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Meio Ambiente

Em ataque, dourado pode ter confundido turista com presa

Incidente é considerado raro, mas alguns cuidados podem ser tomados para evitar que passeio acabe no hospital

Por Silvia Frias | 11/04/2024 11:27
O peixe dourado pode chegar a 75 centímetros na Bacia do Alto Paraguai (Foto: José Sabino/Natureza em Foco
O peixe dourado pode chegar a 75 centímetros na Bacia do Alto Paraguai (Foto: José Sabino/Natureza em Foco

O ataque de peixe dourado a uma turista no Balneário do Sol, em Bonito, a 297 quilômetros de Campo Grande, é considerado evento muito raro, sendo mais comum com pescadores durante o manuseio. Porém, o turista pode ser confundido com “presa” natural do animal e, por isso, alguns cuidados podem ser tomados.

O dourado é um peixe de água doce, pertencente ao gênero Salminus. Vive aproximadamente 15 anos e o porte varia de acordo com seu habitat, podendo chegar a 75 centímetros de comprimento, em média, e pesando entre 6 e 7 kg na Bacia do Paraguai, no Pantanal.

“É preciso ressaltar que este tipo de acidente é um caso isolado, mas mostra que existe o risco”, explicou o professor do curso de Ciências Biológicas da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), José Sabino.

Turista foi socorrida e levada para hospital em Bonito (Foto/Divulgação)
Turista foi socorrida e levada para hospital em Bonito (Foto/Divulgação)

O incidente aconteceu ontem (10). A turista sofreu corte profundo em um dos pés e recebeu os primeiros socorros dos guarda-vidas. Em seguida, foi levada ao Hospital Darci João Bigatonn. Em nota, o balneário informou que a turista estava com os pés na água, mas não informou se ela estava alimentando os peixes ou se movimentando.

O professor explica que o dourado é predador natural de outros peixes, como a piraputanga. Por isso, a movimentação na água pode ser confundida com uma possível presa. “Nos últimos tempos, o rio Formoso ficou mais turvo e isso pode acentuar o erro de identificação durante o ato predatório”, explicou José Sabino. “Um dourado pode confundir uma parte do corpo com alguma presa”, alertou.

Além disso, há outras situações em que o incidente pode acontecer, como quando há oferta de ração para peixes, o que ocorre em alguns passeios. Segundo o professor, as piraputangas focam muito na comida e “baixam a guarda” contra seus predadores, que aproveitam a oportunidade.

Há, ainda, o risco decorrente de ação do turista, que se movimenta e chama atenção do peixe. “Às vezes, agitar as mãos ou os pés repetidamente pode ‘ativar’ o comportamento predatório”, disse José Sabino. Acessórios também devem ser um chamariz. “Evite usar adereços com brilho ou cores chamativas, como brincos e pulseiras”.

Os turistas podem recorrer ao uso de sapatilha aquática, para evitar outros incidentes, como se machucar nas pedras ou escorregar.

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