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Cinderela Negra ganhou fama descalça e hoje trabalha em academia da Vila Nasser

Paula Maciulevicius | 17/09/2014 06:19
Aos 44 anos, mora em Campo Grande há quase 10 e em terra sul-mato-grossense é que pretende voltar a treinar. (Foto: Marcelo Victor)
Aos 44 anos, mora em Campo Grande há quase 10 e em terra sul-mato-grossense é que pretende voltar a treinar. (Foto: Marcelo Victor)

De sorriso aberto, uniformizada com a camiseta da academia onde malha e trabalha, na Vila Nasser, Jorilda Sabino, é pouco conhecida aqui pelo apelido que ganhou quando correu descalça e chegou ao segundo lugar na São Silvestre, no início da década de 80. Aos 44 anos, A Cinderela Negra mora em Campo Grande há quase 10 e em terra sul-mato-grossense é que pretende voltar a treinar.

A intenção de hoje não é de respirar o atletismo como anteriormente. Foram duas décadas intensas de competições Brasil afora até a parada no início dos anos 2000, por conta de uma lesão. "Quero voltar a treinar e quando estiver bem, competir, mas não como eu fazia antigamente, não sei nem se dá pra igualar. Quero participar, chegar bem e superar os limites", explica.

Acadêmica de Educação Física, ela se divide entre os projetos da universidade e o trabalho de conclusão de curso. Nascida no Paraná, mas revelada ao esporte por Cuiabá, ela está há 12 anos no Estado, entre Corumbá e depois Campo Grande. Por aqui trabalhou em empresas de refrigerante, gerência de supermercado e loja de produtos naturais. Teve duas filhas e uma neta. Na memória e no organismo, apesar de afastada das corridas, ela nunca se desligou totalmente do esporte.

A rotina de treinos que ela está prestes a recomeçar será pesada. (Foto: Marcelo Victor)
A rotina de treinos que ela está prestes a recomeçar será pesada. (Foto: Marcelo Victor)

"Foram duas vezes o segundo lugar, uma vez o terceiro e uma o quinto na São Silvestre. Fora a Corrida de Reis, que acho que foram umas seis vezes", discorre sobre os títulos.

No último final de semana ela até participou de uma corrida na Capital, mas "só por farra com os amigos". Na academia, ela aproveita para fazer musculação e ainda corre nas ruas e no Poliesportivo da Vila Nasser, mas nada que se equipare no ritmo de antes.

"É pela falta de tempo, antes eu vivia exclusivamente para isso. Hoje não dá para ficar 100%", justifica. Prestes a se formar, o contato com o esporte a despertou a vontade de voltar às maratonas. Já para agora, Jorilda programa de treinar com o professor Tami Fagundes, referência em atletismo da UFMS.

Na academia, ela aproveita para fazer musculação e ainda corre nas ruas e no Poliesportivo da Vila Nasser.
Na academia, ela aproveita para fazer musculação e ainda corre nas ruas e no Poliesportivo da Vila Nasser.

A corrida na esteira se resume só para a foto mesmo. Claro que no dia a dia ela até mantém os passos mais rápidos ali, mas demorou a se acostumar com o ambiente de exercício entre quatro paredes. "Meu negócio é correr, ver paisagem. Mas fui aprendendo a gostar de academia e optei por musculação porque a gente vai perdendo massa muscular", conta.

O tempo em que conversamos, ela aproveitou para incentivar a equipe a começar a malhar. "Vem pra uma academia menina, é bom fortalecer antes de começar a correr", convida. Como correr acabou virando febre por aqui, ela observa que o esporte crescer por conta dos grupos fechados. "Hoje em dia tem muito mais e isso vai trazendo novos adeptos".

A rotina de treinos que ela está prestes a recomeçar será pesada. "É treino todo dia e vai do período, para a competição, pode ser 2h, perto, já baixa para 1h".

Sobre ser a Cinderela Negra até hoje, ela fala que o apelido foi dado quando ela colocou diante de todos a realidade de onde vinha. "A gente veio de família humilde. Era hábito correr na rua e descalça". Depois deste ano, 2015 será o final para a formação, mas Jorilda ainda quer se especializar em uma pós-graduação para, junto do irmão, abrir uma assessoria esportiva em Cuiabá. Ao que tudo indica, a Cinderela deve voltar para o reinado de onde saiu.

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