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Política

Passaia diz que “bandidos” estão sendo inocentados

Ítalo Milhomem | 04/03/2011 18:21

“Os réus da operação Uragano, estão sendo inocentados aos poucos, podendo ser inocentados no final do processo”. É o que afirma o jornalista Eleandro Passaia, ex-secretário de governo de Dourados, que levou gravações do esquema de corrupção que ocorria no município para Justiça.

“Os advogados de todos os acusados estão alegando, que não eu tinha autorização para fazer as gravações, tentando descaracterizá-las e eles estão quase conseguindo”, revela o jornalista.

Passaia diz que esta situação mostra que laços do esquema estão mais fortes.

“Infelizmente, a situação está mostrando que o sistema está mais forte. Depois de todos os vídeos mostrando esses esquemas, eles (os acusados) estão dando a volta por cima. As pessoas que denunciam, são colocadas como traidores, bandidos e os reais criminosos estão sendo inocentados”, reclama Passaia.

O jornalista prefere não comentar sobre a atuação da Justiça, mas diz acreditar que ela fará o seu papel, punindo os culpados.

“A máfia do paletó II” - Passaia disse que consultou um advogado, que informou que como testemunha ocular dos fatos e como jornalista ele pode escrever sobre a operação “Uragano”, mesmo o processo seguindo em segredo de justiça.

Ele conta que o próximo livro terá somente fatos que ele presenciou e que ele possa provar.

Delação premiada - O jornalista afirma que a imprensa está confundindo o sentido da delação premiada. Ele explica que assinou o documento para que os áudios e vídeos entregues a Polícia Federal e aos promotores tivessem validade e para demonstrar que ele fazia essa colaboração de modo espontâneo.

Segundo o jornalista, a legislação que trata a deleção premiada prevê a oportunidade de oferecer uma segurança ao colaborador, se algum fato pudesse colocá-lo como réu, o que não aconteceu.

“Eu não fui preso como as pessoas estão por aí. Eu fui convidado pelo Galloni para participar da operação e ele me deu os equipamentos para gravar. O Valfrido está de conluio com Artuzi para me prejudicar. Eu já estava gravando o Artuzi, quando ele me pediu para gravarmos os vereadores para eles pararem de pedir dinheiro”, relata Passaia.

Promotoria - Segundo o promotor Paulo Cezar Zeni, mesmo as captações de vídeos e áudios tendo sido anteriormente ao depoimento (12 de julho) e assinatura da delação premiada (26 de julho) as ações já haviam sido autorizados judicialmente.

“Não é possível imputar crimes a quem contribui com as investigações, quem colabora com investigação. Nos momentos que ele (Passaia) aparece entregando dinheiro ou intermediando esses pagamentos, foi a nosso pedido. Ele estava incubido de produzir provas para investigação, foi uma ação controlada. Você permite que atos criminiosos perpetuaem para produção de provas. O crime só é caracterizado quando a intenção, o 'dolo', o que não teve, porque ele estava ali para produzir provas”, explica o promotor.

Sobre a tentativa da defesa dos réus de invalidar as provas produzidas por Passaia, Zeni foi objetivo. “As provas têm validade e são tão seguras, que eles estão tentando desqualificá-las. Por que eles não vêem a público dizer que não cometeram os crimes ao invés de pedir a anulação das provas?”, questiona o promotor.

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