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Política

Bancada de MS defende uso do fundo eleitoral no combate ao coronavírus

Parlamentares no entanto divergem sobre adiamento das eleições municipais em outubro deste ano

Leonardo Rocha | 23/03/2020 13:42
Teste para cadastro de candidatos na urna eletrônica (Foto: José Cruz - Agência Brasil)
Teste para cadastro de candidatos na urna eletrônica (Foto: José Cruz - Agência Brasil)

Os parlamentares da bancada federal de Mato Grosso do Sul ouvidos pelo Campo Grande News são favoráveis a usar os recursos do fundo eleitoral, estimado em R$2,03 bilhões, para o combate ao coronavírus. Entretanto quando se fala em adiar as eleições deste ano não existe um consenso, já que alguns ainda entendem que é “precoce” fazer esta avaliação.

A senadora Simone Tebet (MDB) declarou que vota a favor de utilizar a maior parte do recurso (fundo eleitoral) para enfrentar o novo vírus, deixando um “valor pequeno” para as eleições municipais, no entanto ponderou que é “prematuro” adiar o pleito neste momento. “Se não tiver condições em outubro, poderia ocorrer em novembro e dezembro”.

Também favorável a transferência de recursos do fundo, o deputado federal Fábio Trad (PSD) até sugere reduzir o salário de servidores de todos os poderes, que ganham mais de R$ 20 mil. “Temos que encontrar formas de ajudar neste momento”. Ele entende que “colocar eleição na rua” contraria as recomendações do Ministério da Saúde, que aposta no isolamento, para reduzir o contágio da doença.

“Pode se prorrogar para dezembro, mas sou contra unificar tudo em 2022”, pontuou o parlamentar. Para Beto Pereira (PSDB) os recursos tanto do fundo eleitoral, como dos gastos previstos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) teriam que ir para o combate ao vírus e concorda que é preciso “repensar” o calendário eleitoral. “Poderíamos voltar a debater propostas já existentes de unificar as eleições, sem reeleição”, diz o tucano.

Rose Modesto (PSDB) ponderou que a eleição “não é prioridade” e que apoia o grupo a favor de enviar recursos do fundo contra doença. “O pleito (eleitoral) ficou secundário, nossa preocupação é com os hospitais que não tem estrutura para enfrentar esta pandemia”.

Loester Carlos (PSL) defende o adiamento da eleição, com unificação do pleito em 2022, assim como uso do fundo (eleitoral), além da proposta de reduzir em 50% o salário dos parlamentares. “Também haveria o corte dos gastos para realizar a eleição, que poderia ser revertido para o combate ao coronavírus”, adiantou.

Outras medidas – Dagoberto Nogueira (PDT) diz não ser contra usar o recurso do fundo, mas citou que o governo federal poderia tomar outras medidas. “O presidente (Jair) Bolsonaro destinou recursos do Banco Central a outros bancos, que seria mais que suficiente se fosse repassado para saúde”.

Já Luiz Ovando (PSL) é mais otimista, ao avaliar que a situação crítica da pandemia deve durar “apenas dois meses”, o que segundo sua avaliação não atrapalharia a eleição. “Sou a favor apenas de novos prazos para filiações”. Ele disse que também é favorável a utilização de recursos do fundo. “Até acho que não vai precisar, mas a prioridade é a vida”.

O assunto ganhou repercussão no cenário político, após declaração do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que a eleição deste ano deveria ser adiada, devido o cenário de pandemia dentro do Brasil.

Entramos em contato com os demais integrantes da bancada, mas eles não atenderam as ligações até o fechamento da reportagem.

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