ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, QUINTA  09    CAMPO GRANDE 26º

Meio Ambiente

Estudo em nascentes mostra que Córrego Imbirussu é o mais poluído da Capital

Nenhum outro leito d'água da Capital tem tantas nascentes em degradação e poluídas

Por Lucia Morel | 12/12/2023 16:13
Nascente degradada e com muita sujeira no entorno. (Foto: Pesquisa UEMS)
Nascente degradada e com muita sujeira no entorno. (Foto: Pesquisa UEMS)

Sem ser o maior leito d'água de Campo Grande ou mesmo a bacia hidrográfica com a maior densidade populacional, o Córrego Imbirussu, que toma conta da região oeste da Capital, é o mais poluído da cidade. São cinco de 18 nascentes em nível alto de degradação. Nenhum outro córrego ou rio analisado pelo projeto “Água para o Futuro” tem tantas nascentes nessa situação.

O projeto é encabeçado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul contou com a parceria da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) que realizou as pesquisas em 96 nascentes de dez leitos de água da Capital. A responsabilidade dos dados é dos professores Vinícius de Oliveira Ribeiro e Edwaldo Henrique Bazana Barbosa, engenheiro ambiental e geógrafo, respectivamente.

A bacia do Imbirussu ocupa uma área de 11.920 hectares. Seu comprimento total é de 24,74 km em área especialmente urbana até desaguar no Rio Anhanduí. Ela abrange diversos bairros e seu entorno é densamente povoado, como cita parte da pesquisa da UEMS.

Muito lixo acumulado em uma das nascentes do Imbirussu. (Foto: Pesquisa UEMS)
Muito lixo acumulado em uma das nascentes do Imbirussu. (Foto: Pesquisa UEMS)

“A área da bacia é composta por alguns canais de drenagem, que abrangem dentro do perímetro urbano cinco bairros (José Abrão, Panamá, Popular, Nova Campo Grande e Núcleo Industrial) e parte de sete outros bairros (Nasser, Santo Amaro, Santo Antônio, Sobrinho, Taveirópolis, São Conrado e Caiobá) além da área rural fora do perímetro urbano”, relata o levantamento.

As cinco nascentes analisadas e encontradas em estado de alerta alto são no bairro Santo Amaro e assim como em outras bacias analisadas pelo projeto, a arborização aumentou, mas isso não foi suficiente para restaurar o leito d'água. Todas as nascentes identificadas como degradas permitem acesso direto e não são protegidas por nenhum tipo de barreira ou cerca.

A primeira delas fica na Avenida José Barbosa Rodrigues, entre a Avenida Florestal e a rua Bacaba; a segunda entre a Travessa do Café Suave e a Avenida Dom Antônio Barbosa; a terceira na Avenida José Barbosa Rodrigues, entre as ruas Presidente Rodrigues Alves e Américo Brasiliense. A quarta nascente está na Avenida José Barbosa Rodrigues, entre as ruas Presidente Café Filho e Presidente Delfin Moreira; e a última mais degradada na Avenida José Barbosa Rodrigues, entre as ruas Tamer Geleláite e Amélia Geleláite Mônaco.

Todas apresentam basicamente os mesmos problemas: acesso fácil sem obstáculos ou cercamento; acúmulo de resíduos sólidos no entorno; invasão da espécie exótica leucena; e por fim, ausência de vegetação arbórea densa na totalidade do raio de 50 metros das nascentes.

Mais uma nascente em risco de aumento de degradação. (Foto: Pesquisa UEMS)
Mais uma nascente em risco de aumento de degradação. (Foto: Pesquisa UEMS)

Vale lembrar que para a avaliação, os pesquisadores levaram em conta seis itens para identificar a gravidade da degradação: ausência de isolamento com cercas; invasão por leucena; ausência ou insuficiência de vegetação nativa; presença de resíduos sólidos; processos erosivos; e por fim, possível lançamento de efluente sanitários. Os locais em alerta alto estão com três ou quatro desses itens presentes.

Por fim, a presença da leucena é extremamente prejudicial porque a espécie está "inserida na lista das 100 piores espécies invasoras do mundo, onde atualmente tem sido reconhecida como invasora agressiva e causadora da perda de biodiversidade, com ameaça destacada às ilhas oceânicas, como Havaí, Galápagos, Fiji, Indonésia, Filipinas”, cita a pesquisa.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News.

Nos siga no Google Notícias