Liminar caiu, mas demarcação emperra, reclama deputado
Os deputados estaduais voltaram a ocupar boa parte da sessão da Assembléia Legislativa hoje para discutir o processo de demarcação de terras indígenas.
O petista Pedro Kemp ocupou a tribuna da Casa para criticar a morosidade da Funai (Fundação Nacional do Índio.
"A Funai precisa começar a agir", disse o deputado. Ele lembrou que a liminar conseguida pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) suspendendo o processo de identificação e demarcação de terras indígenas já foi cassada pelo Tribunal Federal da 3ª Região.
Mesmo assim, segundo ele, a Funai está lenta para iniciar o processo.
Kemp lembrou que, enquanto isso, indígenas estão acampados à beira de rodovias, passando necessidade.
Um exemplo são os indígenas que estão em Rio Brilhante, onde 42 crianças estão sem escolas e idosos vivem sem condições mínimas.
Kemp também criticou o governador André Puccinelli (PMDB), que esteve recentemente em Brasília, na companhia de produtores rurais, articulando para que as demarcações não ocorram no Estado.
"O governador foi a Brasília e agora até aparece na televisão de cocar, para dizer que apóia os índios", disparou.
De acordo com ele, o processo de negociaçao estava a pleno vapor e de repente tudo ficou paralisado.
"De repente vieram montes de ações na Justiça. Eu estava muito otimista com o avanço das negociações, mas acho que demos um passo atrás", disse.
O deputado Paulo Corrêa (PR) ocupou o microfone de apartes para defender o governador. Ele disse que a culpa pela morosidade na conclusão deste processo é do governo federal.
O deputado Zé Teixeira (DEM), que represente da classe ruralista na Assembléia Legislativa, também ocupou a tribuna para falar sobre o assunto.
Ele disse que os índios não querem desavença com os produtores e nem têm interesse em tomar as terras deles. "Eles não querem é ser comandados por uma Funai falida como está", atacou.
Segundo o parlamentar, os índios são, inclusive, agradecidos ao governador André Puccinelli pela assistência social e as patrulhas mecanizadas entregues até o momento.
