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Política

"Se não tenho culpa no cartório, resolvi prestar esclarecimentos", diz deputado

Zé Teixeira (DEM) prestou depoimento na última sessão da CPI da JBS e enfatizou que foi ao local "como produtor rural"

Izabela Sanchez e Richelieu de Carlo | 27/09/2017 18:03
Zé Teixeira (DEM) prestou depoimento na última sessão da CPI (Wagner Guimarães/Alms)
Zé Teixeira (DEM) prestou depoimento na última sessão da CPI (Wagner Guimarães/Alms)

Enfatizando que compareceu como "produtor rural" e não como deputado estadual, Zé Teixeira (DEM) prestou depoimento na última sessão da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigou a atuação do grupo JBS em Mato Grosso do Sul. A CPI durou 74 dias e direcionou os trabalhos à analise de documentos, já que teve acesso à 101 mil notas fiscais, mas selecionou para depor apenas 4 pessoas.

Todos os nomes, incluindo Teixeira, não tinham obrigação de prestar esclarecimentos durante a sessão, e poderiam apenas enviar documentos. Foi a escolha de outros dois nomes que seriam ouvidos nesta tarde: o ex-prefeito de Porto Murtinho e atual assessor político da Secretaria de Governo, Nelson Cintra e o produtor rural Zelito Ribeiro.

Citado pelos irmãos Batista durante a delação da JBS à Procuradoria da República, Teixeira levou documentos que alegou serem fruto das transações que realizou junto à empresa, entre eles notas fiscais. O parlamentar apresentou documentação sobre a venda de gado para a corporativa entre os anos de 2014 e 2017.

Além das notas, apresentou atestado de vacina do gado e comprovante do pagamento do Fundersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do Estado de Mato Grosso do Sul), referente à venda de 5.022 cabeças de gado, conforme explicou, no valor de R$ 11,5 milhões de reais.

"Se não tenho culpa no cartório, resolvi prestar esclarecimentos", declarou, durante a oitiva. O deputado também apresentou extrato de uma conta corrente com valores depositados pela JBS, segundo alegou, além da declaração de imposto. "A documentação está aí, não tenho muito o que explicar. Eles [Joesley e Wesley] que estão acusando é que tem que dar explicações", afirmou.

Ao ser questionado pelo deputado Paulo Siufi (PMDB) sobre atos ilícitos junto aos irmãos da JBS, Teixeira negou e disse nunca ter se encontrado com os dois. "Nunca conversei com eles, nunca vi na vida. Tenho relações com a JBS desde que ela abriu o primeiro escritório em Mato Grosso do Sul", respondeu.

"Por que, então, você foi citado?", questionou o deputado Pedro Kemp (PT). "Você teria que perguntar para eles", emendou Teixeira.

Encaminhamentos - A CPI, agora, deve encaminhar o relatório final para ser votado pelos deputados. Relator da Comissão, Flávio Kayatt (PSDB) afirmou que o documento será lido na Assembléia no dia 28 de outubro.

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