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Interior

Máfia do empréstimo consignado envolvia ex-vereadores e “fantasmas”

Aline dos Santos | 29/04/2011 08:57
Ex-vereadores foram denunciados em esquema de fraude na Câmara.
Ex-vereadores foram denunciados em esquema de fraude na Câmara.

Deflagrada hoje em Dourados, a operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) mira o esquema de empréstimos consignados na Câmara Municipal.

De acordo com a denúncia, a fraude em envolvia funcionários fantasmas e os ex-vereadores Humberto Teixeira Júnior, que teve o mandato cassado após prisão na operação Uragano, e Sidlei Alves, ex-presidente da Câmara, que renunciou após ficar preso por 90 dias.

Eles voltaram a ser preso nesta sexta-feira. A ação também prendeu Rodrigo Terra, ex-assessor de Humberto, e Amilton Salina, que foi diretor financeiro da Câmara Municipal por mais de dez anos.

Conforme o Dourados Agora, o esquema criminoso desviava dinheiro dos cofres públicos da Câmara Municipal, através de consignados feitos por funcionários comissionados, que na maior parte das vezes seriam "fantasmas".

As pessoas eram nomeadas pelo vereador Sidlei Alves para atuar como servidores públicos. O objetivo era que elas realizassem consignados, cujo dinheiro iria para a organização criminosa, supostamente chefiada por Humberto Teixeira Júnior.

Segundo a denúncia, um funcionário da Câmara Municipal era o responsável pela falsificação de holerites dos novos servidores. Em tese, se a pessoa tivesse um salário de R$ 1.080, a Câmara atestava salário de pelo menos R$ 5 mil. O objetivo era de conseguir empréstimos maiores, que poderiam chegar a R$ 35 mil.

Em troca, os contratados recebiam a garantia de não pagar pelo empréstimo, além de um cargo na Câmara. A presença deles não precisaria ser comprovada. Por mês, estes servidores recebiam em média mil reais. Rodrigo Terra é apontado como articulador destas contratações e consignados.

Delatado – O esquema foi implodido após denúncia de um ex-funcionário do vereador Humberto Teixeira Júnior. Na gravação, o ex-vereador afirma que se beneficiou do consignado e que o funcionário só foi admitido pela Câmara para obtenção do empréstimo.

Em um trecho do diálogo, Teixeira cita o envolvimento de toda a Mesa Diretora. “Todos os vereadores têm, uns mais outros menos, mas todos têm”, afirma na gravação.

Em outro trecho ele diz: “Então sentamos com a Mesa Diretora para dar uma solução. Quem tem funcionário que está a mais de 30% acima da margem exonera e coloca outro no lugar para pegar o cheque do salário e pagar o consignado”, disse.

Só no nome do ex-funcionário, Teixeira teria feito três consignados: dois no nome dele e mais um no da esposa. Os três juntos somam R$ 82 mil. Como as prestações dos consignados começaram a atrasar, o banco começou a pressionar o denunciante.

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