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Política

Campanha sob suspeita tem irregularidade de R$ 121 mil em 48 cheques

Parecer aponta a necessidade de condenação judicial para devolução de valores ao Tesouro Nacional

Aline dos Santos | 19/07/2019 10:16
Material de divulgação da candidata a deputada estadual.
Material de divulgação da candidata a deputada estadual.

Parecer anexado ao processo de prestação de contas da campanha da candidata Gilsienny Arce Munhoz, a Gilsy Arce, aponta a necessidade de condenação judicial para que ela devolva R$ 121.979 ao Tesouro Nacional. O total equivale a despesas de campanha eleitoral não comprovadas.

O relatório lista 48 cheques, com valores que vão de R$ 10 (despesa de pessoal) a R$ 20.357 (cessão ou locação de veículos). De acordo com o parecer, o valor econômico dos eventos irregulares atinge o montante de R$ 121.979,01.

“Irregularidades decorrentes da total ausência de documentos, da apresentação de documentos ilegíveis ou de documentos diversos dos diligenciados e necessários a comprovação da operação de despesa”.

De acordo com o parecer, dois cheques não têm registro de compensação em nenhum dos extratos bancários disponíveis. Os valores são de R$ 2.732,80 e R$ 3.414,80.

Investigada pelo Ministério Público Eleitoral e alvo de mandados de busca e apreensão pela PF (Polícia Federal) no mês de maio, a candidatura de Gilsy a deputada estadual, pelo então PRB, agora Republicanos, foi financiada em 100% por dois fundos abastecidos por recursos do Orçamento da União, ou seja, dinheiro público. O total arrecadado foi de R$ 761.589,50. A candidata obteve 491 votos e não foi eleita.

Conforme o relatório da Justiça Eleitoral, R$ 574.808,88 foram utilizados para pagamento de pessoal, uma modalidade de despesa que é mais difícil de controlar do que as documentadas por notas fiscais, por exemplo.

A PF foi às residências e Gilsienny e de Edson Bobadilha, que coordenou a campanha da candidata, com pagamento de R$ 53,9 mil, terceira maior despesa durante a corrida eleitoral. Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo juiz da 53ª Zona Eleitoral de Campo Grande.

Ouvida no mês de maio, a defesa da ex-candidata negou irregularidades na prestação de contas e refutou o comparativo entre o gasto e resultado nas urnas. Nesta sexta-feira (dia 19), o advogado Ronaldo Franco disse que a ex-candidata tem todos os documentos e serão apresentados à Justiça Eleitoral.

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