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Sabor

Casal quer dar fim à mesa, para ter no “puxadinho” a coxinha gostosa

Maria levanta às 4h da madrugada para preparar coxinha de mandioca e realizar o sonho de ter uma lanchonete

Suzana Serviam | 10/02/2022 11:28
Maria no espaço que chama de "puxadinho" e sonha terminar a reforma. (Foto: Suzana Serviam)
Maria no espaço que chama de "puxadinho" e sonha terminar a reforma. (Foto: Suzana Serviam)

Eles já tentaram enviar a história de vida para tudo quanto é programa de auditório conhecido por realizar o sonho de pessoas nesse País, mas nunca tiveram sucesso. Nos últimos dias, amigos decidiram apostar nas mídias locais para que João e Maria realizem o sonho de terminar a reforma do “puxadinho”, que promete abrigar uma lanchonete com a “coxinha mais gostosa do Bairro Pioneiros”.

O casal diz que sonha em ter um “puxadinho” no quintal de casa há quase 20 anos. Mas dívidas nos últimos tempos impossibilitaram o fim da reforma.

O espaço de poucos metros quadrados está erguido com tijolos, mas não tem piso, acabamento, instalação hidráulica ou elétrica, tudo requer mão de obra e material.

A coxinha de mandioca é feita diariamente e, às 5h da manhã, tem fila de cliente à procura. (Foto: Suzana Serviam)
A coxinha de mandioca é feita diariamente e, às 5h da manhã, tem fila de cliente à procura. (Foto: Suzana Serviam)

Por isso, eles se viram como pode e mantêm a mesinha na porta de casa, na Rua Gaspar Lemos, para vender os salgados. O carro-chefe é a coxinha de mandioca, que o casal não teme em dizer “que é muito disputada”.

A salgadeira Maria Madalena Gonçales, de 51 anos, diz que acorda às 4h da madrugada para assar e fritar os quitutes que foram preparados na noite anterior. A partir das 5h, já tem gente na frente de casa saboreando um ou dois salgados.

Tem gente, segundo o casal, que sai das Moreninhas só para garantir a verdadeira coxinha de mandioca. “Sempre trabalhei com salgados para os outros. Cheguei ser sócia da minha irmã nesse ramo, mas infelizmente, não deu certo. Hoje, faço e vendo em frente de casa, aqui na calçada mesmo”, conta Maria, toda orgulhosa de ter conquistado o olhar da reportagem.

Nem os dias de chuva e sol forte impedem o casal de vender. O companheiro nessa jornada é João Gonçalves, 58 anos, que está casado com ela há 37 anos e ajuda diariamente.

Mesa que Maria quer dar fim para abrir as portas da sonhada lanchonete. (Foto: Suzana Serviam)
Mesa que Maria quer dar fim para abrir as portas da sonhada lanchonete. (Foto: Suzana Serviam)

O casal conta que os médicos diagnosticaram João com espondilite anquilosante,  um tipo de inflamação que afeta os tecidos conjuntivos, caracterizando-se pela inflamação das articulações da coluna e das grandes articulações, como quadris, ombros e outras regiões, que podem comprometer os movimentos do corpo ao longo do tempo.

Mesmo assim, João não perde a esperança e sobe na bicicleta para comprar os ingredientes necessários, além de ajudar nas vendas.

Apesar dos dias difíceis, o que mantém Maria e João é a fé de que um dia o “puxadinho” ficará pronto e aconchegante, como nos sonhos dos últimos 20 anos.

Quem quiser contribuir ou saborear os salgados do casal, os telefones para contato são (67) 99240-5889 ou (67) 98168-2683.

Além de ajudar esposa nas vendas, é com a bicicleta que João vai comprar os ingredientes. (Foto: Suzana Serviam)
Além de ajudar esposa nas vendas, é com a bicicleta que João vai comprar os ingredientes. (Foto: Suzana Serviam)

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