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Meio Ambiente

Campo Grande é uma das campeãs em erros na previsão do tempo

Capital teve acerto de uma média de 75% das análises divulgadas pelos meteorologistas, conforme Datafolha

Por Gabriela Couto | 08/01/2024 10:34
Sol e chuva: situação comum em Campo Grande nesta época do ano que deixa previsão do tempo com incertezas quanto a temperatura do dia (Foto: Governo do Estado)
Sol e chuva: situação comum em Campo Grande nesta época do ano que deixa previsão do tempo com incertezas quanto a temperatura do dia (Foto: Governo do Estado)

Apesar de todas as tecnologias disponibilizadas hoje, a previsão do tempo nem sempre acerta em tempo as condições climáticas do dia. Em análise divulgada pelo Datafolha, Campo Grande está entre as capitais com menor média de acertos dos termômetros em relação ao que estava antecipado pelos meteorologistas.

A Capital é a quarta do país em acertos, no período avaliado entre 1º de novembro e 30 de novembro de 2023. Conforme a pesquisa, a média de acertos entre o que estava nas estações meteorológicas do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e nos dados fornecidos pelos serviços de previsão do tempo coletados foi de apenas 75%. A cidade só fica atrás de erros do Rio de Janeiro (RJ), Aracaju (SE) e Cuiabá (MT).

Metodologia utilizada pelo DataFolha levou em consideração as previsões de temperatura mínima e máxima feitas por cinco serviços de referência e que disponibilizam os próprios dados via interfaces de programação para softwares e aplicativos. São eles: Accuweather, Climatempo, Inmet, Inpe e Weather Channel.

Explicação – De acordo com o meteorologista do Cemtec (Centro de Monitoramento do tempo e do clima do estado do Mato Grosso do Sul), Vinícius Sperling, há uma série de fatores que justificam essa classificação no ranking nacional.

“É preciso levar em consideração como é feita a previsão do tempo. Temos um fluxograma para coleta de dados que avaliam controle de qualidade, equações que estão dentro dos modelos que utilizamos, entre outros. Cada um tem sua limitação, alguns são melhores em algumas regiões do que em outras”, explica.

Ele afirma que se o Datafolha avaliasse a previsão de chuva, os dados seriam muito piores. “O Centro-Oeste pega parte dinâmica e termodinâmica. Nossa localização geográfica deixa em situações dos sistemas atuantes, por estar em uma região transiente. Aqui sofremos ações de passagem de frente frias, cavado, sistema de baixa pressão atmosférica”.

Diferente das regiões do Norte e Nordeste, por exemplo, que tiveram maiores acertos na temperatura. Capitais dessas regiões têm temperaturas mais estáveis e sem sofrer grandes variações. Sofrem apenas alterações de calor e aquecimento, ou seja, são reféns da termodinâmica.

Ainda é preciso avaliar a subjetividade do meteorologista. Esse é um dos fatores mais predominantes para os acertos, já que aplicativos e ferramentas tecnológicas só apresentam modelos de resultados de dados processados, deixando a previsão limitada.

Também foi ressaltado pelo especialista que as ondas de calor que o Estado tem enfrentado influenciaram no levantamento. “Sempre quando houver extremos haverá mais erros. Porque os modelos de análise de dados levam em consideração o histórico. Hoje em dia tem um sistema chamado 'ensemble', que pega dez previsões de vários modelos de dados para chegar em uma média mais próxima da realidade”.

Manutenção das estações meteorológicas foram fundamentais para ter dados precisos em MS (Foto: Cemtec)
Manutenção das estações meteorológicas foram fundamentais para ter dados precisos em MS (Foto: Cemtec)

Manutenção - Vinícius enfatizou a importância de ter aparelhos de medição em boa operação. Durante os anos de 2022 e 2023, o Cemtec e o Inmet fizeram um minucioso trabalho de recuperação da rede meteorológica de MS realizando tanto manutenções preventivas como as manutenções corretivas.

A maior parte das estações apresentava algum tipo de defeito quanto à geração de energia, sendo o sistema composto por duas baterias, painel solar e reguladores de carga. Foi necessária a substituição de vários painéis solares, sendo que alguns deles tinham entre 10 a 15 anos de uso em campo.

O trabalho realizado pelo Cemtec teve apoio fundamental dos técnicos do Laime (Laboratório de Instrumentos Meteorológicos) do Inmet em que, remotamente, auxiliaram o centro estadual em pontos mais complicados da reestruturação das estações meteorológicas.

A parceria entre as instituições foi fundamental e o resultado proporcionou atingir níveis históricos de operação da rede meteorológica estadual.

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