção prática para festas e coffee breaks. É pedida certa na maioria dos botecos.

Mas você sabe identificar uma coxinha de qualidade? Sabe quando ela “vale a pena”? O julgamento começa, geralmente, pela “cara” – do salgado e do comércio -, mas, como diz o ditado popular, “as aparências enganam”.

Salgadeira há 20 anos, Rosimeire costuma sair para testar – e provar – os serviços da concorrência. Outro dia encheu os olhos com uma coxinha gigante, mas se decepcionou logo que deu a primeira mordida. A massa de trigo, para ela, acabou com o salgado.

Para não correr o risco de perder a clientela antiga, que já se acostumou com a “versão original”, a salgadeira não dispensa, em hipótese alguma, a massa de mandioca. O segredo, revela, está associado à qualidade da raiz, que deve ser boa de cozimento.

Para Rosimeire, segredo a massa da coxinha deve ser de mandioca. (Foto: Vanderlei Aparecido)
Para Rosimeire, segredo a massa da coxinha deve ser de mandioca. (Foto: Vanderlei Aparecido)

Mas há outros truques. Na receita dela, caldo de galinha diluído no leite acaba fazendo toda a diferença. O resultado é uma coxinha com massa macia e a casca sempre crocante. Outros cuidados, como a troca regular de óleo para fritura, também interferem no sabor.

O cliente mais exigente percebe quando a receita é caprichada. Para a vendedora autônoma Tereza Maria da Conceição, de 55 anos, o quitute deve ter, obrigatoriamente, “muita carne e ser bem temperado”. O recheio deve ser seco e a casca não deve reter gordura. “Senão vira uma meleca”, justifica.

Para a manicure Direne de Souza Romero, de 29 anos, o principal é o gosto. Quando falta sal, por exemplo, não dá nem vontade de comer. “Tem que ser bem temperada”, resumiu.

No comércio de Meire, como a salgadeira é conhecida, a coxinha recheada com carne moída é a mais procurada. Na sequência vem a de frango e, por último, a de salsicha, frita no formato de um enroladinho. Todas elas custam R$ 2,50 a unidade e são feitas com massa de mandioca.

Casas especializadas - O sucesso do salgado na cidade é tanto que alguns empresários resolveram investir em casas especializadas. Eliane Cristina Barbosa, de 42 anos, é a proprietária de uma na rua Brilhante, no bairro Amambaí.

Eliane prefere trabalhar com a receita de massa de trigo. Acha mais fácil para garantir a qualidade. (Foto: Vanderlei Aparecido)
Eliane prefere trabalhar com a receita de massa de trigo. Acha mais fácil para garantir a qualidade. (Foto: Vanderlei Aparecido)

O espaço vende mini-coxinhas, a R$ 0,40 centavos a unidade. Tem de frango e de carne. A massa é de trigo. Eliane explica que prefere trabalhar com a receita sem a raiz porque a qualidade precisa ser mantida, e explica:

“A mandioca, dependendo do clima, sofre alteração. Tem época que está boa, mas tem época que fica aguada. No período ruim, o cliente iria vir aqui e não encontraria a coxinha boa que comeu”.

Apesar da receita, quem faz a coxinha de trigo também deve prezar pelo sabor, salienta. “O segredo é o ponto, a quantia de trigo usada, e o tempero da massa”, contou. Quando há erro, acrescentou, o quitute “fica com cara de salgado amanhecido”.

Eliane produz de 2 a 3 mil coxinhas todos os dias. A empresária tem uma máquina que auxilia na produção. É só colocar a massa e o recheio que o salgadinho sai moldado. Meire, a salgadeira adepta da receita com mandioca, produz cerca de 400 coxinhas por semana.

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