Os deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul aprovaram nesta quarta-feira (23), contra a vontade de um bom número de servidores que ocupavam o plenário da Casa, o projeto de lei de autoria do Poder Executivo que institui o PCC (Plano de Cargos e Carreira) dos servidores da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal).
Os servidores ocuparam novamente a tribuna da Assembleia para protestar contra a mudança, alegando que alguns pontos não favorecem os funcionários de carreira. Eles voltaram a pedir para que os deputados votassem contra a aprovação do PCC e não do reajuste, mas não adiantou. Dos 24 deputados da Casa, votaram contra o projeto os deputados do PT: Paulo Duarte, Pedro Kemp, Cabo Almi e Laerte Tetila, o deputado Marquinhos Trad (PMDB), Alcides Bernal (PP) e o deputado Lauro Davi (PSB).
O começo da sessão já demonstrava que a base governista votaria a favor da proposta do Governo. O presidente da Asssembleia, Jerson Domingos (PMDB), disse que, como fez com as outras categorias, reuniria uma comissão para iniciar uma conversa com o Governo.
O presidente da Assembleia estava um pouco irritado com a situação e chegou a dizer que parecia que os deputados estavam mais interessados em deixar de trabalhar do que ver os seus interesses. “É muita moagem” , disse o deputado, explicando que nem cristo foi unanimidade e acabou sendo crucificado. “Não tem como agradar a todo mundo”.
Oposição - A oposição ocupou a tribuna da Casa para mostrar indignação com a situação. O deputado Paulo Duarte foi o primeiro a falar e disse que os governos são passageiros e, diferente dos servidores de carreira, os políticos têm prazo de validade. “É complicado você estar em uma carreira e não ver perspectiva”, resumiu.
O deputado Pedro Kemp (PT) voltou a falar da situação inusitada que a Casa passava ao ver os servidores, pela primeira vez, pedirem para os deputados votarem contra um PCC. Kemp disse que já viu PCC ser aprovado em dezembro, o que não necessariamente, precisaria ser feito agora. O deputado lamentou o fato de não haver negociação, mas elogiou a postura do líder do Governo, Junior Mochi (PMDB), que segundo ele, tentou uma negociação até o último minuto.
O deputado Cabo Almi lembrou do início de sua carreira política, dizendo que não sabe como foi eleito. Ele usou o exemplo para dizer que sua declaração não seria para tirar proveito, mas para cumprir a sua missão de atender o coletivo. O deputado ressaltou que não é justo jogar nas costas dos deputados a responsabilidade de arcar com as consequências. O deputado Alcides Bernal (PP) aproveitou o microfone para dizer que em breve “a oposição vai mostrar que quem manda de verdade é o povo”.
Base - O deputado Zé Teixeira (DEM) disse que seu voto não valeria de nada e preferiu seguir com o Governo para não se expor. Já o vice-presidente do PSDB no Estado, deputado Marcio Monteiro, detalhou que sempre deixou claro que o fato do deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) concorrer a Prefeitura não influenciaria na posição dos deputados na Casa.
Márcio Monteiro disse ainda que o PSDB votou com o Governo porque confia que André Puccinelli (PMDB)está pensando em preservar a gestão pública, mesmo que contrarie o interesse de um ou de outro. “O Estado vem avançando em termos organizacional. Acredito que a proposta é para melhorar o Estado de Mato Grosso do Sul”.
A votação mostrou que o Governo continua com maioria na Assembleia Legislativa, tendo como oposição os quatro deputados do PT. Já os deputados Marquinhos Trad e Lauro Davi sempre seguiram uma linha mais independente. Os deputados George Takimoto (PSL) e o deputado Felipe Orro (PDT), eleitos pela oposição, mostraram que o lado oposicionista teve fim com o término da eleição em 2010 e seguem a favor do Governo.
Aconselho aos funcionários da Iagro a expor seus holerites em tamanho bem grande na proxima sessão da assembleia para deixar bem claro que o salário é uma porcaria, pra ver se consguem sensibilizar os deputados.
Caros deputados, eleitos pelo povo que votaram pela aprovação do PCC :
PR - Junior Mochi, Eduardo Rocha, Londres Machado, Antônio Carlos Arroyo, Paulo Corrêa
PSDB - Márcio Monteiro, Professor Rinaldo, Dione Hashioka
PT do B - Mara Caseiro,Marcio Fernandes
PSL - George Takimoto
PDT - Felipe Orro
PMDB - Jerson Domingos
PPS - Diogo Tita
DEM - Zé Teixeira
Me lembrarei de não votar me nenhum
E BRINCADEIRA MAIS UMA CLA BOCA NOS SERVIDORES ASSIM COMO TEVE OS PROFISSIONAIS DA SEGURANÇA, SE TODAS AS CATEGORIAS ESTIVESSE UNIDAS NADA DISSO ESTARIA ACONTECENDO AMÉM PESSOAL
Como dizia Che Guevara "Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros." Que democracia é essa? Onde os representantes do povo não os representam conforme solicitado. Essa é a verdadeira utopia, nossa realidade é totalmente inversa do que eles prometem nas épocas de eleições.
A diretoria da FETEMS (Federação dos Trabalhadores em Educação do Mato Grosso do Sul), entidade que representa 25 mil trabalhadores em educação do Mato Grosso do Sul, e as diretorias dos 71 Sindicatos Municipais dos Trabalhadores em Educação afiliados a Federação, apóiam a luta dos servidores da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) e são solidárias aos companheiros do Sifems (Sindicato dos Fiscais Estaduais Agropecuários) que estão à frente da mobilização da categoria.
Assim como os administrativos da educação estão indignados com o reajuste salarial de apenas 6%, foram à luta e agora querem a unificação da carreira, os servidores da Iagro estão no seu pleno direito de batalhar por um piso mais digno da função que exercem.
Concordamos com a indignação dos mais de 600 servidores da Iagro que assistiram um PCC (Plano de Cargos e Carreira) ser aprovado sem atender as solicitações da categoria. Construir um PCC sem dialogar com os servidores é atitude de um Governo antidemocrático.
Assim como o Sifems, esperamos que o Governo do Estado, mesmo com o PCC aprovado pela Assembleia Legislativa, abra um canal de negociação com os servidores para que as reivindicações como os benefícios retroativos, o piso, a exclusão do adicional de insalubridade para os fiscais, assim como a exclusão do adicional de capacitação para os antigos funcionários, sejam debatidas e resolvidas, para que o funcionamento dos trabalhos prestados pela Iagro não sejam prejudicados, pois sabemos que grande parte da Economia do nosso Estado está diretamente ligada aos serviços prestados por esta categoria.
Também apoiamos a luta do Sifems sobre o remanejamento de funcionários e transferência a critério da Iagro, por determinação do Governo do Estado. Os servidores possuem suas famílias e o Governo não pode remanejar as pessoas conforme a sua vontade, sem critérios sérios e que respeitem a vontade do trabalhador.
A luta da FETEMS, assim como a do Sifems, é pela valorização do servidor público e por melhores condições de trabalho para as categorias, pois acreditamos que este é o caminho para que Mato Grosso do Sul alcance o desenvolvimento que sonhamos.
Att,
FETEMS e os 71 SIMTED’s
Quando a população reclama dos servidores públicos, é porque não imagina as condições de trabalho do governo do estado. Apenas órgãos arrecadadores têm equipamentos adequados, como veículos e computadores. Muita gente dos outros órgãos preferem levar seu próprio notebook para darem conta de suas atribuições. É um absurdo tratar o funcionalismo como os governantes têm tratado. Também temos famílias