Olarte e esposa são presos, negam crime e se dizem perseguidos
Casal é acusado de lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica
Gilmar Antunes Olarte (PROS), ex-vice-prefeito de Campo Grande, e sua esposa, Andréia Zanelato Olarte, foram presos há pouco. Nesta segunda-feira (15), o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) cumpre quatro mandados de prisão temporária e seis de busca e apreensão, por meio da Operação Pecúnia. Na ocasião, não foi informado onde os dois serão levados.
Esta é a segunda vez que Olarte é preso em menos de um ano. Em 2015, a detenção ocorreu em desdobramento da Operação Coffee Break, que apurou suspeita de fraude na cassação do prefeito Alcides Bernal (PP), em março de 2014.
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Ao deixar sua residência, Gilmar Olarte negou que as acusações contra ele tenham “procedência” e disse que a ação trata-se de “perseguição política”, mas não citou por quem estaria sendo perseguido e qual motivo. O mesmo disse sua esposa, lembrando que, justamente hoje, pela manhã, iria registrar sua candidatura a vereadora.
As prisões e os mandados fazem parte da Operação Pecúnia e foram pedidas por meio da investigação que apura prática de crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica. A ação seria desdobramento da Operação Adna contra Olarte, cuja investigação atribui a ele o crime de corrupção passiva. Adna é a sigla da igreja Assembleia de Deus Nova Aliança, que, em Campo Grande, foi fundada pelo ex-prefeito.
Jail Azambuja, advogado de Olarte, afirmou que entrará com recurso, ainda hoje, para tentar reverter a prisão dos dois, que é temporária, ou seja, tem duração de cinco dias, podendo ser prorrogado por igual período.
Para o advogado, as detenções não se justificam, pois ambos já tinham conhecimento da investigação e estavam a disposição para esclarecimentos. Também afirmou que todas as acusações são falsas, dizendo que os bens dos dois são declarados.
Ação - Ainda de acordo com o Ministério Público, as investigações começaram com a quebra de sigilo bancário de Andréia Olarte e de sua empresa, além de informações de que, entre 2014 e 2015, enquanto Gilmar era prefeito, a esposa adquiriu vários imóveis em Campo Grande, alguns em nome de terceiros.
Os pagamentos teriam sido feitos em “elevadas quantias”, fazendo-o, ora em dinheiro vivo, ora por transferências bancárias e depósitos, os quais, “a princípio, são incompatíveis com a renda do casal”.
Segundo a investigação, Andreia e Gilmar contaram com a ajuda de Ivamil Rodrigues, corretor de imóveis e que seria braço direito do casal nas aquisições “fraudulentas”. Evandro Farinelli seria a pessoa que cedia o nome para que as compras fossem feitas em nome de Andréia Olarte.
*editada às 17h45 para correção de informação: as prisões são temporárias, não preventivas, como estava anteriormente.