Protesto contra fatiamento de Lava Jato é equívoco, diz presidente do STF
Meia dúzia de integrantes do movimento Pátria Livre de Campo Grande aproveitou a presença do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) ministro Ricardo Lewandowski no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) para manifestar apoio ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela operação Lava Jato. Eles são contra o fatiamento do processo, que transfere parte para julgamento no Supremo. O ministro considerou o protesto equivocado.
Lewandowski veio a Campo Grande para o lançamento do programa Audiência de Custódia, que aconteceu, nesta manhã, no Tribunal Pleno do TJ/MS. Com isso, a justiça passa a promover audiências entre os presos em flagrante e um juiz no prazo de 24 horas.
Ao final da solenidade, seis membros do movimento que estava no plenário se levantaram e começaram a gritar “Viva Sérgio Moro” e “Somos contra o fatiamento da Lava Jato.” Em seguida tentaram colocar máscara com a face do juiz federal, mas foram impedidos pelos seguranças, que os retiram do local.
Os manifestantes foram acompanhados pelos seguranças até o lado de fora do Tribunal de Justiça. O médico Antonio Carlos disse que esperaram a solenidade terminar para não atrapalhar o evento. “Queríamos mandar um recado contra a ação que fatia o processo da Lava Jato”, comentou, reclamando ainda que foram impedidos de se expressarem.
Antonio Carlos destacou que o grupo é contra o aparelhamento das instâncias jurídicas por pessoas do Partido dos Trabalhadores e contra as ações de corrupção no país. “Fazemos parte de um movimento democrático e quisemos demonstrar apoio ao Sérgio Moro”, declarou. A professora Fabrícia Salles, coordenadora do movimento no estado, também participou da manifestação no Tribunal.
Ao final da primeira Audiência de Custódia, também realizada nas dependências do TJ/MS, o ministro Ricardo Lewandowski disse que esses protestos são poucos em grupos de cinco a seis pessoas e "defino como manifestações equivocadas", declarou.
O presidente do STF explicou que o Supremo decidiu por 8 votos a 2 que a competência criminal foi onde ocorreu o crime e lembrou que existem mais de dois mil juízes federais preparados para julgar esses processos, além de 17 mil juízes em todo o país. "Essa decisão do Supremo contribui para agilizar as investigações, desconcentrando as ações, pois serão mais pessoas dedicadas aos processos", concluiu Ricardo Lewandowski.