ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, SEXTA  29    CAMPO GRANDE 23º

Games

No fim da década de 80 surgiam os primeiros videogames portáteis coloridos

Edson Godoy | 23/12/2014 06:56
No fim da década de 80 surgiam os primeiros videogames portáteis coloridos

Na matéria anterior falamos sobre o Game Boy, o console portátil da Nintendo que dominou o mercado com ampla margem e que abriu caminho para o domínio total da empresa nessa área, que dura até hoje. De olho nessa fatia de mercado, as concorrentes da época, Atari, SEGA e NEC, rapidamente se mexeram para tentar criar um rival à altura para o arrasador console da Nintendo.

A Atari tenta o pulo do gato, com o Lynx:

Eis que em outubro de 1989, apenas dois meses após o lançamento do Game Boy, surge o Atari Lynx, que foi o primeiro console portátil colorido da história. Além disso, ele também foi o primeiro console portátil de 16 bit (o Game Boy era 8 bit). E não para por aí: o console também foi o primeiro a possuir tela com luz própria. Três evoluções de muito peso para aquela época. O portátil da Atari ainda trazia outros mimos, como cartuchos em formato de cartões, e com a possibilidade de ter seus controles invertidos para se adequar tanto a destros quanto a canhotos, e até mesmo para se jogar com a tela na vertical, para melhor aproveitar algumas versões de arcade que foram lançadas para o console.

Mas o leitor então se pergunta: Com tantas inovações, por que o console de Atari foi pouco conhecido e não obteve sucesso no mercado? Nem tudo era positivo no aparelho: ele era grande e um consumidor árduo de pilhas!! Para nós brasileiros, o console foi quase um total desconhecido, pois jamais foi lançado por aqui, ficando a sua presença restrita a um ou outro sortudo com acesso fácil à importação. Algumas revistas até mencionavam a existência do aparelho, mas sempre com pouca ênfase. Nos Estados Unidos e na Europa, o console até ia bem, vendendo em torno de um milhão de unidades até 1991. Porém isso não era nada frente ao tanto que o rival da Nintendo vendia.

A Atari também não era mais a mesma e seus jogos já não revolucionavam como antes. Soma-se a isso o suporte zero dado pelas softhouses japonesas como Konami e Capcom. Em 1991 a Atari ainda lançou o Lynx II, uma versão um pouco menor, mais leve, mais econômica e melhor construída do Lynx, mas isso não foi o suficiente para salvar o console, que foi oficialmente descontinuado em 1996, quando a Atari fechou as portas. Detalhe que já em 1993 era possível comprar o aparelho novo por U$ 25 nos Estados Unidos, tamanho era o desinteresse do público por ele.

Game Sega Gear.
Game Sega Gear.

A SEGA surge com um competidor de peso:

A SEGA, vendo o sucesso estrondoso da Nintendo no mercado de portáteis, tratou de acelarar o projeto de lançamento de seu pequeno console. Eis que em outubro de 1990, mais de um ano após o lançamento do Game Boy, chega no Japão o Game Gear. O console era muito mais avançado que o seu rival, possuindo tela colorida com luz própria (de qualidade ainda melhor que a do Atari Lynx) e um hardware muito semelhante ao do Master System, porém com melhorias na paleta de cores disponíveis. Essa semelhança possibilitava inclusive o uso de um adaptador para rodar jogos do Master System no Game Gear.

Todos os grandes sucessos da SEGA recebiam versões para o portátil, o que o tornava extremamente atrativo. Porém o console não era perfeito. Longe disso! Ele possuía problemas parecidos com o Lynx, com uma carcaça muito grande, que tornava o portátil mais difícil de carregar que o Game Boy, e também era um grande consumidor de pilhas. Além disso, a partir de 1994 a SEGA diminuiu drasticamente o suporte ao aparelho, em favor do Mega Drive e seus periféricos (Sega CD e 32X). Essa foi a pá de cal nas aspirações do Game Gear.

O console foi descontinuado em 1997, com vendas que superam as onze milhões de unidades. No Brasil o console fez grande sucesso. Seguindo a onda do Master System e do Mega Drive, a Tec Toy lançou o Game Gear por aqui em 1991. É provável que no Brasil o console tenha rivalizado de igual para igual com o Game Boy, já que o console da Nintendo demorou um bocado para ser lançado oficialmente por aqui.

O Turbografx-16/PC Engine da NEC vira portátil:

Em outubro falamos sobre o Turbografx-16 / PC Engine, console de 16 bit que fez bastante sucesso, principalmente no Japão (leia a matéria aqui). Eis que a NEC teve uma ideia que parecia infalível: se o seu console caseiro estava fazendo tanto sucesso, por quê não lançar uma versão portátil dele? Leve-se em conta que o Turbografx-16 era bem mais potente que Game Boy, Game Gear e Lynx. Parecia uma barbada, certo? É... mais ou menos...

Então surge o Turbo Express, ou PC Engine GT (no Japão). O console possuía exatamente o mesmo hardware de seu irmão de mesa, sendo compatível com toda a biblioteca de jogos em cartão (Hucards). Possuía uma tela colorida com luz própria, ainda mais avançada que de seus rivais, porém um pouco menor que a tela do Game Gear e do Lynx. Seu tamanho ficava entre o Game Boy e o Game Gear, o que o tornava bem mais portátil que seus rivais coloridos. Mas ele tinha o mesmo problema que afetou todos os consoles coloridos da época: o alto consumo de pilhas. Além disso, o que mais espantou os consumidores era o preço: U$ 250, bem maior que seus rivais.

O Turbo Express foi descontinuado juntamente com os consoles de mesa da linha PC Engine em 1995, com um número estimado de venda de 1 milhão e meio de unidades. Confira no vídeo logo abaixo o game Fantasy Zone, clássico da SEGA que foi lançado para o Game Gear e também para o Turbo Express, que é a versão mostrada no vídeo.

Chegamos ao final de mais um capítulo do nosso especial História dos Videogames. No próximo falaremos sobre um dos consoles mais venerados da história: o Neo Geo da SNK. Desde já desejo um feliz natal a todos os leitores da coluna, com muita paz, amor e claro, muitos jogos.

Visite e curta minha fan page no Facebook clicando aqui. A coluna de games do Lado B tem o apoio da loja Game Square.

Nos siga no Google Notícias