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Política

Por 61 votos a 20, Senado cassa Dilma Rousseff, presidente eleita do Brasil

Waldemar Gonçalves, Mayara Bueno e Ricardo Campos Jr. | 31/08/2016 12:38
Placar da votação de Dilma: maioria dos senadores aprovou o impeachment (Foto: reprodução / TV Senado)
Placar da votação de Dilma: maioria dos senadores aprovou o impeachment (Foto: reprodução / TV Senado)
Dilma Rousseff, durante sessão no Congresso Nacional. (foto: Agência Brasil)
Dilma Rousseff, durante sessão no Congresso Nacional. (foto: Agência Brasil)

Depois de quase nove meses desde a denúncia à Câmara dos Deputados, chegou ao fim o processo de impeachment de Dilma Vana Rousseff (PT) no Congresso Nacional. Com 61 votos a favor e 20 contra, os senadores decidiram, nesta quarta-feira, 31 de agosto, cassar o mandato da primeira mulher eleita, com 54,5 milhões de votos, presidente do Brasil.

Agora, os parlamentares votam se Dilma perde ou não os direitos políticos. A votação em separado dos dois quesitos foi definido após pedido de parlamentares do PT.

A sessão final de julgamento no Senado, comandada pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, que começou na quinta-feira passada (25), terminou por volta das 12h30 (horário de MS) de hoje. Eram necessários 54 votos “sim” pelo afastamento definitivo de Dilma.

Com isto, a petista foi comunicada oficialmente pelo Senado e está definitivamente afastada. Por consequência, Michel Temer, até então presidente interino, avisado da decisão do parlamento, foi empossado presidente da República definitivamente.

A votação no Senado foi nominal e eletrônica. Os senadores responderam à seguinte pergunta: “Cometeu a acusada, a senhora presidente da República, Dilma Vanna Rousseff, os crimes de responsabilidade correspondentes à tomada de empréstimos junto a instituição financeira controlada pela União e à abertura de créditos sem autorização do Congresso Nacional, que lhes são imputados e deve ser condenada à perda do seu cargo, ficando, em consequência, inabilitada para o exercício de qualquer função pública pelo prazo oito anos?”

Nas últimas etapas do julgamento, Dilma foi defender-se no Senado. Passou praticamente toda a segunda-feira (29) respondendo a perguntas de senadores, depois de um pronunciamento em que negou ter cometido crime de responsabilidade pelas chamadas “pedaladas fiscais”, dizendo, entre outras coisas, que a denúncia contra ela teve forma e seguiu o rito processual, mas não se sustentava em conteúdo.

Dilma Rousseff, mineira de 68 anos, 36ª presidente da República, primeira mulher a presidir o Brasil, governou o País de janeiro de 2011, sucedendo a Luiz Inácio Lula da Silva, também do PT, até maio deste ano, quando foi afastada temporariamente por decisão do Senado, quase um ano e meio depois de iniciar seu segundo mandato. A denúncia que resultou no impeachment foi apresentada pelos juristas Helio Bicudo, Janaina Paschoal e Miguel Reale Junior.

De combatente à primeira presidente mulher - Em 1960, quando tinha 16 anos, Dilma iniciou seu contato com a política. Na ocasião, entrou para a organização Revolucionária Marxista Política Operária (Polop) e lutou contra a ditatura, que ocorreu de 1964 a 1958, e era a favor de um governo socialista. Por um tempo, Dilma Rousseff utilizou outros nomes para não ser encontrada pelas forças de repressão aos opositores do regime militar. Em 1970, foio presa e torturada pelo crime de subversão.

Em 1973, Dilma volta para Porto Alegre (RS), onde passou a maior parte da vida, e se forma em Economia. Deu à luz Paula Rousseff Araújo, sua única filha, fruto do relacionamento com o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo, seu colega na guerrilha.

Dilma foi escolhida para substituir José Dirceu no Ministério da Casa Civil, após o escândalo conhecido como 'mensalão' e permaneceu no cargo até março de 2010, quando oficializou sua campanha pela Presidência da República. No mesmo ano foi eleita, se tornando a primeira presidente mulher a governar o Páis. Em 2014, foi reeleita pelo voto da maioria da população brasileira. 

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