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Meio Ambiente

Ao menos 3 cidades de MS receberam alerta sobre racionamento em agosto

Por conta da escassez de chuvas, municípios foram informados que pode faltar água

Guilherme Correia | 02/09/2021 07:24
Efeitos climáticos podem fazer com que bombeamento de água seja alterado (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Efeitos climáticos podem fazer com que bombeamento de água seja alterado (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Assim como em outros lugares do Brasil, a água em Mato Grosso do Sul tem se tornado mais escassa, por conta de efeitos climáticos, como a estiagem. Alguns rios no Estado estão com níveis muito baixos e ao menos três lugares chegaram a receber aviso que pode faltar água por conta crise hídrica.

Nas últimas duas semanas, houve 50 alertas de aviso de intermitência ou falta de água no interior sul-mato-grossense, em 24 municípios, segundo levantamento feito pelo Campo Grande News, com base em dados publicados pela Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul), que atende quase todas as cidades.

Ainda que a maioria seja referente a problemas comuns e manutenções nos serviços, ao menos três lugares os alertas foram especificamente sobre questões climáticas.

Na última terça-feira (24), moradores de três bairros de Ladário, a 404 quilômetros de Campo Grande, ficaram por pelo menos quatro horas com problemas no fornecimento, por conta do “aumento de consumo, aliado à escassez de chuvas e as altas temperaturas”, segundo a própria Sanesul.

Por isso, foi informado pela empresa de que haveria queda de pressão na rede de abastecimento de água, ou seja, haveria mais dificuldade para que o recurso chegasse nas torneiras. Foi estimado também que haveria até desabastecimento completo de algumas casas.

Na última segunda-feira (23), quase toda a cidade de Amambai apresentou problemas de abastecimento, devido aos mesmos fatores, entre às 17h e 22h. No dia anterior, o problema havia se estendido das 10h até às 20h.

Em Caracol, a 364 quilômetros da Capital, a situação aconteceu em quatro bairros, entre 16h55 e 20h do último domingo (21). Em meados de agosto, o Campo Grande News já havia apurado que Corumbá e Coxim chegaram a passar por algum tipo de dificuldade nesse aspecto.

Imagem de setembro de 2020, na barragem do Lageado, cuja água encontrava-se escassa (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)
Imagem de setembro de 2020, na barragem do Lageado, cuja água encontrava-se escassa (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)

Crise hídrica - A Sanesul informou, quando questionada, que "não há falta de água nas cidades operadas pela Companhia, nem racionamento". Ocorre que todos os avisos feitos por ela já se encerraram, conforme analisado nesta quarta-feira. A empresa diz estar com "atenção redobrada", já que monitora "todos os sistemas de abastecimento de água durante essa que se mostra a maior crise de escassez de chuvas dos últimos cem anos".

"Entre as iniciativas da empresa, as equipes técnicas das áreas de operação, manutenção eletromecânica e qualidade da água inspecionam diariamente as captações e avaliam as instalações hidráulicas dos municípios operados, bem como, o desempenho dos motores, bombas e equipamentos eletroeletrônicos para manutenções preventivas no período".

A concessionária afirma que tem furado poços em todo Estado para aumentar a captação de água e garantir o fornecimento, além de realizar monitoramento diário. "Com falta de chuvas, há perda de produção natural dos poços e baixo nível dos rios. A situação tem exigido atenção redobrada da empresa e seu corpo técnico, com ações preventivas e investimentos, para que não chegue ao ponto de fazer racionamento".

"A empresa também conta com o apoio e participação da população para que economize mais do que nunca neste momento. Precisamos da ajuda de todos, usando a água tratada com sabedoria, economizando e não desperdiçando", finaliza a Sanesul.

A reportagem questionou a Águas Guariroba, responsável pelo fornecimento de água em Campo Grande, e solicitou dados sobre falta de abastecimento ou risco dessa situação. Por meio de nota, a concessionária informou que "o serviço de abastecimento de água em Campo Grande segue atendendo normalmente todas as regiões".

"Porém, com o cenário da estiagem se estabelecendo em altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, a concessionária reforça a importância do consumo consciente da água evitando o desperdício", disse.

Vale lembrar que, no começo do ano, teve início a perfuração de nove poços pela cidade, com investimento de aproximadamente R$ 50 milhões, garantindo acréscimo de 1,7 milhão de litros por hora, de água produzida para a cidade, nas regiões dos bairros Taveirópolis, Universitário, Pioneiros, Nova Lima, Parque dos Poderes, Caiobá, Lageado, Coophavilla II e São Conrado.

(matéria editada às 11h25 de 2 de setembro de 2021 para acréscimo de informações).

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