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Meio Ambiente

Além do Prosa e Segredo, Capital tem mais 31 córregos e já perdeu 22

Mariana Lopes | 22/03/2014 08:54
Córrego Prosa (Foto: Marcos Ermínio)
Córrego Prosa (Foto: Marcos Ermínio)
Rio Anhanduí (Foto: Marcos Ermínio)
Rio Anhanduí (Foto: Marcos Ermínio)

Prosa e Segredo. E assim nasceu Campo Grande, margeada por córregos. E hoje, 115 anos depois de José Antônio Pereira ter fundado a cidade de terra “morena”, esses mesmo córregos geram infinitos pontos de vista. Problema ou solução? Está limpo ou está sujo? O que, de fato, precisa ser feito?

Principalmente em épocas de muita chuva, a discussão fica ainda mais acirrada entre os campo-grandenses. Períodos de novembro a março têm água garantida e, em muitos casos, em abundância. O problema é que sempre que a chuva cai forte, a primeira conseqüência é ter córregos transbordando pela cidade.

Mas é importante ressaltar que o Prosa e o Segredo estão entre os 33 córregos que existem em Campo Grande. De acordo com o engenheiro agrônomo Felipe Augusto Dias, uma pesquisa apontou que na Capital já existiram 55 nascentes na área urbana. Porém, algumas sumiram durante o tempo.

Os “sumiços” dos córregos, segundo o agrônomo, aconteceram em decorrência do processo de urbanização, e isso reflete diretamente em todo o regime hídrico da cidade, pois o fluxo de água, principalmente em dias de chuva, fica maior e, consequentemente, aumentam as inundações.

No ponto de vista técnico do engenheiro agrônomo, o problema de inundação na Capital não foi resolvido, apenas foi transferido de local. “Agora a água corre canalizada pelos córregos, de maneira mais acelerada, e chega mais rápido em outro lugar, que é onde inunda”, explica Felipe Augusto.

Contudo, o engenheiro pontua que hoje é complicado refazer o sistema hídrico, que já está todo instalado. “O que precisa ser feito agora é conter a velocidade da água, com barragens iguais as da região do Sóter”, comenta.

Sujeira – Ainda conforme o engenheiro agrônomo Felipe Augusto Dias, os córregos de Campo Grande possuem um nível de poluição, mas é baixo. O profissional destaca que a rede de esgoto instalada na cidade ajudou a diminuir a sujeira nas águas.

Córrego Vendas (Foto: Marcos Ermínio)
Córrego Vendas (Foto: Marcos Ermínio)

Segundo dados da Águas Guariroba, 73% da população campo-grandense têm acesso à rede de esgoto, no qual o sistema trata a água 100%. A expectativa é de que toda a cidade tenha coleta e tratamento do esgoto até 2025.

Até lá, quem não tem rede de esgoto precisa fazer uma fossa, dentro dos padrões técnicos, e, de acordo com as normas, e manter a manutenção com frequência, quando caminhão de fossa esvazia e leva para a estação de tratamento, de onde a água sai tratada direto para o meio ambiente, sem gerar prejuízo para o córrego.

Opinião popular –Na opinião de muitos campo-grandenses, falta conscientização das pessoas e uma fiscalização mais rígida. “É falta de cultura, é como o lixo que as pessoas jogam na rua”, compara o aposentado Egon Schwerz, 63 anos.

Freqüentador assíduo do Parque Itanhangá, por onde passa o córrego Vendas, ele afirma que sempre repara quando a coloração da água muda. “As pessoas largam os esgotos e tudo vem para o córrego, às vezes a água chega a ficar espumosa, falta uma fiscalização com mais rigor”, opina o aposentado.

Para a servidora pública Adriana Cardoso dos Santos, 33 anos, falta principalmente, cuidado por parte da população.

“Nem todos os moradores que estão entre os 70% contemplados pela rede de esgoto aderem ao sistema, e acho que nem seja tanto pelo dinheiro, mas por falta de entendimento da importância do tratamento da água”, ressalta a servidora pública.

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