Helena perdeu emprego e fez da calçada uma lanchonete baixo-custo
Madeira, metal, garrafas, galhos mortos de árvores e até pneus viraram parte da decoração
Quando Helena de Santos Gimenez ficou desempregada na pandemia, ela resolveu fazer o que nunca tinha imaginado: usar parte da casa dela para abrir uma pequena lanchonete na frente do portão. Bastou um pouco de criatividade, improviso e habilidades manuais com tinta para transformar a calçada. Madeira, metal, garrafas, galhos mortos de árvores e até pneus viraram parte da decoração.
RESUMO
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Helena de Santos Gimenez transformou o desemprego durante a pandemia em oportunidade ao abrir uma pequena lanchonete na frente de sua casa. Com criatividade, ela decorou o espaço usando materiais reciclados como madeira, metal, garrafas e pneus, criando um ambiente rústico e acolhedor. Sem experiência prévia na produção de salgados, Helena desenvolveu um cardápio variado que inclui sua especialidade, a coxinha, além de uma criação própria chamada "kibexinha" - uma fusão de coxinha com kibe. Localizada na Rua Rio de Janeiro, Bairro Coronel Antonino, a lanchonete oferece produtos entre R$ 5 e R$ 7.
A ideia pareceu loucura, porque, apesar de ela já ter trabalhado com comida na rua, nunca tinha feito salgado, principalmente coxinha, seu carro-chefe. Hoje, depois de quase três anos vendendo pastel, coxinhas de linguiça, kibe com ovo e até a junção da massa tradicional de coxinha com metade de quibe, que ela chamou de “kibexinha”, a vida melhorou.
As garrafas de bebidas alcoólicas viraram a placa da casa junto com o cimento. Até as luzes de Natal ela colocou nelas para acender à noite. Os tijolos fakes na parede foram feitos com tinta marrom e uma bucha de pia. A ideia era justamente imitar o estilo das cantinas rústicas. Tudo foi feito no baixo-custo.
“Aqui não era nada, a gente cortou e fez de lata. Até parece contêiner, mas não é. Sempre trabalhei em padaria, mercado, doméstica, sempre vendi salgado na rua, na moto. Aí não deu certo, vendi espetinho na frente do mercado, na calçada. Eu tava trabalhando na limpeza e, quando veio a covid, minha chefe me deixou ficar em casa. Aí pensei em fazer um acordo e, com o dinheiro, fiz aqui. Não era assim, eu fui inventando. Usei calha, ferro, madeira, ganhei muita coisa.”
A calçada vermelha, junto com a decoração de madeira e as plantas, é o orgulho da Helena, que não poupa sorrisos para falar do que faz. Embora o local seja simples aos olhos de muitos, para ela o negócio é único e do jeitinho dela.
A decoração, porém, já causou dúvidas nos filhos. Eles temiam que a mãe fosse zoada no bairro pela quantidade de plantas e coisas que tinha na lanchonete. Helena diz não ter medo de qualquer comentário e que gosta do trabalho que fez.
“Eu que fiz tudo. Meu filho achava brega porque eu enchi de planta. Peguei um galho de árvore seca e enfeitei pra colocar aqui. A fonte de água fiz com pneu e madeira velha. No Natal eu decoro tudo. Comecei aqui há mais de dois anos, sempre morei aqui. Antes era uma estufa menor, aí aumentei. Nem sabia fazer salgado, aí fui e aprendi, e todo mundo gosta.”
No local, ela vende, além das coxinhas, salgados assados, sanduíches naturais no pão francês, hambúrguer caseiro e mini pizzas. Para complementar, ela faz molho de alho. Os produtos vão de R$ 5 a R$ 7.
“Dedico a manhã para fazer as massas, faço com mandioca. Eu estou com problema de coluna e não aguento ficar muito tempo. Eu invento muita coisa e depois vejo que já existe. Achei que a coxinha de kibe era novidade.”
A lanchonete Helena, que tem apenas o nome da casa 1503, fica na Rua Rio de Janeiro, no Bairro Coronel Antonino.
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