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Política

Podemos vai à Justiça pedir o mandato de Cida Amaral na Câmara

Partido discorda da desfiliação de vereadora, que trocou de partido por “motivos pessoais” e tentará comprovar que saída ocorreu por justa causa

Humberto Marques | 11/04/2018 16:32
Cida Amaral trocou o Podemos pelo Pros e será alvo de pedido do mandato por parte do antigo partido. (Fotos: CMCG/Divulgação)
Cida Amaral trocou o Podemos pelo Pros e será alvo de pedido do mandato por parte do antigo partido. (Fotos: CMCG/Divulgação)

O Diretório Regional do Podemos vai à Justiça Eleitoral pedir o mandato da vereadora Cida Amaral, que deixou o partido rumo ao Pros. A filiação ocorreu dentro do prazo para que pessoas interessadas em disputar as eleições deste ano encontrem um endereço partidário, contudo, a assessoria de Cida informou que a vereadora havia deixado o antigo partido em 8 de janeiro.

Cida –que não foi localizada pela reportagem para comentar a mudança– teria comunicado oficialmente ao Podemos a decisão de deixar a legenda, tomada por “motivos pessoais”, também segundo seu o staff –que não detalhou as razões, contudo, descartou que a desfiliação tenha relação com os rumos do antigo partido visando as eleições deste ano.

O Podemos se aliou ao PDT, que tem o juiz aposentado Odilon de Oliveira como pré-candidato ao governo e o produtor rural e ex-vereador Chico Maia (Pode) como pleiteante ao Senado. No Pros, a vereadora chega na condição de pré-candidata a deputada federal –a direção estadual não foi localizada para comentar os encaminhamentos visando as eleições de outubro.

A assessoria jurídica de Cida Amaral informou já trabalhar sobre a causa, a fim de sustentar que a saída do partido ocorreu por justa causa. O primeiro suplente do Podemos –o antigo PTN, que trocou de nome em 2017– é o jornalista Silvio Mori, que também deixou o partido, filiando-se ao PHS.

Consensual – Além de Cida, a Câmara de Campo Grande presenciou uma segunda troca de partido antes de 7 de abril. Junior Longo deixou o PSDB rumo ao PSB, ampliando a bancada socialista na Casa –que já conta com Carlão e o Veterinário Francisco. Ao Campo Grande News, Longo havia informado que a migração ocorreu em consenso com o Diretório Municipal do PSDB, que não se movimentaria para tomar o mandato, sendo motivada por “divergências internas”.

Longo foi para o PSB com aval dos tucanos da Capital; primeiro suplente, Jamal descarta pedir o mandato
Longo foi para o PSB com aval dos tucanos da Capital; primeiro suplente, Jamal descarta pedir o mandato

A versão foi confirmada pelo presidente do partido na Capital, o também vereador João César Mattogrosso. “O colega estava tendo algumas divergências dos ideais de nossa sigla e então, de maneira consensual, aceitamos o pedido do mesmo”, pontuou o dirigente tucano, que também preferiu não se aprofundar sobre as motivações da desfiliação.

Mattogrosso, porém, destacou que o PSDB sente a saída de Longo, “que é um grande amigo e vereador, mas o partido é muito maior que qualquer um”. Ele lembrou que a bancada tucana segue entre as maiores da Câmara de Campo Grande, com seis vereadores –“o dobro de vereadores da segunda bancada”, reforçou.

Apesar da garantia de que o Diretório do PSDB não pedirá o mandato, Junior Longo não está imune a ações do MPE (Ministério Público Eleitoral) ou de suplentes da coligação –os tucanos se aliaram ao PR na disputa pela Prefeitura de Campo Grande em 2016–, que podem acionar a Justiça pedindo a troca de mandato.

Primeiro suplente da chapa, o ex-vereador Jamal Salem (o Dr. Jamal, do PR), descartou à reportagem a possibilidade de solicitar a vaga de Longo no Judiciário. “Se fosse entrar na Justiça seria o partido. Eu pessoalmente não entraria”.

Diferente de deputados estaduais e federais, vereadores não são contemplados com a janela partidária –período entre 8 de março e 7 de abril que permitiu aos parlamentares migrarem de legenda sob o risco de perderem os mandatos. Desta forma, em caso de desfiliação, estão sujeitos à interpretação de que o mandato pertence ao partido ou coligação. Contudo, a mudança de partido se faz necessária a fim de se buscar espaço para projetos políticos que, eventualmente, estariam restritos na agremiação a qual pertenciam –o dia 7 passado também foi o prazo para pretensos candidatos se abrigarem em uma legenda.

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