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Meio Ambiente

Mais de 219 mil pessoas vivem em unidades de conservação em MS

Estado conta com 127 unidades de conservação registradas, dessas, 54 possuem moradores

Por Jhefferson Gamarra | 11/07/2025 13:28
Mais de 219 mil pessoas vivem em unidades de conservação em MS
APA (Área de Proteção Ambiental) Municipal dos Mananciais do Córrego Lajeado, próximo ao bairro Maria Aparecida Pedrossian (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta quinta-feira (11) os dados do Censo Demográfico relacionados às Unidades de Conservação em todo o Brasil. No Mato Grosso do Sul, 219.332 pessoas vivem em áreas classificadas como UCs, o que representa 7,96% da população total do estado. Com esse número, o estado ocupa a 15ª posição no ranking nacional de população residente em áreas protegidas, correspondendo a 1,85% do total do país. São florestas nacionais, áreas de proteção ambiental e reservas biológicas.

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Mais de 219 mil pessoas vivem em unidades de conservação no Mato Grosso do Sul, representando 7,96% da população estadual. O estado possui 127 áreas protegidas, sendo que 54 delas têm moradores. A maioria reside em zonas urbanas, com equilíbrio entre homens e mulheres e predominância de pardos e brancos. Serviços básicos ainda são deficitários: 26,8% queimam lixo e 52,1% têm esgotamento inadequado. Apesar disso, o acesso a água e banheiros é relativamente melhor. O estado ocupa a 15ª posição nacional em população residente em áreas protegidas.

O fato de morarem em unidades de proteção integral não significa que essas pessoas estão em situação irregular. Mas ocorre que essa população está mais exposta à precariedade

Mato Grosso do Sul conta com 127 unidades de conservação registradas no Cadastro Nacional, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Dessas unidades, 54 possuem moradores, o que equivale a 42,5% do total. As outras 73 (57,5%) não apresentam população residente.

Entre as unidades mais populosas estão a APA (Área de Proteção Ambiental) Municipal dos Mananciais do Córrego Lajeado, com 35.412 habitantes, seguida pela APA Ilhas e Várzeas do Rio Paraná, com 32.604 moradores, e pela APA da Sub-Bacia do Rio Aporé, com 19.998 residentes.

A maior parte da população residente em UCs no estado vive em áreas urbanas: são 151.495 pessoas, o que representa 69,1% desse total. Outras 67.837 vivem em zona rural, correspondendo a 30,9%. A distribuição por sexo é praticamente equilibrada, com uma ligeira maioria de homens (50,1%) em relação às mulheres (49,9%).

Em termos de composição etnicorracial, 43% dos moradores dessas áreas se declararam pardos e 41,9% brancos. Embora esses números sejam semelhantes aos da população em geral, destaca-se uma maior participação da população indígena nas UCs. Além disso, 74 dos 2.572 autodeclarados quilombolas em MS residem em UCs, o que representa 2,88% da população quilombola do estado.

A população dessas áreas é, em sua maioria, jovem. Crianças e adolescentes de 0 a 14 anos representam 23,51% do total, enquanto pessoas com 60 anos ou mais correspondem a 14,15%.

Quase a totalidade dos moradores (99,95%) vive em UCs classificadas como de Uso Sustentável, enquanto apenas 0,04% estão em áreas de Proteção Integral e 0,01% em unidades com as duas classificações. A média de moradores por domicílio em UCs é de 2,84 pessoas. Nas áreas de Proteção Integral, essa média sobe para 2,96; nas de Uso Sustentável, é igual à média geral; e nas áreas mistas, a média cai para 2,25 moradores por residência.

O levantamento do IBGE também revela deficiências importantes nos serviços básicos nas UCs. A coleta de lixo é realizada por serviço de limpeza ou por caçambas em 73,2% dos domicílios, enquanto 26,8% dos moradores ainda queimam o lixo na propriedade, um número significativamente maior do que o registrado na população geral do estado, onde apenas 8,44% adotam essa prática.

No que diz respeito ao abastecimento de água, 7,2% dos domicílios localizados em UCs (5.146 unidades) não possuem abastecimento adequado nem canalização interna. Esses domicílios abrigam 19.161 pessoas. Em contrapartida, 198.252 pessoas vivem em 71.517 domicílios que têm alguma forma adequada de abastecimento, seja por rede geral, poço, mina ou nascente, com canalização até o interior das moradias.

O acesso a banheiros é relativamente universalizado nas áreas protegidas do estado. Apenas 181 domicílios (0,25%) em UCs não possuem banheiro ou sanitário, abrigando 570 pessoas. Todos os domicílios localizados em áreas de Proteção Integral possuem banheiro de uso exclusivo.

Já o esgotamento sanitário segue como o serviço mais deficitário. Mais da metade dos domicílios (52,1%) e da população (53,4%) vivem em situação inadequada de esgotamento, com dejetos sendo descartados em fossas rudimentares, valas, buracos, rios ou sem qualquer tipo de destinação. Em áreas de Proteção Integral, a situação é ainda mais grave: 75% dos domicílios estão nessa condição, afetando diretamente 64 pessoas.

Embora o Mato Grosso do Sul não esteja entre os estados com maior número absoluto de moradores em Unidades de Conservação, sua população residente em UCs é expressiva no contexto regional e nacional. No ranking brasileiro, os estados com maior número de moradores em áreas protegidas são São Paulo, com 2.483.199 pessoas (21,03% da população nacional residente em UCs), Maranhão, com 1.555.668 (22,96%), Bahia, com 1.354.144 (9,58%) e Rio de Janeiro, com 1.118.507 moradores. Juntos, esses quatro estados concentram 55,14% de toda a população residente em UCs no Brasil.

A análise foi feita com base nos dados do Censo Demográfico 2022, cruzados com informações oficiais do Cadastro Nacional de Unidades de Conservação. O levantamento contou com a colaboração de órgãos gestores federais, estaduais e municipais e está disponível na íntegra no portal da Agência de Notícias do IBGE.

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