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Emagrecer com enzima é mito e uso é exclusivo para intolerantes à lactose

Somente um especialista poderá diagnosticar a doença e a necessidade do suplemento, por meio de Teste Respiratório de Hidrogênio; uso abusivo é prejudicial

Danielle Valentim | 29/04/2018 10:30
Enzimas para a digestão da lactose no balcão de farmácia (Foto: Paulo Francis)
Enzimas para a digestão da lactose no balcão de farmácia (Foto: Paulo Francis)

O fato de não pertencer a um grupo patológico ou de que tudo consumido em excesso faz mal bastaria para evitar a automedicação ou suplementação sem diagnóstico médico. No entanto, produtos exclusivos para intolerantes à lactose – as enzimas lactases -, cada vez mais fáceis de comprar, têm sido consumidas abusivamente por quem não precisa e até para o mito de emagrecimento.

É só chegar a uma farmácia, que as enzimas lactases, de diversas marcas e om preço médio de R$ 35 a R$ 80, são encontradas expostas nos balcões. O uso é exclusivo de intolerantes à lactose, mas não há uma restrição para a compra, pois esta enzima não é considerada um medicamento e sim um suplemento alimentar.

Mesmo assim, o gastroenterologista Glauco Najas Sammarco, orienta sobre a importância de um diagnóstico médico antes do consumo, que pode ser feito por exames simples, sem necessidade de coleta de sangue.

“Intolerância à lactose é a incapacidade de absorção adequada do açúcar (lactose) do leite e de seus derivados. Ocorre devido à quantidade insuficiente da enzima (lactase) que digere a lactose no intestino delgado, ocorrendo consequentemente cólicas abdominais e diarreia. O diagnóstico da intolerância deve ser feito por médico especialista, que além da avaliação clínica, pode contar com exame específico e moderno de Teste Respiratório de Hidrogênio para intolerância à lactose e outros açúcares”, orienta.

O especialista pontua que há diferença nas intolerâncias e que a prescrição da suplementação também pode ser feita por nutricionistas. Além disso, garante que mesmo auxiliando na digestão e absorção da lactase no organismo, não há evidências científicas de perda de peso com o uso da enzimas.

“A condição de intolerância é muito prevalente na população brasileira, porém em graus variáveis, ou seja, mesmo pessoas intolerantes podem ser capazes de tolerar determinadas quantidades de lactose. O importante é manter a oferta de cálcio na alimentação, nutriente indispensável para a formação de massa óssea saudável”, finaliza.

A nutricionista e graduanda do curso de engenharia de alimentos Priscila Souza do Carmo, também reforça o mito de que o uso desses suplementos ou consumo de alimentos sem lactose ajudam no emagrecimento.

“Se encana quem acha que consumindo alimentos sem lactose irá perder peso, pois em vez de ser um dissacarídeo como os alimentos com lactose (glicose e galactose) será monossacarídeo, isto é o açúcar da forma simples de mais fácil absorção, não indicados para pacientes diabéticos e nem para pessoas que queiram perder peso, pois o pico glicêmico é elevado rapidamente”, explica.

Alergia ao leite da vaca x intolerância à lactose – A nutricionista explica que há diferença entre as duas coisas. Segundo ela, a alergia ao leite de vaga atinge o sistema imunológico, já a intolerância é a incapacidade de absorver a lactose, caracterizada pela falta da ação da enzima lactase.

“A alergia ao leite da vaca é detectada logo após a transição do leite materno para o leite de vaca, quando o organismo identifica o líquido como um agressor causando diversos sinais no corpo. Já a intolerância ao “açúcar do leite”, nome popular da lactose, é um defeito genético e pode ter quatro classificações: a primária, a secundária, a congênita, que se manifesta no recém-nascido e a ontogenética, que se caracteriza como mau absorvedor da lactose. Os intolerantes a lactose na maioria dos casos podem fazer o consumo dos derivados do leite como queijos, iogurte, sorvete, manteiga, requeijão”, finaliza.

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