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Meio Ambiente

Instituto propõe geradoras de energia para recuperação do Rio Taquari

Representante aponta que sedimentos levados do Rio Coxim contribuem para degradação do leito

Gabriel Neris | 08/12/2019 07:59
Rio Taquari se perde em meio a grande calha de areia (Foto: Marcos Maluf)
Rio Taquari se perde em meio a grande calha de areia (Foto: Marcos Maluf)

Construir novas geradoras de energia elétrica de pequeno porte podem ser fundamentais no auxílio de recuperação do Rio Taquari. É o que sugere representantes da Associação Brasileira de PCHs e CGHS.

PCH (Pequena Central Hidrelétrica) e CGH (Central Geradora Hidráulica) são usinas com reservatório de até três quilômetros quadrados e com potência instalada entre 1 e 30 megawatts. As CGHs têm potência de até 1 mw. São centrais de energia baratas para construção e com dano menor ao meio ambiente.

Nelson Araújo Filho, representante do Instituto Agwa Soluções Sustentáveis, responsável por ações de preservação e estudos sobre a ação do homem ao meio ambiente, explica que a conversa com os produtores está em fase inicial.

“Primeiro vai gerar energia. Há demanda no setor. Vai ajudar a salvar o Pantanal e o produtor rural vai gerar receita”.

Nelson Araújo diz que problema é a areia carregada pelo Rio Coxim (Foto: Kísie Ainoã)
Nelson Araújo diz que problema é a areia carregada pelo Rio Coxim (Foto: Kísie Ainoã)

De acordo com o representante do Agwa, um dos problemas que mais contribuem para o assoreamento do Rio Taquari é a quantidade de areia carregada pelo Rio Coxim e que desemboca na área entre Camapuã e Figueirão. “Por ele [a areia] chega ao Taquari”, diz.

Após Coxim, a largura do Rio Taquari dobra de largura e os bancos de areia acabam ocupam praticamente metade do leito. Um cenário devastador no Pantanal de Mato Grosso do Sul.

“Vamos fazer uma parceria com o Instituto para conter sedimentos e auxiliar na recuperação do Rio Taquari. Com a implantação de PCHs e CGHs nas áreas onde se concentram os fluxos de
sedimentos erosivos, vamos ajudar na revitalização do rio, que infelizmente enfrentou as trágicas consequências de seu assoreamento”, destaca Pedro Dias, vice-presidente do Conselho Administrativo da Associação Brasileira de PCHs e CGHS.

Os próximos passos são levar a proposta ao poder público. De acordo com a entidade, uma PCH depende de estudo para avaliar o potencial hidráulico do rio onde será instalada e de um projeto básico para análise a aprovação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

No caso da CGH, a licitação é considerada simples, bastando apenas a comunicação ao órgão regulador e fiscalizador sobre a intenção de implantação do sistema após a elaboração do estudo e do projeto.

O prazo de implantação de uma pequena central hidrelétrica é de cinco anos, enquanto uma central geradora hidráulica é a metade desse período.

Nelson Araújo na margem antes tocada pelo Rio Taquari (Foto: Marcos Maluf)
Nelson Araújo na margem antes tocada pelo Rio Taquari (Foto: Marcos Maluf)
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