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Política

PSC diz que imposição fez Harfouche desistir de candidatura e apoiar Simone

Dirigentes do partido e agora candidato a vice-governador afirmam que Executiva nacional recomendou que legenda desistisse de disputa pelo Parque dos Poderes

Humberto Marques e Aline dos Santos | 04/08/2018 11:05
Em convenção, PSC informou que cúpula nacional barrou candidatura de Harfouche ao governo. (Foto: Reprodução)
Em convenção, PSC informou que cúpula nacional barrou candidatura de Harfouche ao governo. (Foto: Reprodução)

O procurador de Justiça Sérgio Hafouche afirma que sua indicação para disputar a eleição como vice de Simone Tebet (MDB) foi uma imposição do Diretório Nacional do PSC. Em pronunciamento aos filiados na manhã deste sábado (4), na convenção dos sociais cristãos, ele e integrantes da cúpula estadual deixaram claro que o projeto foi alterado por orientação nacional. Imediatamente, candidato na eleição deste ano anunciou que desistia da disputa em protesto.

Presidente nacional do PSC, Cláudio Cavol afirmou em pronunciamento que as negociações envolvendo a candidatura de Harfouche se estenderam pela madrugada e o início da manhã. Diante o andamento das tratativas, o início da convenção acabou abreviado. Presidente de honra do PSC, Wilson Joaquim destacou que o projeto de Harfouche começou com a candidatura ao Senado e, depois, ao governo do Estado.

“Ele era candidato ao governo, mas a Executiva nacional colocou que não saíssemos candidato na cabeça de chapa por conta do grupo, que seria prejudicado”, afirmou Joaquim, dizendo estar “feliz” com a decisão e com o fato de Harfouche ter recuado. “Ele não queria de forma alguma mas foi muito compreensivo e estamos lançando a chapa do MDB”.

Cavol, por seu turno, lembrou que o convite para Harfouche trocar a disputa pelo Senado pela corrida ao Parque dos Poderes partiu da Executiva estadual. “Infelizmente, a conjuntura e a legislação eleitoral cria dificuldade de conseguir coligações que viessem a satisfazer os interesses do partido”, declarou o dirigente. “Em cima disso nos foi recomendado que o Harfouche não participasse do pleito à majoritária, e ele pensou no grupo e aceitou ser vice da Simone.

Imposição – Em sua fala aos filiados, transmitida pela internet, Harfouche destacou que a filiação ao PSC envolvia o propósito de manter a chapa própria, contando com o apoio do PRP, ao governo. “No entanto, não se pode andar sozinho”, destacou.

Reforçando ter críticas ao processo eleitoral e garantindo não negociar ou “tangenciar” seus valores, Harfouche lembrou que aceitou o “primeiro sacrifício” ao projeto pessoal de disputar o Senado, o que aceitou diante do cenário eleitoral desenhado. Ele afirmou, ainda, que a condição para disputar o mandato de senador “eu rejeito e não aceito” –sem dar detalhes. E não ter resistências em relaçao ao nome de Simone Tebet, lembrando que seu pai, o ex-senador Ramez Tebet, também partiu do Ministério Público, sendo este “o único meio que nos resta”.

“Foi uma negociação de legenda, não de princípios e valores”, emendou Harfouche ao fim de seu pronunciamento, reforçando ser esta uma imposição do PSC Nacional. Logo depois de sua fala, um pré-candidato tomou a fala e anunciou que desistia da disputa por não concordar com o acordo.

“Eu sou um pré-candidato que luta por mudança. Não estou contente. Para mim, esse sistema não serve. Só sou candidato se o Harfouche for na cabeça. Cada um faz a sua escolha, Deus abençoe a todos”, disse o correligionário, que entregou o broche do PSC.

A aliança entre Simone e Harfouche já havia sido anunciada na convenção do MDB.

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