Pantanal perdeu área natural maior que duas Campo Grande em 40 anos
Além disso, bioma registrou retração recorde de áreas úmidas em 2024
Bioma que tem a maior porção localizada em Mato Grosso do Sul, o Pantanal perdeu áreas naturais equivalentes a mais de duas vezes o tamanho de Campo Grande, a capital do Estado, em 40 anos. A comparação se baseia em dados do MapBiomas divulgados nesta quarta-feira (13).
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O Pantanal perdeu 1,7 milhão de hectares de áreas naturais nos últimos 40 anos, extensão equivalente a mais de duas vezes o tamanho de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul. A análise, divulgada pelo MapBiomas, revela que o bioma teve 12% de suas coberturas verdes e corpos d'água alterados por atividades humanas. O estudo também aponta que o Pantanal apresentou a redução mais drástica de áreas úmidas entre os biomas brasileiros, com superfície de água 73% abaixo da média registrada no período analisado. As principais causas são o desmatamento e a expansão agrícola, com pico de transformação entre 1995 e 2004.
A área pantaneira total afetada é de 1,7 milhão de hectares, segundo a organização, e inclui a perda observada no estado de Mato Grosso. O número é a soma do que foi reduzido no intervalo entre 1985 e 2024.
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Em todos os biomas brasileiros, a cobertura vegetal perdida é de 111,7 milhões de hectares, tamanho proporcional a 13% do território nacional e maior que o território da Bolívia.

Por bioma - O Pantanal teve 12% das coberturas verdes e corpos d'água naturais alterados por atividades humanas em relação ao tamanho do bioma. Considerando também a proporção, o Pampa teve a maior perda no País: 30%.
Em extensão, a Amazônia lidera o ranking. Foram 52,1 milhões de hectares.
O Cerrado está na segunda posição, com 40,5 milhões de hectares de vegetação nativa suprimida. O bioma cobre 65% do território de Mato Grosso do Sul.
A área natural da Caatinga convertida foi de 9,2 milhões de hectares e a da Mata Atlântica, de 4,4 milhões. Esse segundo bioma também está presente no Estado, em 14% do território.
As principais atividades humanas relacionadas à perda de cobertura natural são o desmatamento e a expansão da agricultura.
“O auge dessa transformação foi entre 1995 e 2004, quando o desmatamento atingiu os maiores picos. Mas entre 2005 e 2014, registrou-se a menor perda líquida de florestas desde 1985. Essa tendência se inverteu nessa última década, que foi marcada por degradação, impactos climáticos e avanço agrícola”, destaca Julia Shimbo, coordenadora científica do MapBiomas e pesquisadora do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia).
Secando - O Pantanal se destaca negativamente na análise do bioma onde mais secaram zonas úmidas como floresta alagável, campo alagado, área pantanosa, apicum e mangue.
O bioma teve a redução mais drástica. Em 2024, apresentou uma superfície de água 73% abaixo da média registrada nos 40 anos analisados.
Juntas, as áreas úmidas ocupavam 84 milhões de hectares, ou quase 10% do território nacional em 1985. Em 2024, eram 74 milhões de hectares (8,8% do Brasil).
Todos os biomas perderam superfície de água nos últimos 40 anos, com exceção da Mata Atlântica, por conta da criação de reservatórios e hidrelétricas que expandiram a superfície de água principalmente a partir dos anos 2000.
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