Diretora põe empresa para eliminar pombos em escola e causa polêmica

A diretora da Escola Municipal José Mauro Messias da Silva “Poeta das Moreninhas”, na saída para São Paulo, em Campo Grande, causou polêmica ao contratar na sexta-feira (18) empresa de dedetização para combater os pombos e o caso foi parar na polícia.
Revoltada com a situação, a professora de ciências Sônia da Conceição conta que está na escola desde o ano passado e já tinha desenvolvido um projeto com garrafas pet para combater a população de cerca de 95 pombos que vive na quadra esportiva do colégio, localizado na Rua Ivo Osman Miranda, no Bairro Moreninha IV.
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Porém, segundo ela, na última semana, após uma reunião com o Conselho Escolar, a diretora Dinalva Domingos de Moraes resolveu contratar a empresa para eliminar os bichos. Sônia conta que não participou da reunião, porque estava em curso e só ficou sabendo do caso neste domingo (20), quando a diretora postou no grupo dos professores via WhatsApp a seguinte mensagem: “Atenção professores de Educação física, esta semana a quadra está interditada, motivo: dedetização dos pombos. Disseram que é milagroso e estamos pagando para ver”.
A professora relata que ficou indignada com a situação e tentou conversar com a diretora sobre a legalidade da situação, mas foi ignorada. Ela, então, foi até a escola, onde flagrou pelo menos três bichos mortos. “Sou professora efetiva, lotada no laboratório de ciências e como a diretora mesma diz, sou responsável pelas questões ambientais da escola”, destaca Sônia, que acionou a PMA (Polícia Militar Ambiental).
De acordo com ela, a diretora cometeu crime ambiental. “Tenho pleno conhecimento que os pombos são considerados problema de saúde pública e que a permanência deles no local é um perigo para as crianças, por isso criei o projeto para manejo de acordo com a legislação vigente, mas infelizmente não consegui colocar em prática”, lamenta. Sônia contou que já tinha mais de 3 mil garrafas pet e logo colocaria o projeto em prática.
O Campo Grande News tentou falar com a diretora na escola, mas ela disse que não foi autorizada pela Semed (Secretaria Municipal de Educação) para dar entrevista. A reportagem entrou em contato com órgão por e-mail e aguarda retorno.
Conforme o major da PMA, Edmilson Queiroz, hoje dois policiais esteve no local fazendo o levantamento e o caso será encaminhado para Decat (Delegacia Especializada em Crimes Ambientais e Proteção ao Turista) e ao Ministério Público Estadual. “A gente precisa saber se a diretora contratou a empresa para controle ou eliminação dos pombos, só depois da perícia é que vamos responsabilizar alguém”, explica.