Com uso de IA, projeto de MS prevê fertilidade de novilhas antes da inseminação
Atualmente, criadores apostam sem saber quais fêmeas irão ficar prenhas
Mato Grosso do Sul terá um projeto inédito na área da pecuária, que está em desenvolvimento por meio de pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). O estudo consiste em criar uma ferramenta com IA (Inteligência Artificial) na predição de fertilidade de novilhas na IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo).
RESUMO
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Pesquisadores da UFMS desenvolvem ferramenta com inteligência artificial para prever a fertilidade de novilhas antes da inseminação artificial. O estudo utiliza espectroscopia de infravermelho para analisar amostras de sangue, buscando determinar com 100% de precisão quais animais emprenharão. A iniciativa, pioneira no mundo, promete revolucionar a pecuária, eliminando a incerteza na inseminação e permitindo aos criadores selecionar animais férteis a partir dos dois anos de idade. Atualmente, a confirmação da prenhez ocorre somente após cinco anos. Com a nova tecnologia, espera-se maior eficiência na estação de monta, impactando positivamente a produção. O projeto, iniciado em 2020, foi apresentado no 7º Simpósio de Reprodução, Produção e Nutrição de Bovinos. Especialistas apontam a inteligência artificial como o futuro da tomada de decisões no campo, otimizando o manejo e aumentando a eficiência.
Os professores e pesquisadores Cícero Rafael Cena da Silva, do Infi (Instituto de Física), e Gustavo Guerino Macedo, da Famez (Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia), utilizaram a espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier para analisar amostras de soro sanguíneo de vacas da raça Nelore antes da inseminação artificial. Essa é uma técnica científica usada para analisar a composição química de uma amostra na absorção de luz infravermelha.
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O case foi apresentado por Gustavo Macedo, nesta quarta-feira (30), no 7º Simpósio de Reprodução, Produção e Nutrição de Bovinos – Repronutri 2025. O evento foi realizado no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, com expectativa de mil pessoas.
A pesquisa, que está em desenvolvimento desde 2020, já apresentou os primeiros resultados no ano passado, sendo possível ter 100% de precisão antes da inseminação 30 dias após o procedimento.
“É inédito, não existe nada parecido no mundo. Mato Grosso do Sul é pioneiro; isso foi criado no Estado. Nem mesmo uma ideia semelhante existe no mundo. Trata-se de um negócio para longo prazo”, pontuou Gustavo.
Atualmente, a inseminação é uma aposta, sem saber, de fato, qual fêmea vai conseguir ficar prenha. E isso só depois de aproximadamente 5 anos. Na prática, o projeto vai permitir que o criador saiba se o animal vai dar bezerro ou não, na idade certa para emprenhar, a partir de 2 anos.

“Estamos em desenvolvimento de uma ferramenta de Inteligência Artificial para determinar, antes de colocar o sêmen em uma vaca, se ela vai emprenhar ou não. Tem uma época do ano, chamada de estação de monta, que é feita a inseminação. Não se sabe quem é fértil ou não é, quem vai emprenhar ou não. É uma aposta. A ideia é, antes de colocar esses animais para inseminação, para estação de monta, fazer uma triagem e saber quem vai emprenhar antes de colocar o sêmen”, explicou.
Dados divulgados pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), no ano passado, mostram que, no primeiro semestre de 2024, o Pantanal de Mato Grosso do Sul teve mais de 200 mil doses de inseminação artificial, representando 30% do total de doses vendidas no Estado. Se comparado com 2022 e 2023, a participação da região pantaneira no total de doses comercializadas no Estado foi de 25,92% e 26,17%, respectivamente.
Futuro – Em outro momento, o professor e pesquisador João Ricardo Rebouças Dórea, que estuda a Ciência Animal e de Laticínios na Universidade de Wisconsin-Madison, palestrou sobre otimizar as decisões de manejo na produção animal através de inteligência artificial e tecnologias de sensoriamento.
Para ele, a IA é o futuro e, cada vez mais, será necessária na tomada de decisões em cada negócio.
“O uso da Inteligência Artificial vai crescer cada vez mais para ajudar na tomada de decisão nas fazendas. É uma tendência clara em todos os setores. A forma que eu vejo é que a tecnologia vai fazer as pessoas que estão no campo produzirem mais, porque vai aumentar a eficiência de uso do tempo delas”, destacou.
Alguns exemplos de uso de Inteligência Artificial que ele citou são: coleta de informação na fazenda, monitoramento do animal, rastreabilidade, uso de satélite para a produção de planta, entre outros.
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