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Política

Movimento para redução dos salários de vereadores chega à Capital

Antonio Marques | 03/09/2015 13:15
O movimento pela redução dos salários dos vereadores chega a Campo Grande e o projeto de lei de iniciativa popular já está sendo articulado (Foto: Fernando Antunes)
O movimento pela redução dos salários dos vereadores chega a Campo Grande e o projeto de lei de iniciativa popular já está sendo articulado (Foto: Fernando Antunes)

O movimento pela redução dos salários dos homens públicos, iniciado no interior do Paraná, chegou a Mato Grosso do Sul. O primeiro município a reduzir os vencimentos dos vereadores e do prefeito foi Guia Lopes da Laguna, a 227 quilômetros da Capital. O chefe do Executivo passa a receber R$ 5 mil, 87,75% a menos que os R$ 16 mil, que recebia até então. Em Campo Grande, onde o parlamentar ganha R$ 15,7 mil, o movimento começou pelo Facebook.

Em Jacarezinho, no interior do Paraná, a população criou o movimento “miau” para cobrar a redução dos salários dos vereadores. Inicialmente, chegou a ser questionado pelos parlamentares, mas o povo se juntou e a pressão popular venceu, reduzindo os salários dos vereadores em 30%, a partir de 2017.

O novo salário passou a ser R$ 4.340,00. Antes os vereadores recebiam R$ 6,2 mil. O valor ainda não corresponde à vontade da população, que queria um subsídio de apenas R$ 788,00, um salário mínimo.

Em Guia Lopes, o salário do vice-prefeito passou de R$ 8 mil para R$ 980,00. Houve diminuição de 50% na remuneração dos secretários (de R$ 6 mil para R$ 3 mil), que pode ter aplicação imediata tão logo seja aprovado na sessão ordinária da próxima terça-feira e sancionado pelo prefeito Jácomo Dagostin (PMDB). O chefe do Executivo tem a prerrogativa de veto o projeto, que só então valeria caso fosse derrubado, com apoio de 2/3 dos vereadores.

Crise - No dia 10 de agosto, a Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) realizou um evento na Capital, reunindo praticamente todos os prefeitos. Na ocasião várias prefeituras fecharam as portas por um dia para cobrar do governo federal os repasses atrasados dos restos a pagar de obras realizadas e paradas, que aguardam verba da União para não piorar a situação financeira das cidades.

Logo após o evento que foi divulgado amplamente pela imprensa no estado, uma cidadã do município de Jardim, Cynthia Bearare, 25 anos, bacharel em Direito, publicou em seu perfil no Facebook uma postagem com o título “comunicado aos moradores de Jardim – MS”, no qual ela pede ajuda da população local para a realização de um abaixo assinado pedindo a redução dos salários do prefeito, vice-prefeito, vereadores e secretários.

Ela diz acreditar que a “economia nos gastos do município devem começar pela administração do próprio município e não apenas em aumentar o IPTU (Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana) e diminuir salários de professores e outros funcionários”, escreveu ela.

Cynthia contou que teve excelente apoio da população, especialmente dos comerciantes da cidade, que disponibilizaram seus comércios para coleta das assinaturas. “Não vamos ficar parados vendo o município entrar em crise como diz a faixa em frente a prefeitura e ficar apenas assistindo. Vamos lutar pela cidade e por nosso dinheiro”, convoca ela no Facebook.

A bacharel em Direito disse ainda que, que a iniciativa surgiu depois de ter visto a ideia no interior do Paraná. Foi depois de sua postagem que o vereador Rodrigo Arruda (PMDB), de Guia Lopes da Laguna, encampou a sugestão e propôs a redução dos salários na Câmara Municipal. “Em Jardim recebi o apoio de apenas dois vereadores dos nove existentes e o prefeito é muito crítico a ideia de reduzir o salário”, revelou Cynhtia, acrescentando que a coleta de assinaturas deve acontecer até o final do mês de setembro.

Capital - Em Campo Grande, o fisioterapeuta Denis Pereira da Silva, 23 anos, criou uma página, também no Facebook, com o nome “Redução dos Salários dos Vereadores de Campo Grande”. Em menos de 10 dias já conseguiu mais de 2.600 curtidas de pessoas que visitaram a página.

Denis Pereira chegou a manter contato com uma pessoa na cidade paranaense de Londrina para informações sobre a possibilidade de apresentar um projeto de lei de iniciativa popular, que é previsto na Lei Orgânica de Campo Grande. “Os últimos acontecimentos da nossa Capital identificou-se a necessidade de uma tomada de posição da população”, declarou.

Para apresentar o projeto de lei de iniciativa popular é necessário colher assinaturas de 5% dos eleitores da Capital, cerca de 30 mil pessoas devem apoiar, assinando o pedido para reduzir os salários dos parlamentares. “Não é dificil basta que façamos juntos. Dessa forma vamos ajudar os eleitos a trabalharem e mostraremos que nós, os patrões não estamos satisfeitos”, reiterou o fisioterapeuta, lembrando que os postos de coleta do abaixo assinado será distribuído na cidade brevemente.

Na Câmara Municipal da Capital, a reportagem ouviu a opinião do vereador Derly dos Reis de Oliveira, o Cazuza, agora pela manhã, que disse ser favorável ao movimento, considerando a crise financeira porque passa a administração. “Dá para colocar em discussão sim. Cada poder pode contribuir um pouco para sair dessa situação”, destacou ele.

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