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Política

Figura presente em todas as eleições, Suél quebra tradição e fica fora das urnas

Filiado ao PSTU, Suél Ferranti se tornou figura carimbada na disputa, frisa que voltará em breve, mas agora anulará seu voto

Nyelder Rodrigues | 20/10/2020 16:03
Suél já concorreu à prefeitura quatro vezes, mas ficou fora das urnas na Capital em 2020 (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Suél já concorreu à prefeitura quatro vezes, mas ficou fora das urnas na Capital em 2020 (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Suél Ferranti da Silva, 62 anos. A figura esguia que volta e meia é avistada de calça jeans surrada e camisa vermelha, com a inscrição de sua sigla partidária, o PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados), se tornou também figura carimbada nas urnas eleitorais em Campo Grande, onde concorreu à prefeitura várias vezes.

Foram quatro pleitos disputados em 2004, 2008, 2012 e 2016. Além disso, ele também se candidatou ao Senado em 2006 e concorreu em 2014 ao Governo do Estado como vice do candidato Professor Manje, também do PSTU.

Contudo, a sua quinta candidatura a prefeito em 2020 não veio, e sequer ele aparece como candidato a vereador, 'quebrando' a tradição que persiste desde 2004. Para muitos, Suél desistiu. Mas ele nega e diz que ainda voltará e que apenas deu uma pausa.

"Não é questão de desistir. É que a pandemia nos atingiu em cheio na questão de estrutura de pessoal. Campanha sem dinheiro sempre fizemos. O problema é essa questão de estrutura mesmo. Nossa militância é baseada na juventude universitária, basicamente", diz Suél.

Socialista convicto e defensor das causas do proletariado, ele destaca com orgulho as candidaturas de negros e mulheres do PSTU, o que para ele revela a consciência do partido quanto a classe trabalhadora brasileira, insistindo na militância.

"Temos entendimento que o processo eleitoral burguês é um processo que não resolve os problemas da classe trabalhadora, haja vista promessas que são feitas, não cumpridas e agora prometem de novo as mesmas coisas, se elegem e se esquecem do povo", reclama.

Suél durante manifestação de cunho trabalhista em Campo Grande (Foto: Arquivo)
Suél durante manifestação de cunho trabalhista em Campo Grande (Foto: Arquivo)

Mas... e retorno? - Servidor público federal e com meros R$ 2.654,69 arrecadados em sua última campanha, em 2016, Suél destaca que pensa em voltar em breve para o processo eleitoral, mas não define quando isso ocorrerá.

"Com certeza vamos voltar e não vamos deixar de apresentar uma proposta diferente, um projeto para a classe trabalhadora de Campo Grande e ideias para a Câmara Municipal, Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados", garante o socialista.

Além disso, ele destaca que, mesmo não eleito nas seis vezes que foi às urnas desde 2004, ele, suas ideias e o partido saíram vitoriosos do pleito, já que na campanha são abertos espaços para propagação de ideias e o debate sobre elas.

"As pessoas entendem o processo eleitoral como vitorioso quando são eleitos. Nós não, todo processo eleitoral que participamos crescemos politicamente, crescemos do ponto de vista de militantes, então sempre ganhamos nesse processo", argumenta Suél.

Ele aproveita e ainda destaca que, mesmo não estando nas urnas, vai votar 16 - ou seja, vai anular seu voto - afirmando ainda acreditar que haverão mais anulações nesse pleito. "Entendo que vai haver grande número de votos nulos. Está todo mundo descrente pois os candidatos são os mesmos de sempre", conta, completando.

"Eu, na paciência de Jó, ou paciência revolucionária, não adianta eu votar em qualquer um desses 14 candidatos a prefeito ou nos candidatos a vereador, pois não vão resolver os problemas e mazelas da classe trabalhadora desse país", finaliza.

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