ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JULHO, QUINTA  17    CAMPO GRANDE 26º

Meio Ambiente

Chuvas acima da média elevam níveis dos rios na Bacia do Paraguai

Monitoramento do Imasul aponta recuperação hídrica após seca de 2024, mas níveis já começam a cair em julho

Por Gabi Cenciarelli | 17/07/2025 06:24
Chuvas acima da média elevam níveis dos rios na Bacia do Paraguai
Rio Paraguai após período chuvoso (Foto: Imasul/ Divulgação)

O regime climático típico de Mato Grosso do Sul — com estação chuvosa entre outubro e abril, e seca entre maio e setembro — voltou a se confirmar no ciclo 2024/2025, mas com uma diferença importante: os volumes de chuva superaram a média histórica em grande parte da Bacia do Rio Paraguai, favorecendo a recuperação dos níveis dos rios após a estiagem severa de 2024.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

As chuvas acima da média na Bacia do Rio Paraguai, em Mato Grosso do Sul, entre outubro de 2024 e abril de 2025, recuperaram os níveis dos rios após a severa estiagem de 2024. Oito dos onze pontos de monitoramento do Imasul registraram volumes pluviométricos superiores à média histórica, com destaque para Ladário, Miranda e Palmeiras. Apesar da distribuição irregular das chuvas ao longo do período, com déficit em novembro, janeiro e fevereiro, o acumulado foi suficiente para evitar a entrada dos rios em cota de estiagem entre abril e junho. Abril de 2025 teve a maior anomalia positiva, com 1.609,8 mm de chuva. Com o fim do período chuvoso, os níveis dos rios já começam a baixar, e a previsão é de baixa pluviosidade até setembro, com possibilidade de estiagem em alguns pontos.

Levantamento da Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) mostra que 8 dos 11 pontos de monitoramento na bacia registraram acumulados acima da média histórica. Os dados são obtidos por meio de Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) distribuídas em pontos estratégicos dos rios Paraguai, Aquidauana, Miranda, Taquari, Cuiabá e Piquiri.

Entre os destaques, estão Ladário, com 1.082,8 mm de chuva — 412,2 mm acima da média —, Miranda, com 1.034,2 mm (superando em 236,2 mm a média histórica), e Palmeiras, na região do rio Aquidauana/Miranda, com 1.091,8 mm (excedente de 139,1 mm).

Outras estações, como São Francisco (no rio Paraguai), Aquidauana e Coxim (rio Taquari), também apresentaram saldo positivo, embora menos expressivo. Já Porto Esperança, em Corumbá, teve o maior déficit do período: apenas 468,4 mm de chuva, 35,5% abaixo do esperado.

Chuvas acima da média elevam níveis dos rios na Bacia do Paraguai
Registro de altura de rio participante do estudo (Foto: Imasul/ Divulgação)

Abril concentra maior excesso - A distribuição das chuvas foi irregular ao longo do período. Enquanto outubro, dezembro, março e abril tiveram volumes acima da média, novembro, janeiro e fevereiro registraram déficit.

Abril de 2025 foi o mês com maior anomalia positiva: 1.609,8 mm, 685,9 mm acima da média histórica. Em dezembro, foram 1.849 mm (superávit de 248,9 mm). Já janeiro registrou um dos piores desempenhos, com 982,2 mm — quase 500 mm abaixo da média do mês.

Apesar da oscilação, o volume acumulado foi suficiente para que, entre abril e junho, nenhuma das estações entrasse em cota de estiagem — um avanço significativo em relação a 2024, quando os níveis permaneceram críticos mesmo durante a temporada de chuvas.

Segundo o técnico do Imasul Leandro Neri Bortoluzzi, o reforço no volume pluviométrico foi determinante. “Pela primeira vez desde 2023, todos os pontos monitorados na bacia do rio Paraguai se mantiveram fora da condição de estiagem durante o trimestre pós-chuva”, afirmou.

O Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA), em relatório de junho, classificou a bacia como área sem seca ou com seca fraca.

Chuvas acima da média elevam níveis dos rios na Bacia do Paraguai
Monitoramento das secas utilizado no estudo (Imagem: Imasul/ Divulgação)

Níveis começam a cair em julho - Com o fim do período chuvoso, os rios afluentes do Paraguai já começaram a apresentar queda. A estação do rio Aquidauana, por exemplo, entrou em cota de estiagem nesta semana. A previsão para os próximos meses, até setembro, é de baixa pluviosidade, com possibilidade de novos registros de estiagem em outros pontos da bacia.

A expectativa, conforme o Imasul, é de que um novo ciclo de chuvas se inicie em outubro, conforme o padrão climático da região. Até lá, o monitoramento contínuo dos níveis dos rios segue como ferramenta essencial para prevenção de impactos em áreas urbanas, produtivas e ribeirinhas.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.


Nos siga no Google Notícias