PT ganha presidência da CPI da Saúde e escolhe PMDB para relatoria
A CPI da Saúde da Assembleia Legislativa definiu esta manhã, em reunião no Plenarinho Nelito Câmara, seu presidente, vice, relator e sub-relator. Num acordo costurado antes da reunião, os integrantes da comissão escolheram um deputado do PT para presidente e um do PMDB para relator.
Por unanimidade, os deputados estaduais Amarildo Cruz (PT), da oposição, e Lauro Davi (PSB), da bancada fiel ao governador André Puccinelli, foram eleitos, nesta quinta-feira (23/5), presidente e vice da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as irregularidades na aplicação dos recursos públicos por parte das instituições de saúde de Mato Grosso do Sul.
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Já na condição de presidente da CPI, Amarildo Cruz escolheu Junior Mochi e Maurício Picarelli (ambos do PMDB) para relator e sub-relator, respectivamente. Onevan de Matos (PSDB), que presidiu a primeira reunião da comissão até a eleição do presidente, ficou como membro.
Amarildo prometeu fazer uma “grande CPI”, garantindo que as investigações irão além do que já foi apurado pela Controladoria-Geral da União(CGU), Polícia Federal (PF) e Ministério Público Estadual (MPE). “Tenho certeza de que essa Casa vai dar uma resposta à sociedade. Vamos passar todas as questões a limpo. Sei da dimensão do que nos aguarda e o que nós vamos ter que fazer”, comprometeu-se o parlamentar.
Líder do governo na Assembleia e agora também relator da CPI, Junior Mochi explicou que o próximo passo da comissão será definir a metodologia e as estratégias e que, em seu relatório, não irá se limitar a fazer diagnóstico da situação da saúde em Mato Grosso do Sul. “O assunto é complexo e amplo. Não vamos só levantar as mazelas, mas apontar os caminhos”, disse.
Segundo Amarildo, a próxima reunião da CPI será na próxima quarta-feira (29), às 14 horas, ocasião em que será organizado o trabalho, com definição de apoio administrativo e jurídico, convocações de depoentes e cronograma de viagens. Também devem ser expedidos ofícios solicitando informações oficiais à CGU, PF e MPE, que apuraram as fraudes no setor de oncologia de hospitais do Estado com a Operação “Sangue Frio”.
O sub-relator Maurício Picarelli está otimista, acreditando que o trabalho da CPI vai “chegar até onde a Controladoria-Geral da União não chegou”.
A CPI da Saúde terá 120 dias para investigar os problemas e irregularidades. Criada após as denúncias do Fantástico, da Rede Globo, a comissão também irá apurar a legalidade, oportunidade e conveniência das terceirizações de serviços realizados com verbas repassadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Antes da matéria global, a imprensa de Mato Grosso do Sul já havia divulgado o resultado da operação "Sangue Frio", que desvendou irregularidades e fraudes nas gestões do Hospital do Câncer e do Hospital Universitário. A CPI, porém, não se limitará a investigar os dois hospitais.