“Vai a sigla, mas a estrutura fica com a gente”, diz Londres sobre PR
Partido rumava para ficar com Azambuja, mas reviravolta com apoio da direção nacional sinaliza para Puccinelli

De saída do PR, partido que comandou por décadas, o ex-deputado estadual Londres Machado afirma que deixa a sigla, mas mantém para o seu grupo o capital político de oito prefeitos, 54 vereadores e ex-prefeitos. “Vai a sigla, mas a estrutura fica com a gente”, afirma.
Segundo Londres, a direção nacional não pediu que ele deixasse a presidência do PR em Mato Grosso do Sul, mas se sentiu desconfortável com os novos rumos ditados pela cúpula do partido.
- Leia Também
- Imposição do nacional provoca debandada de deputados do PR de MS
- Chance de eleição é o que movimenta troca-troca de partidos em MS
Além de Londres, que já comunicou que está de saída do PR, os deputados estaduais Grazielle Machado e Paulo Corrêa deixaram a sigla. Desta forma, o partido perde os dois representantes na Assembleia Legislativa.
Aproveitando a janela partidária, que permite que pré-candidatos com mandato troque de partido até 7 de abril, a deputada deve ir para o PSD, enquanto Corrêa se filia hoje (dia 3) ao PSDB. A debandada no PR só não será maior porque vereadores não podem trocar de partido.
Negociação - O Campo Grande News apurou que o epicentro da reviravolta nos planos do PR em Mato Grosso do Sul foi o apoio do comando nacional à pré-candidatura de Edson Giroto a deputado federal, encampando o projeto eleitoral do ex-governador André Puccinelli (MDB).
No fim de 2017, Giroto chegou a declarar que não seria candidato nas próximas eleições. Ele é investigado na operação Lama Asfáltica, da PF (Polícia Federal), e tem várias passagens pela cadeia, sempre acusado de corrupção. Neste cenário, o PR dialogava, com aval da direção nacional, com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que vai disputar a reeleição.
O plano do PR era ter candidato a deputado federal. A primeira opção foi a deputada federal Tereza Cristina, que acabou trocando o PSB pelo DEM. O plano B era a candidatura do ex-vereador Jamal Salém (PR). Contudo, fontes do Partido Republicano afirmam que Giroto e Puccinelli entraram na negociação e o PR nacional optou pela candidatura de Giroto, que já foi deputado federal.
Desta forma, Londres perdeu a condição de negociador. Com a mudança de plano, 11 membros da direção executiva deixaram os cargos no Estado. O histórico de Londres tem a marca de fidelidade aos correligionários, reforçando a tese de que o grupo deve permancer aliado ao ex-deputado. “Vai continuar junto”, afirma Londres.