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Meio Ambiente

Após 4 anos do maior incêndio, estados "amadureceram" para acordo pelo Pantanal

Governadores dos estados de MS e MT assinaram termo de ações conjuntas para o desenvolvimento do Pantanal

Por Izabela Cavalcanti | 19/04/2024 16:16
Combate a queimadas no Pantanal, em 2020 (Foto: Chico Ribeiro)
Combate a queimadas no Pantanal, em 2020 (Foto: Chico Ribeiro)

Os governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, finalmente, oficializaram a união pelo Pantanal. O acordo foi firmado na tarde de quinta-feira (18), 4 anos após o maior incêndio da história do bioma.

Em 2020, o Pantanal perdeu para o fogo 3.909.075 hectares (26% do bioma), conforme dados da Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

De acordo com o secretário-executivo de Meio Ambiente da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Arthur Falcette, os dois estados tinham trajetórias diferentes e foram amadurecendo com o tempo.

“É um processo, um processo de amadurecimento. O estado de Mato Grosso com a discussão de uma lei, depois nós com o nosso decreto, trajetórias distintas e que com o avanço das pautas nos dois estados, com um ganho de maturidade institucional e de um momento também político que propicia essa união, os estados avançaram para isso”, pontuou.

Falcette afirma ainda que “os estados têm, sim, uma proximidade, eles vêm trabalhando juntos, só foi formalizado agora”, completou.

O SOS Pantanal lembra que a primeira vez que os dois governadores de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul se encontraram para falar do Pantanal foi numa reunião organizada pela instituição em 2016, a partir da Carta Caiman, que é um documento que firmou cinco compromissos para a conservação e desenvolvimento econômico do Pantanal.

Segundo o biólogo e diretor de Comunicação e Engajamento do SOS Pantanal, Gustavo Figueirôa, não era vista uma movimentação entre os dois estados e, agora, comemora o avanço no acordo.

“A gente nunca viu muito essa movimentação de trabalhar em conjunto entre os dois estados, e que bom que está acontecendo agora, que isso sirva de exemplo e continue acontecendo nessa cooperação em prol do Pantanal. Não só da proteção, mas para o desenvolvimento sustentável, para que o Pantanal seja sustentável no tripé social, ambiental e público”, destacou.

Avanço – A atuação conjunta entre os dois estados foi formalizada ontem pelo governador Eduardo Riedel, durante o 1º Seminário Técnico-Científico das Causas e Consequências do Desmatamento e Queimadas do Pantanal, realizado no Bioparque Pantanal.

O evento também reuniu a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, para a assinatura de um termo de cooperação técnica.

O secretário-executivo explica que o acordo vai contribuir para promover ações conjuntas para o desenvolvimento sustentável do Pantanal.

“A gente chega num ponto que é muito natural, com a discussão da lei, com a discussão dos incêndios e outras discussões dentro do bioma, que os estados se aproximem e partam para essa cooperação técnica que tem como objeto discutir as questões relativas à prevenção e combate a incêndios florestais, de olhar em conjunto para produção sustentável dentro do Pantanal e para o turismo. Então, de uma forma geral, como é que a gente pode se aproximar, trocar conhecimento para que a gente possa ter discussões mais integradas dentro do bioma”, destacou.

No fim do ano passado, foi aprovada pela Assembleia Legislativa e posteriormente sancionada pelo governador a Lei do Pantanal, sobre conservação e uso sustentável da planície.

Outra atuação do Governo de Mato Grosso do Sul foi a publicação do decreto de emergência ambiental, com foco no bioma Pantanal, no dia 10 de abril.

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