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Política

Simone cobra do Congresso “foco e resultado” contra o crime organizado

Senadora ressalta necessidade de fortalecer a segurança nas fronteiras e critica o sistema prisional

Humberto Marques | 07/06/2018 15:50
Senadora pediu empenho de parlamentares na destinação de recursos que ajudem a frear o avanço do crime organizado. (Foto: Agência Senado/Divulgação)
Senadora pediu empenho de parlamentares na destinação de recursos que ajudem a frear o avanço do crime organizado. (Foto: Agência Senado/Divulgação)

Em discurso no plenário do Senado nesta quinta-feira (7), a senadora Simone Tebet (MDB) cobrou uma ação mais efetiva do Congresso em relação à pauta de segurança pública no Brasil. A parlamentar sul-mato-grossense exigiu “foco e resultado” no discurso e nas ações dos deputados federais e senadores, enfatizando a vulnerabilidade das regiões de fronteira.

“Precisamos ter foco e resultado no discurso e nas ações do Congresso Nacional. Precisamos focar em pelo menos uma das causas, que é a falta de segurança nas fronteiras, e nas consequências, que é a falência do sistema penitenciário”, disse Simone.

Ela ainda cobrou união de esforços entre os parlamentares em busca de saídas que garantam mais recursos para a compra de equipamentos e capacitação de agentes de segurança pública. Do contrário, frisou a senadora, o crime organizado vai se institucionalizar no país infiltrando-se “em todos os segmentos da vida pública”.

Atlas – Em seu discurso, Simone destacou dados do Atlas da Violência-2018, do Fórum Nacional de Segurança Pública e do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) para reforçar a necessidade de combater o crime a partir da região de fronteira, porta de entrada para drogas e armas no país. Em Mato Grosso do Sul, são centenas de quilômetros de áreas limítrofes com Paraguai e Bolívia que servem de corredor para traficantes.

A senadora também avaliou que o sistema penitenciário brasileiro “ultrapassou a barreira da falência”, com o país gastando muito com um sistema ineficiente, no qual cada detento custa R$ 2,4 mil mensais, bem acima do gasto per capita com estudantes. Segundo Simone, os 240 mil presos provisórios do país custam R$ 7 bilhões por ano, o equivalente a três milhões de novas matrículas no Ensino Médio.

“Se 30% dos presos provisórios pudessem cumprir pena domiciliar, teríamos uma economia de pelo menos R$ 2 bilhões por ano. É o dinheiro que falta para a nossa fronteira. Se nós tivermos desencarceramento de parte dos presos provisórios não perigosos, poderemos abrir vagas para os bandidos perigosos e gerar economia aos cofres públicos”, calculou a senadora.

Simone ainda chamou a atenção para informações sobre a violência contra os jovens. O Atlas da Violência apontou que, em 10 anos, mais de 300 mil jovens entre 15 e 29 anos foram mortos. “Este número inconcebível é sete vezes o de soldados americanos mortos na Guerra do Vietnã. Estamos colocando em risco o futuro do Brasil”, complementou.

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