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Lado Rural

Com 112 sacas por hectare, MS conclui safra recorde do milho safrinha

Produção de 14,2 milhões de toneladas é confirmada; clima e La Niña preocupam próximos meses

Por Gustavo Bonotto | 30/09/2025 23:12
Com 112 sacas por hectare, MS conclui safra recorde do milho safrinha
Plataforma de colheitadeira descarrega milho em caminhão durante operação em propriedade rural de MS. (Foto: Arquivo/Aprosoja)

Mato Grosso do Sul finalizou a colheita da segunda safra de milho 2024/2025 em 26 de setembro, com 100% da área cultivada colhida. Os dados constam do boletim semanal da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja), divulgado nesta terça-feira (30).

RESUMO

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Mato Grosso do Sul encerrou a colheita da segunda safra de milho 2024/2025 com produção recorde de 14,2 milhões de toneladas e produtividade média de 112,7 sacas por hectare, representando aumento de 68,2% em relação à safra anterior. O resultado positivo foi impulsionado pelo regime favorável de chuvas em abril, apesar de perdas localizadas devido a geadas e ventos. A soja inicia o ciclo 2025/2026 com atraso, registrando apenas 0,8% da área prevista semeada até 26 de setembro. A expectativa é de cultivo em 4,8 milhões de hectares, com projeção de 15,2 milhões de toneladas. O cenário climático preocupa, com previsão de chuvas irregulares e temperaturas elevadas nos próximos meses.

O estudo confirma produção recorde de 14,2 milhões de toneladas e produtividade média de 112,7 sacas por hectare. O resultado representa aumento de 68,2% em relação à safra passada.

O desempenho positivo foi sustentado pelo regime de chuvas em abril, que favoreceu lavouras em desenvolvimento. Mesmo assim, perdas localizadas somaram 49 mil hectares, resultado de geadas que atingiram 35 mil hectares em junho e ventos que derrubaram 14 mil hectares em julho. Nessas áreas, a redução variou entre 10% e 40% da produção, agravada pelo déficit de chuvas em agosto.

Os números mostram forte disparidade entre municípios. Chapadão do Sul lidera com média de 173,34 sacas por hectare, seguido de Sonora, com 152,54, e São Gabriel do Oeste, com 147,10. Na ponta oposta, Aquidauana registrou apenas 19,17 sacas por hectare e Nova Andradina ficou com 31,0, bem abaixo da média estadual. Essa diferença regional explica a variação nos índices de classificação, que apontaram 78,1% das lavouras em boas condições, 15,3% regulares e 6,6% ruins.

A área colhida de milho corresponde a 46% da extensão destinada à soja, proporção bem menor do que em safras anteriores, quando o cereal já chegou a ocupar 75% do espaço da oleaginosa. O recuo reflete custos elevados de produção e riscos climáticos, fatores que levam produtores a diversificar a segunda safra com culturas como sorgo e milheto.

Enquanto o milho sai do campo, a soja inicia o ciclo 2025/2026 com atraso. Até 26 de setembro, 0,8% da área prevista foi semeada, o equivalente a 38,4 mil hectares. No mesmo período de 2024, o índice era de 2,3%, diferença de 1,5 pontos percentuais. A expectativa é que sejam cultivados 4,8 milhões de hectares, com projeção de colheita de 15,2 milhões de toneladas e produtividade média de 52,8 sacas por hectare.

No mercado, a soja 2024/2025 alcançou 86% de comercialização até a última semana, avanço de dois pontos em relação ao levantamento anterior. O ritmo acelerado mantém Mato Grosso do Sul à frente da média nacional e reflete a estratégia de produtores em garantir liquidez em meio à instabilidade dos preços. Em setembro, a saca foi cotada a R$ 126,00 no Estado, queda de 5,2% frente ao ano passado.

Para os próximos meses, o alerta vem da previsão climática. O trimestre de setembro a novembro deve registrar chuvas irregulares e temperaturas acima da média, com máximas de até 38 °C em regiões como o Pantanal e o Bolsão. Dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e do Copernicus indicam 71% de chance de ocorrência do fenômeno La Niña em intensidade fraca a moderada, cenário que pode trazer instabilidade tanto para o fim da safrinha quanto para o início do ciclo da soja.

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