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Política

Justiça gasta com ilhas de sushi em eventos e tâmaras no coffee break

Contrato para cerimônias e recepções tem validade entre fevereiro de 2025 e 2026

Por Guilherme Correia | 11/09/2025 12:42
Justiça gasta com ilhas de sushi em eventos e tâmaras no coffee break
Plano de gastos de um ano prevê menu com suchi e tâmaras (Foto: Reprodução)

As despesas do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) para 12 meses, entre 2025 e 2026, inclui gastar milhares de reais do dinheiro público com eventos institucionais, em serviços de buffet dignos de grandes casamentos e coffee break com tâmaras e outras guloseima da culinária.

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Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul investe em serviço de buffet para eventos institucionais. Contrato firmado com a Dois Amores Comércio de Doces e Salgados Ltda prevê cardápio variado, incluindo ilhas gastronômicas temáticas e pratos sofisticados. O contrato, no valor de R$ 699.965,00, abrange coquetéis, almoços e jantares para até 3.700 convidados em diferentes eventos. Destacam-se as ilhas italiana, japonesa e árabe, com iguarias como queijos finos, sushis e pratos típicos. O serviço também inclui pratos quentes, sobremesas e mesas de café. Os coquetéis padrão, para 2 mil pessoas, representam o maior custo individual, com R$ 305.280,00.

Além de R$ 1,67 milhão em cafezinho, insumos e serviços similares, contrato de R$ 699,9 mil com a empresa Dois Amores Comércio de Doces e Salgados Ltda, garante coquetéis e jantares de maior sofisticação, conforme dados do PAC (Plano Anual de Contratações).

Nos eventos oferecidos pela Corte, o Judiciário não economiza na variedade. Na lista aparecem ilhas temáticas italianas, japonesas e árabes, com queijos finos, sushis, sashimis, homus e coalhada seca.

O detalhamento mostra que o coquetel padrão, pensado para até 40 ocasiões e 2 mil convidados, é o item mais representativo, custando R$ 305,2 mil, são R$ 152,60 por pessoa.

Em outras modalidades, estão previstos até fevereiro do ano que vem 15 coquetéis em ilhas, mais de um por mês, ao custo de R$ 210,4 mil para 900 convidados, além de 10 jantares para 800 convidados por R$ 184,2 mil, o que eleva o padrão do evento e faz o valor chegar a R$ 230 por pessoa, preço cobrado em restaurantes de alto padrão.

Os custos mais expressivos vêm da frequência dos coffee breaks. O Tipo I, composto por itens simples, como minissanduíches, salgados e bolo, alcança R$ 270,1 mil sozinho. Na sequência, os coffee breaks Tipo IV (R$ 150,3 mil), Tipo III (R$ 130,7 mil) e Tipo II (R$ 123,8 mil) completam uma conta que supera meio milhão de reais. A salada de frutas, prevista em mais de R$ 109,8 mil, reforça que itens considerados básicos também têm peso significativo no orçamento.

No planejamento mais amplo do PAC, sobressaem tanto os preços unitários elevados quanto os volumes adquiridos. No menu do coffee break, tâmaras a R$ 77,37/kg, biscoitos a R$ 71,72/kg e bombons a R$ 68,97/kg figuram entre os itens mais caros, com previsão de dezenas a centenas de quilos para abastecer o ano. Somados, apenas biscoitos, bombons e tâmaras passam de R$ 29 mil.

O Campo Grande News entrou em contato com o TJMS, mas ainda não obteve resposta às seguintes perguntas:

  1. Como justifica gastos elevados com eventos em vez de opções mais baratas?
  2. Existe algum estudo que mostre o impacto desses contratos no orçamento geral da instituição?
  3. Há alguma política interna para limitar ou revisar gastos com gêneros alimentícios considerados supérfluos.